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Marantz UD9004, a universalidade global

Marantz UD9004, a universalidade global

Leitor Blu-ray Universal UD9004

24 janeiro 2011

O UD9004 vai ter que ir algo mais à frente em alguns dos parâmetros que têm a ver com o desempenho, uma vez que vem aureolado com o título de um dos melhores leitores do mundo.


Não é de ânimo leve que se começa o teste de um equipamento deste gabarito. Mesmo tendo em conta que já tinha testado o DVD-A1U, aquele que poderá ser o seu mais directo competidor, ou talvez por isso mesmo, não deixava de ser um desafio ver até que ponto este topo-de-gama vivia para além dos seus pergaminhos.
Foi por isso mesmo que o UD9004 ingressou logo directamente no nosso sistema de referência: processador Tag McLaren AV192R, amplificador Krell KAV-1500, colunas B&W 802 na frente, B&W HTM2 no centro e 805 na traseira, em configuração 5.1, complementadas pelas Kef XQ20 para os efeitos laterais, amplificadas pelo Proceed Amp 2. A cablagem das colunas frontais é toda Kimber Select KS 3035, com o Wireworld Atlantis a levar o sinal às colunas traseiras e laterais, e novamente os Kimber 1021 (balanceados) a assegurar o transporte dos sete canais. O subwoofer é o REL Strata. No campo do vídeo, um comutador HDMI Oppo de três vias assegura que o sinal correcto de vídeo é aplicado a um projector Sony VPL-VW100, sendo a imagem projectada num ecrã Draper Premier. Um regenerador de sector PS Audio P600 garante uma tensão de alimentação o mais perfeita possível para as fontes (neste caso o UD9004) e o processador Tag McLaren.
Comecei pelo vídeo, com os habituais ajustes a partir do DVD Essentials e do disco de Peter Finzel, uma vez que o HD Basics apenas existe na versão para a região A e, embora o tenha um comigo, não o podia utilizar no 9004, uma vez que os senhores da Blu-ray Association continuam a achar muito importante implementar os códigos regionais nos leitores, embora, felizmente, a maioria das editoras não o faça. Quando é que esta mentalidade retrógrada muda de vez? Que sentido faz evitar que um disco comprado nos Estados Unidos, ou seja, minha propriedade, seja reproduzido na Europa ou onde quer que eu, a pessoa que aplicou o seu dinheiro nesse disco, me apeteça ver? Ridículo, para dizer o mínimo. Mas, pior ainda, considerem a seguinte situação: quando me desloquei recentemente aos Estados Unidos para a visita a Francis Ford Coppola, foi-me oferecido um Blu-ray do seu último filme, Tetro. Como eu já esperava, não o consigo ver em Portugal, a não ser em computador, e mesmo assim só posso mudar a região da drive de leitura por cinco vezes. Claro que há maneiras (pouco «legais») de dar a volta a esta situação, mas porquê criá-la desde início? Vamos ter seguramente que esperar alguns anos até esta situação mudar, como aconteceu com o DVD. Hoje em dia já ninguém fala em regiões nos leitores de DVD, porque na maioria dos casos eles são fornecidos com região livre, ou seja, a DVD.org finge que não se passa nada e os fabricantes «esquecem-se» de codificar os leitores. É algo hipócrita, mas parece que há quem prefira fingir que não vê a olhar para as coisas de frente.
Continuemos, que estes comentários para pouco mais servem do que como desabafos. Pois dizia eu que afinei a qualidade de imagem do UD9004 com os discos de teste que normalmente uso e segui a recomendação, que já tinha visto nalguns sítios, de ajustar o parâmetro High Brightness para -1, ficando o final com uma imagem fluida, de cores muito equilibradas e com um impressionante nível de negro. Claro que tinha que tornar a ver a edição especial de Blade Runner, um filme que não me canso de gabar pela impecável qualidade com que foi transcrito para Blu-ray este Director’s Cut. Quase que poderemos dizer que a alta definição do Blu-ray acaba por mostrar as limitações da qualidade original da película fotográfica, mas há cenas que são paradigmáticas, como a da primeira entrevista da andróide, a cena de abertura e várias outras, que serviram como demonstração ampla das capacidades do 9004 em reproduzir de maneira impecável o ambiente art déco que Ridley Scott quis imprimir a uma boa parte do filme. Para além dos negros profundos e das cores intensas, destaco o impecável trabalho de processamento de movimento, que faz com que a referida cena de abertura, em que a câmara se aproxima mais e mais do edifício piramidal, passe perante nós com uma fluidez e uma naturalidade que pede meças a uma boa sala de cinema. A profundidade quase infinita que se consegue encontrar num bom original Blu-ray é-nos revelada de modo quase absoluto pelo Marantz UD9004.
Mas tenho que mencionar já aqui a qualidade sonora do leitor da Marantz, que é nada menos que impressionante, não necessariamente por produzir efeitos pirotécnicos, mas sim pela sua naturalidade e pelo impressionante poder dos sons reproduzidos. Então em pistas sonoras HD, mesmo quando downsampled para a saída digital coaxial, seguramente este é o melhor reprodutor que já encontrei. E isto quase desde os primeiros momentos de audição!
Já agora, convém igualmente esclarecer aqui um ou dois detalhes dos ajustes de som do UD9004 que nem todos poderão captar, até porque não estão assim tão bem explicados no manual, e são fundamentais para obter a melhor qualidade possível em áudio. Como muitos dos leitores da Audio & Cinema em Casa seguramente sabem, não é possível fazer sair áudio digital no formato SACD original (DSD) a não ser em situações muito especiais, tal como no caso do Denon Link ou ainda dos leitores e receivers da Sony, para apenas citar dois exemplos (também não há assim tantos). Portanto, a melhor qualidade de áudio proveniente de um disco SACD é obtida quando o áudio sai pelas saídas analógicas do 9004. Na saída HDMI o fluxo SACD é convertido para PCM e downsampled para 48 kHz, a não ser que esteja ligada ao conversor exterior apropriado. Por outro lado, para se ter controlo absoluto sobre as saídas analógicas multicanal, incluindo Bass Management, tem que se aceder ao menu HDMI Setup-Audio Setup e escolher Mute. Feito isto, todas as opções de ajuste de nível do canal e distância às colunas ficam então acessíveis. No meu caso não usei permanentemente estas facilidades, uma vez que deixei os detalhes por conta do AV-192R sempre que utilizava a saída de áudio digital do UD9004. Mas tornaram-se bem úteis quando quis fazer uso pleno das capacidades de descodificação de áudio HD do leitor de Blu-ray e tive então que fazer a configuração das colunas e definir as frequências de crossover.
Tentado pela descrição que Paul Miller fez da escuta do Dark Side of the Moon, dos Pink Floyd, com este mesmo leitor, não podia fazer menos que experimentar o mesmo, e fiquei «pasmado» com aquilo que o Marantz retirou do original SACD deste maravilhoso trabalho. Usando as suas palavras, a faixa Time consegue quase retirar todo o sumo das 802 e levantá-las no ar, «acordando-as» com o despertar de todos os relógios, numa manifestação de energia pura. Quem disse que o SACD não tem energia que dê o primeiro passo.
Leonard Cohen é um cantor que sempre apreciei mas que, nos tempos em que ele estava no seu auge, cá deste lado não havia dinheiro para comprar discos, por isso ficaram fundamentalmente muitas e boas memórias. Recentemente comprei o disco Dear Heather e pude deliciar-me no Marantz com a audição de algumas das faixas da minha predilecção, tais como The Letters e Morning Glory. Leonard tem, em meu entender, uma das vozes mais impressionantes que conheço, com uma profundidade por vezes quase telúrica e ressonâncias que podem torná-la demasiado presente e pesada se o leitor não estiver à altura. A combinação desta notável voz com a clareza cristalina dos instrumentos de acompanhamento fez-me relembrar muitos dos velhos tempos em que comecei a ouvir música a sério, e só posso sentir-me grato por o UD9004 me ter trazido todos estes inolvidáveis momentos de volta.


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