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Epos ES-7N

Epos ES-7N

Miguel Marques

12 fevereiro 2025

O resultado de uma enorme inspiração – umas pequenas-grandes colunas.


Por muito que uma pessoa tente andar a par do mundo da alta-fidelidade, a profusão de marcas nos dias de hoje é de tal magnitude que, de tempos a tempos, vou descobrindo uma marca da qual nunca tinha ouvido falar. Foi o que me aconteceu com a Epos, em Novembro do ano passado, quando a revista britânica What Hi-Fi? publicou um teste muito elogioso do modelo ES-7N e dei por mim a descobrir uma marca da qual nunca tinha ouvido falar - e que foi comprada recentemente por um grupo alemão (Fink Team) especializado em projecto de colunas e altifalantes a Michael Creek, da famosa marca Creek Audio. Com um gama composta actualmente por três colunas (ES-7N, ES-14N e ES-28N), estava algo expectante para ouvir estas ES-7N, não apenas pelos elogios da What Hi-Fi?, uma publicação que não se costuma envergonhar nas críticas, mas também por saber que Karl-Heinz Fink, uma figura muito conhecida como projectista, estava por trás destas novas colunas da Epos.

Foto 1 Epos ES-7N

Visualmente, na edição que recebi, toda em preto, a Epos tem semelhanças inegáveis com umas monitoras de estúdio – aspecto que me pareceu suavizar-se um pouco nas outras versões disponíveis em cores mais vivas. Significa isto que, sendo colunas bonitas e aparentemente muito bem construídas, mas, também, há que ter em conta que as 7N não estão aqui necessariamente para ganhar um prémio de design. Para além de um altifalante de 5 polegadas, em polipropileno, e de um tweeter híbrido, com membrana de cerâmica e alumínio, temos um pórticos frontal definido assimetricamente para as colunas esquerda e direita, recomendando-se uma colocação “por fora” de ambos - e uma caixa que me pareceu extraordinariamente inerte para esta gama de preço. Como curiosidade, temos um selector com duas posições na parte traseira da coluna, que permite escolher duas opções no crossover: para cima, em modo “afastado da parede”, temos o som normal das colunas; para baixo, em modo “junto à parede”, nota-se uma clara diminuição dos graves. No meu espaço, e apesar de ter as colunas razoavelmente da parede traseira, usei sempre o selector para cima, porque achei a diminuição de graves muito exagerada na posição de baixo - mas é sempre uma opção curiosa e que em alguns espaços e com alguns estilos de música, pode fazer imenso sentido (sendo ainda de notar que a sensibilidade se altera, de 86 dB para 89 dB, com a mudança de posição). Apesar de não serem particularmente sensíveis, 86 dB, e de terem uma impedância nominal relativamente baixa de 4 ohm (3 ohm como valor mínimo), achei as Epos bastante fáceis de amplificar.

Foto 2 Epos ES-7N

Feitas as apresentações, foi hora de começar as audições - acompanhado de um streamer MXN10, da Cambridge Audio, e de um integrado da Rotel, o RA-12. Devido a um problema no meu servidor, fiz as minhas audições usando o serviço de streaming Qobuz, escutando dois discos de jazz acabadinhos de sair - Brand New State (2025, 7677084 Records DK2, 24 bits/96 kHz), do contrabaixista californiano Alex McLaughlin (creio que sem nenhuma relação com o famoso guitarrista John McLaughlin), e You Better Bet (2025, Cellar, 16 bits/44,1 kHz), do baterista canadiano Jacob Wutzke, num disco dedicado à música do baterista Tony Williams (ambos muito bem gravados, sendo uma pena que, no caso do segundo disco, a Celar não disponibilize uma versão em alta resolução). E fiquei, desde o princípio, seriamente impressionado com estas ES-7N, não sendo possível, à partida, discernir nenhuma falha evidente: excelente resposta de graves, especialmente no primeiro disco, e tendo em conta o tamanho, claro; médios com muito corpo, não havendo evidência subjectiva dos muitos comuns dips; e agudos muito claros e abertos, mas sem qualquer traço de agressividade - especialmente nas trompetes, com um magnífico som do trompete de Jeremy Pelt no primeiro disco em particular destaque. Comparando com as LS50 que aqui costumam andar, nota-se uma resposta mais profunda e mais presente dos graves, e agudos mais claros e abertos - sendo que ambas são excelentes colunas, e que se trata mais de uma questão de preferência entre dois perfis sonoros diferentes.

Foto 3 Epos ES-7N

Inspirado pela leitura da autobiografia de Brad Mehldau (Formation: building a personal canon), escutei os Late String Quartets do compositor germânico Ludwig van Beethoven, aqui interpretados pelo Emerson String Quartet (1995, Deutsche Grammophon, 16 bits/44,1 kHz), um teste mais arrojado às Epos - e se alguma limitação senti, isso deveu-me mais às limitações do meu sistema que às das colunas. Excelentes timbres em todos os instrumentos, boa capacidade de reproduzir dinâmicas e reprodução exemplar de todo o espectro de frequências, com particular destaque para a abertura e clareza dos agudos, com os violinos a soarem tão intensos e presentes como soam na vida real. Também a componente emocional, fundamental nesta música, é totalmente transmitida - as ES-7N nunca soam frias ou analíticas, apesar da sua precisão. Por fim, fiquei também muito agradado com a separação instrumental - os quatro membros do quarteto de cordas distinguem-se perfeitamente, sem nunca se embrulharem ou misturarem, o que é impressionante neste segmento.

Foto 4 Epos ES-7N

Para terminar, escolhi o clássico disco OK Computer (1997, EDITORA, XL Recordings, 24 bits/96 kHz), dos britânicos Radiohead, na sua edição remasterizada OKNOTOK de 2017, que soa substancialmente melhor que a edição original, com muito menos compressão (infelizmente No Surprises continua semitonado, o que inevitavelmente fere os ouvidos mais treinados). A primeira boa impressão vem do bombo da bateria, com um peso muito substancial e que nos faz pensar que a Epos desafiou as leis da física com estas ES-7N… O palco, essencial neste género de música, é bastante largo mas não muito profundo, um compromisso que já encontrei noutros produtos e do qual gosto bastante - permite um bom compromisso entre espacialidade e foco; mas fica o aviso, para quem pretenda um palco muito grande e imersivo, haverá soluções mais interessantes no mercado. Tal como em discos anteriores, o timbre de todos os instrumentos é irrepreensível e a resposta de frequência para ser integral (flat) dos 50 Hz-60 Hz ao topo - sem que alguma vez toda esta precisão e transparência transformem o som das ES-7N em algo frio ou estéril. Em Exit Music (For a Film), as dinâmicas finais do tema são reproduzidas exemplarmente - assim como a espacialidade de Let Down ou a tensão e intensidade de Paranoid Android.


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