O «regresso» de uma marca que é um grande clássico
O DAC do UD-507
Com a complexidade de um produto destes, e juntando-se a isso o facto de ter mais testes paralelos a este, alguns deles também bastante complexos, não me foi possível testar a DAC do TEAC em toda a sua profundidade - provavelmente justificar-se-ia um teste isolado só a esse departamento. E devo referir também que, se há dez anos atrás estas soluções mais caseiras traziam muitas vezes vantagens dadas as ainda evidentes limitações dos chips fabricados em massa, hoje em dia, com os muitos avanços feitos por marcas como a ESS ou a AKM, não creio que estes modelos de DAC tragam vantagens significativas, nem objectivas nem subjectivas. Usei então neste teste dois transportes diferentes - um Eversolo A10 (a atenuar 3 dB com o proprietário Eversolo Volume Control) por USB e um Cambridge MXN10 (a atenuar também 3 dB) por cabo coaxial, ambos a receberem sinal de um servidor MinimServer ou de um servidor Emby, instalados num NAS, e pelo protocolo UPNP.
E, depois de bastantes testes, fixei as opções em: sobreamostragem para 8x FS (na prática, uma primeira conversão para DXD), e em seguida conversão para DSD512 (método muito parecido ao que o Pro iDSD, da iFi Audio, faz, também através de FPGA mas com chips Burr-Brown no estágio de saída, em vez de um circuito discreto). E, se não notei diferenças significativas entre as opções de sobreamostragem e de frequência de amostragem original; entre o modo DSD e o modo multibit já senti uma clivagem mais aprofundada, fazendo uma forte recomendação pelo modo DSD - senti que o modo multibit não estava ao nível do que um bom chip ESS faz hoje em dia (aliás, a melhor performance em DSD é compatível com a paixão que os japoneses ainda hoje nutrem por este formato).
Não me querendo alongar mais, o DAC deste UD-507 tem uma boa performance em modo 8x Fs, DSD, 512 Fs, recomendam-se experiências nos muitos modos possíveis, mas optando sempre pelo DSD em detrimento do multibit - sendo que, sendo um DAC baseado num FPGA, podem sempre haver actualizações futuras que melhorem a performance multibit e o cliente ganha um DAC «novo» (como acontece com os Direct Stream da PS Audio, por exemplo, que lançam um novo filtro com alguma regularidade).
Como curiosidade, e aproveitando o facto de o TEAC ler DSD em formato nativo (mesmo em formato nativo, não como alguns que alegam fazê-lo mas depois convertem DSD para multibit) e ter uma entrada USB, experimentei brevemente com um portátil e o HQPlayer - um programa especializado em filtros de upsampling, especialmente para DSD, que costuma soar muito bem, embora seja algo confuso e complicado de usar. Com o meu filtro preferido (ext2), um modulador de sétima ordem e DSD512 como frequência final de saída, ouvi alguns discos e confirmei que este DAC está de facto bastante mais pensado para DSD que para PCM.
Para quem tenha um destes TEAC e alguma curiosidade (e persistência), o HQPlayer elevou significativamente a performance sonora - e se a interface de Windows é simplesmente atroz, a aplicação Android funciona bastante bem e é esteticamente agradável. Aproveitei também para ouvir alguns ficheiros que converti directamente de SACD para DSD64, desta vez sem nenhuma conversão interna por parte do UD-507, e confirmei que o UD-507 soa de facto muito bem com DSD - se tiver ficheiros destes ou um transporte SACD que «exporte» realmente DSD, o TEAC será um excelente companheiro.
A saída de auscultadores do UD-507
Já por diversas vezes escrevi aqui que não tenho muita experiência nesta área, e que portanto as minhas opiniões devem ser levadas com alguma leveza. Dito isto, e novamente munido de uns Sennheiser HD 700, este TEAC é o melhor amplificador de auscultadores que já experimentei, batendo inclusive o já excelente Volumio Motivo que testei recentemente. Graves profundos, muito corpo, uma enorme sensação espacial e volume para sobrar e vender, não estamos a falar de algo incluído apenas como um acessório, mas sim de algo sério e pensado com cuidado - e parece-me que será necessário gastar significativamente mais para se obterem resultados que superem o Teac (nomeadamente os Ferrum, também eles vendidos na Ajasom).
Conclusão
O teste já vai longo, mas tal é inevitável quando o teste inclui dois produtos e um deles é bastante complexo. Resumindo, o UD-507 é um excelente pré-amplificador, um magnífico amplificador de auscultadores e um bom DAC DSD, com possibilidade de converter PCM para DSD. Com um circuito de saída totalmente balanceado e dois transformadores lineares, numa caixa pequena, leve e muita bonita, o que há para não gostar? Juntando-se a isso o AP-505, um amplificador de design imbatível e amplificação de potência em Classe D, com toda a energia, neutralidade e peso de graves que isso implica, e temos um combo muito acessível, em que creio se teria de gastar muito mais dinheiro para se notarem saltos grandes de performance. Muito recomendados – um «regresso» notável da Teac.
Teac AP-505 e UD-507
Preços:
Amplificador integrado AP-505 1499 €
Prévio/DAC UD-507 1899 €
Representante Ajasom