Sub Rosa e a importância de Harpócrates
Descrição
Para um “simples” transporte, o RS 130 é um «bicharoco» pesado, sendo a caixa feita de alumínio denso e de alta qualidade, a principal culpada para o peso de 12 kg que ostenta. As dimensões caixa são: 430 (L) x 317 (P) x 125 (A) mm. A caixa do meu equipamento era negra, mas também existe em cor metalizada. A característica visual dominante do RS 130 é o seu ecrã TFT LCD sensível ao toque (eDP) com 15.4 polegadas, que ocupa todo o painel frontal, bastante brilhante (mas pode ser esmaecido), e que tem botões virtuais relativamente grandes e sensíveis, facilitando a configuração e a operação. Como é habitual nos equipamentos Rose, no painel superior surge uma versão tridimensional do logo da marca, embutido na caixa e, neste caso, também fornecendo ventilação para os circuitos internos. À frente do logo, quatro pequenos botões de cristal ao longo da extremidade frontal da placa superior permitem o acesso às predefinições favoritas, funções de reprodução/pausa, silenciamento e alimentação. Assim, o RS130 pode ser operado usando estes botões físicos ou através dos botões virtuais do ecrã sensível ao toque, bem como através do aplicativo Rose Connect num dispositivo Android ou Apple. Os botões virtuais do ecrã apresentam uma grande variedade de funções, integradas numa estrutura de decisão hierarquicamente ramificada. Tudo sem apresentar grandes desafios ao utilizador, tudo muito intuitivo.
Na parte de trás da unidade existem as saídas digitais: SPDIF RCA, AES XLR, óptica, HDMI, USB e I2S por HDMI. Existem duas entradas de relógio BNC para relógios-mestre de 50 ohm e 75 ohm. O RS130 também apresenta um conjunto de portas USB – duas para a conexão de armazenamento externo, outra para um dongle Wi-Fi, mais uma para uma unidade óptica para gravação de CDs, e uma outra designada “USB DAC”, obviamente para ligação a um DAC externo por USB. Há também uma porta “Fibra USB”, para uso com um hub para isolar a unidade de ruído externo, e o mesmo se aplica à porta “Fibra Ethernet”. A porta de fibra usa um transceptor SFP de cobre para uma porta RJ45 (fornecida com o RS 130) para uma conexão com o cabo convencional. Mas também é possível ligar o RS 130 diretamente à rede de fibra, com ganhos prováveis em termos de controlo de interferências. Um relógio-mestre OXCO, com a temperatura controlada em estufa (quer dizer, uma divisão fechada em que o oscilador a cristal é preservado a uma temperatura constante) garante a estabilidade da temporização e re-temporização de todos os fluxos digitais.
Especificações
Ecrã sensível ao toque – 15,4 polegadas TFT LCD (eDP); CPU – processador six-core ARM 64 bit, dual-core Cortex A72 e quad-core Cortex A53; GPU: – ARM Mali-T860 MP4 quad-core; memória –LPDDR4 dual-channel 4 GB; Armazenamento – 8GHz high-speed eMMC, carta M.2 M-key NVMe com suporte para disco SSD externo; entradas / saídas – entrada BNC 50 / 100 ohm para relógio digital de 10 MHz; saída HDMI 4K x 2K 60 Hz; saída I2S HDMI 32 bit / 768 kHz; saída S/PDIF óptica 32 bit / 192 kHz; saída AES/EBU 32 bit / 384 kHz e saída coaxial, 32 bit / 384 kHz. Codecs áudio compatíveis: MQA, WAV, FLAC, AIFF, WMA, MP3, OGG, APE, DFF, DSF, AAC, CDA, AMR, APE, EC3, E-EC3, MID, MPL, MP2, MPC, MPGA, M4A, ALAC, PCM: 8 kHz~768 kHz (8/16/24/32 bit); DSD nativo – DSD64 (2.8 MHz) /DSD128 (5.6 MHz) /DSD256 (11.2 MHz) /DSD512 (22.4 MHz). Protocolos de streaming: AirPlay, DLNA, Roon Ready, Spotify Connect, Bluetooth. Serviços de Internet: Tidal, Qobuz, Apple Music, Bugs, ROSE Tube, Internet radio, ROSE Podcast.
O RS 130 vem com um comando bastante funcional (mas que dispensa a utilização do ecrã sensível ao toque ou da App. E recomenda-se o uso da App Rose Connect.
Audição
Liguei o RS 130 à rede doméstica LAN e ao servidor DLNA WDMyCloudex4100 ou ao serviço Qobuz da Net e, a partir da ligação HDMI I2S ao meu DAC, um DSD DAC CYAN da HOLON e, a partir do DAC, ao amplificador residente Rotel RA1592 e a umas colunas B&W 705 S2.
Como o RS130 é um transporte digital quer dizer que não possui nem funções de conversão do sinal digital em analógico nem amplificação deste último. Portanto, pede-se primeiro facilidade de instalação e estabilidade e que permita que os respetivos DAC e amplificador desempenhem as suas funções até ao máximo das suas competências. Neste caso, o RS130 promete um isolamento da interferência particularmente eficaz e levarei também tal em consideração. No entanto, tal como faço habitualmente no caso de transportes, não me vou referir a uma playlist específica, mas apenas à experiência geral de audição, usando o RS 130 como fonte.
A instalação e ligação à rede foi facílima, embora tenha de referir que não consegui usar o Roon porque recebi sempre uma mensagem de erro dizendo que o protocolo entre a Rose e a Roon ainda não tinha sido concluído.
O RS130 ofereceu à audição de qualquer definição ou resolução uma grande estabilidade, permitindo uma grande eliminação do jitter, um ataque preciso, um excelente sincronismo e, em geral, uma sofisticada temporização da reprodução musical. Claro que o desempenho do RS 130 como fonte no meu sistema teve como contraponto as qualidades do DAC utilizado, o DSD DAC da Holon. E, desse ponto de vista, a utilização do RS 130 como fonte acrescentou e melhorou o desempenho do restante equipamento, em termos de silêncio entre as notas, extensão do palco sonoro e discriminação dos timbres, em nada ficando abaixo, antes pelo contrário, da reprodução obtida com outras fontes baseada em formatos físicos, como o CD ou o SACD. A limpidez e transparência são qualquer coisa de excepcional. Devo referir, ainda, que a minha ligação do SFP de cobre foi à Ethernet através de uma ligação Powerline com um cabo CAT6, com as limitações decorrentes do tipo de ligação. Creio que um pequeno investimento numa ligação direta à fibra com a correspondente terminação ST teria permitido ainda um melhor desempenho e permitiria a utilização de um cabo de transmissão de sinal mais rápida, como um CAT8.
Conclusão
O importante é a Rosa. A qualidade audiófila e tecnológica e a funcionalidade do RS130 são difíceis de bater, mesmo a este nível de preços. A estabilidade, fluência, temporização e evitamento da interferência digital são já um grande argumento a favor do RS 130. Só espero que as futuras versões do RS 130 permitam a utilização prometida da plataforma Roon.
As «indiscrições» do ruído digital são a maldição dos leitores de rede, resta-nos oferecer-nos a nós próprios, um Rose RS130 e garantir o bloqueamento dessas interferências e a proteção que o silêncio confere, como autênticos Harpócrates audiófilos.
Transporte de Rede Rose RS130
Preço 4 799 €
Representante Ajasom