Televisor LG 65QNED91

Jorge Gonçalves

13 dezembro 2024

A LG lança um Mini LED num tamanho um nadinha mais consensual e com forte argumentos

A gama QNED, da LG, foi lançada há uns anos, pretendendo ter um posicionamento na gama média alta entre os televisores LCD mais convencionais e os de painel OLED. Como tal, os televisores da linha QNED herdaram algumas das tecnologias que podemos encontrar nos mais ambiciosos modelos de painéis LCD desta marca, tais como as mais inovações que têm a ver com a reprodução das cores e a reprodução de movimentos, bem como algumas das inovações IA dos OLED. Chegou muito recentemente a vez de termos o Mini LED na gama QNED com um tamanho mais «doméstico» para uma boa parte dos consumidores. E claro que na gama QNED 2024 não poderia faltar a mais recente versão do sistema operativo webOS, apropriadamente denominada webOS 24, podendo estes esta versão ser actualizada gratuitamente durante os próximos quatro anos até à chegada do webOS 28.

O design deste LG 65QNED91 será familiar a qualquer utilizador que conheça os televisores OLED que a LG tem colocado nas lojas nos últimos anos. As suas molduras não são tão finas como, por exemplo, as de um modelo OLED C3, mas são estilizadas e assentam numa base central razoavelmente semelhante à dos televisores topo de gama desta marca. É importante não nos esquecermos de que este televisor já está equipado com um painel LCD VA de 10 bits, pelo que se destaca dos modelos QNED anteriores, que normalmente tinham um painel de tecnologia IPS.

A LG tinha no seu portefólio modelos QNED com retroiluminação Mini-LED para 2024 mas apenas para diagonais de ecrã de 75 e 86 polegadas, e que, como é óbvio, têm um preço bem mais elevado que este 65QNED91 que complementa assim muito bem a oferta. O que o 65QNED91 partilha com os televisores mais ambiciosos das linhas OLED e outras desta marca é o seu compromisso com a inteligência artificial (IA). E utiliza esta tecnologia que está em voga tanto para optimizar a qualidade da imagem em tempo real como para optimizar o desempenho do som. No que se refere à imagem a IA controla a luminosidade (Ai Brightness) global e a retroiluminação por zonas e no som faz a optimização da envolvência e dos efeitos em termos dos conteúdos (AI Sound).

A instalação das bases dos televisores LG é, normalmente, um pouco mais complicada do que no caso de alguns dos seus concorrentes mas há que reconhecer que são muito sólidas. E o 65QNED91 não é excepção – o chassis é bem sólido e a o acoplamento à base garante a integridade do painel mesmo que lhe demos acidentalmente um pequeno empurrão.
O WebOS 6.0 mantém o compromisso estético das análises anteriores desta plataforma, mas oferece-nos diversas melhorias que valem a pena não ignorar. O aspecto mais apelativo é que neste 65QNED91 o sistema operativo, que tão premiado tem sido, funciona de maneira rápida e linear, sendo mais rápido que o webOS incluído nos modelos de 2023. Além disso, permite-nos criar um máximo de 10 perfis, para que possamos atribuir um a cada utilizador do televisor para que cada um possa manipular a interface como achar melhor e receber recomendações personalizadas preparadas pela IA. O Magic Remote que a LG nos dá juntamente com esta televisão é o mesmo que nos oferece há três anos, e acho que é bom porque é um acessório bem pensado – em equipa que ganha não se mexe. Permite-nos interagir com o televisor através de um ponteiro e inclui atalhos para algumas das aplicações mais utilizadas. O 65QNED91 pode igualmente ser controlado por voz, sendo compatível com o Google Assistant. O ThinQ está também presente, como não poderia deixar de ser, possibilitando o controlo através do ecrã de muitos dos equipamentos electrónicos da casa, sendo ainda de destacar a presença do Home Dashboard graças a uma recente parceria da LG e que aumenta de maneira exponencial a quantidade de marcas com equipamentos capazes de serem controlados.

Os fabricantes de televisores costumam preocupar-se muito com a calibração dos seus modelos de topo, mas não tanto com o ajuste fino dos parâmetros de imagem das suas propostas de nível básico e intermédio. O 65QNED91 que esteve em teste na Audio e Cinema em Casa e que saiu novinho da caixa, vinha suficientemente bem calibrado da fábrica, garantindo que a maioria dos utilizadores possa tirar partido dele sem ter de proceder a quaisquer ajustes. Ainda assim, é possível refinar a forma como a colorimetria é resolvida utilizando uma sonda profissional e um equipamento de ajuste. Não são muitos os serviços técnicos em Portugal que dispõem do sensor óptico e do equipamento de medição apropriados mas utilizar uma Blu-ray de teste como o da Spears & Munsil para 4K HDR já permite a um utilizador com alguns conhecimentos de vídeo fazer a calibração ao seu gosto. E foi isso que foi feito na Audio e Cinema em Casa: depois to televisor ter «rodado» por um número razoável de horas, passou-se á calibração fina de imagem que, embora não mudasse de maneira radical aquilo que se via no ecrã permitiu intervir nalguns aspectos importantes, tais como a nitidez, a colorimetria, o controlo de movimentos e assim por diante.

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