Streamer Pink Faun 2.16 ultra

Jorge Gonçalves

24 setembro 2024

Uma suavidade de veludo a envolver um punho de aço ou, como o melhor pode ficar ainda melhor.

As slots universais na parte traseira do 2.16 ultra possibilitam uma integração perfeita de uma vasta gama de placas PCIe. O streamer disponibiliza uma saída USB (DSD & PCM), duas SPDIF (Coaxial e AES/EBU) e uma ligação I2S para um DAC externo. Todas as saídas podem ser sincronizadas individualmente através do relógio Ultra OCXO de última geração. É possível utilizar várias saídas para controlar mais do que um DAC ou utilizar saídas optimizadas para ficheiros específicos, por exemplo, uma ligação USB optimizada para reprodução de DSD e, simultaneamente, uma ligação SPDIF optimizada para reprodução de PCM.

A placa Pink Faun ultra USB bridge que equipava a unidade testada é opcional e tem como componente principal um microcontrolador equipado com firmware proprietário. Este microcontrolador verifica a tensão antes de proceder à activação, garantindo que a ultra USB só é ligada quando a tensão é precisa e estável. Também controla o LED de estado localizado acima do conector USB de saída, indicando quando os supercondensadores estão a carregar e quando a ultra USB está a ser alimentada exclusivamente a partir dos supercondensadores, uma vez que estes estejam totalmente carregados. Em caso de ligação defeituosa, sobretensão ou qualquer outro erro, o LED de estado pode apresentar códigos de erro para uma resolução de problemas rápida e fácil. Esta medida de precaução é particularmente importante quando se utiliza uma fonte de alimentação externa, protegendo-se assim o acessório contra possíveis danos causados por tensões incorrectas. No centro da placa Pink Faun ultra USB está o chipset AS-media ASM3142, o qual faz a conversão da interface PCI Express para USB3.1 Ger. II, complementado pelo relógio Pink Faun ultra OCXO, firmware avançado e uma secção de fonte de alimentação melhorada.
A Pink Faun é conhecida por estabelecer padrões elevados no design de fontes de alimentação. A placa ultra USB não é excepção e possui uma fonte de alimentação de supercondensadores construída em torno dos reguladores LT3086 de baixa queda de tensão, alcançando um nível de ruído impressionantemente baixo de 40µV RMS na gama de 10 Hz a 100 kHz. Os reguladores LT3086 proporcionam uma resposta rápida a transitórios e um ruído de saída mínimo, sendo ideais para aplicações de RF sensíveis.

Para obter um nível de ruído verdadeiramente baixo numa ampla largura de banda (mais de 1 MHz), são necessários mais do que apenas excelentes reguladores. A Pink Faun também se concentra fortemente em aspectos tais como a rectificação, a selecção de componentes, os filtros em PI, o desacoplamento das altas frequências e os rectificadores. Por exemplo, foi incorporado um filtro de RF adicional junto a cada regulador, eliminando-se assim eficazmente qualquer ruído residual e mesmo aquele que possa ser gerado pelo próprio regulador.
A alimentação da placa ultra USB pode provir da fonte interna de 5 V através do conector Molex LP-4 ou ainda de uma fonte de alimentação externa, com a entrada externa a fazer-se através de um jack de 5,5 ou 2,5 mm. Quando uma fonte de alimentação externa é ligada, a ponte ultra USB muda automaticamente para a mesma, desconectando a alimentação proveniente do conector Molex. No design da ultra USB bridge, a separação dos seus quatro componentes principais – Vbus, clock, IO e núcleos– é crucial. A utilização de três bancos separados com supercondensadores totalizando 20 000 000uF isola bastante estes componentes, eliminando eficazmente as interferências e o acoplamento de ruído, garantindo assim uma energia limpa, essencial para o funcionamento adequado de qualquer circuito digital e relógios.
A Pink Faun ultra USB bridge está disponível exclusivamente para todos os streamers Pink Faun (2.16, 2.16x e 2.16 ultra). Os ultras 2.16 de encomendas mais recentes podem ser equipados de fábrica com a ultra USB, enquanto as actuais placas USB Pink Faun (v1 e v2) estão sujeitas a um programa de troca. A ultra USB bridge é entregue numa caixa flat-case resistente e vem acompanhada por um cabo ultra DC e um par de luvas.

Acreditando firmemente que a sinergia entre hardware e software pode ser a chave que define o índice de performance de um componente deste tipo, a Pink Faun escolheu um sistema operativo dedicado da mais alta qualidade para optimizar o fluxo de dados musicais, baseado em Linux. Foi aqui que a Euphony Audio se juntou às suas fileiras e foi então desenvolvida uma versão altamente personalizada do sistema operativo Euphony Stylus para a plataforma de hardware do 2.16 ultra, a qual oferece ao entusiasta da música capacidades razoáveis de acesso aos conteúdos, embora tenha algumas limitações – entretanto ultrapassadas como veremos adiante. Sendo a Pink Faun um dos parceiros originais de desenvolvimento do Roon Core Server, é de esperar que o 2.16 ultra disponibilize a experiência ROON completa em termos de acesso aos ficheiros de áudio digital. O utilizador pode alternar facilmente entre o Roon e a Stylus dependendo das suas preferências em termos de qualidade ou de acesso a informação. Para que isso seja possível é necessário instalar o Roon Core no 2.16 ultra tendo o cuidado, caso já se tenha uma licença Roon, de ter apenas um acesso em uso de cada vez. Um aspecto interessante ó facto de o 2.16 ultra estar permanentemente ligado, ou seja, não tem interruptor que o desligue totalmente da tensão do sector porque a Pink Faun concluiu ao fim de muitas experiências, que esse tipo de configuração da fonte de alimentação tinha um efeito negativo na performance. A actuação do interruptor de pressão colocado no painel frontal faz com as tensões de alimentação principais cheguem aos diversos circuitos e ao fim de menos de um minuto o 2.16 ultra está pronto a funcionar, situação sinalizada através da passagem da cor que ilumina o referido botão de pressão da cor rosa para a branca.

E já chega de tecnicidades, passemos então à análise do 2.16 ultra em acção no meu sistema.

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