Epos ES-7N

Miguel Marques

12 fevereiro 2025

O resultado de uma enorme inspiração – umas pequenas-grandes colunas.

Foram ainda ouvidos, ao longo da audição, diversos discos de diferentes estilos, que informaram devidamente as conclusões e reflexões que seguem abaixo.

Nos últimos anos tem havido uma crescente «pressão» online para que a indústria de alta-fidelidade se torne mais científica e precisa e menos baseada em mitos e crendices, pressão essa que, em geral, acompanho. Seja por sites como o Audio Science Review, o Erin’s Audio Corner, o L7Audiolab ou mesmo revistas como a Stereophile ou a Soundstage  que publicam agora online as suas medições, cada vez mais marcas se preocupam em lançar produtos com engenharia irrepreensível (e até como resultado da imensa competência que as marcas chinesas vêm a demonstrar neste campo). E, quando ouvimos um sistema com, por exemplo, um streamer com um DAC da ESS, um amplificador Classe D e umas colunas como estas Epos - juntando a isso um disco já todo ele gravado em digital e fornecido na mesma alta resolução em que foi gravado, sem conversões pelo meio, ouvimos um som que está nos antípodas do som «quente» e mais arrastado que populou o mundo da alta-fidelidade durante muitos anos - do vinilo às válvulas ou à Classe A. Com muito menos ruído e distorção, muito mais precisão e resolução, e logo muito menos «cor», este «admirável mundo novo» da alta-fidelidade pode requerer alguma habituação mas assim que nos habituamos, é inevitável notarmos as suas muitas qualidades e o quão mais próximo ficamos das pessoas que gravaram, misturaram e masterizaram o disco, e da visão para o mesmo.

Para todos aqueles que não se importam de ter umas colunas um pouco mais «técnicas», as Epos ES-7N são provavelmente as melhores colunas que já ouvi nesta gama de preço e têm a minha completa recomendação, sem quaisquer reservas - e imagino que precedendo estas monitoras com fontes de ainda maior qualidade, os resultados sejam ainda mais impressionantes. É aliás aqui que reside talvez a maior qualidade deste produto - sendo muito transparentes e reveladoras, permitem no entanto serem precedidas por fontes de menor qualidade e até ouvir discos de pior qualidade sonora, sem serem cruéis, o que é uma característica rara (geralmente as colunas mais transparente são também muito mais exigentes tanto nas fontes precedentes como na qualidade de gravação da música que reproduzem). Poderiam ter mais arrebiques do ponto de vista decorativo, poderiam eventualmente ser ocasionalmente um pouco mais expansivas, mas, nesta gama de preço, as ES-7N são simplesmente irrepreensíveis.

Adenda:


Já no fim do meu teste, tive a oportunidade de experimentar as Epos com um pré-amplificador (UD-701N) e um amplificador (AP-505) da TEAC, conjunto este actualmente em teste, mantendo o MXN10 da Cambridge como streamer. Confirmei então o que já me parecia - os TEAC provaram ser um bom salto em relação ao meu Rotel RA-12 e as Epos ganharam mais definição, com uma apresentação geral muito mais refinada, notando-se especialmente um suavizar dos agudos e dos transientes mais agressivos, particularmente em instrumentos agressivos nestes dois departamentos, como a trompete. As Epos beneficiam então de ter companhias mais sofisticadas na sua precedência, embora mantenha que me surpreenderam o quão bem soaram com electrónicas mais modestas.


Colunas Epos ES-N7
Preço     1990 €
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