A LG lança um Mini LED num tamanho um nadinha mais consensual e com forte argumentos
Visionamentos
Para testar a qualidade de imagem recorri a algumas imagens do YouTube, bem como a discos Blu-ray 4K tais como Blade Runner 2048, 2001 Odisseia no Espaço. Kingsman - Serviço Secreto, e Dunquerque, reproduzidos através do leitor Panasonic DP-UB9000. Foram igualmente visionados alguns conteúdos Netflix e ainda alguns ficheiros de vídeo de alta qualidade armazenados numa pen USB, bem como transmissões da Eurosport dos Jogos Olímpicos em 4K HDR.
Desde o primeiro momento, o que mais me impressionou neste 65QNED91 é a riqueza com que resolve a cor, mesmo logo depois de tirado da caixa, durante o tempo de rodagem. A LG recorre aos conhecidos nanocristais, e também à tecnologia a que esta marca chama NanoCell Plus para melhorar quer a emissão de luz quer a aproximação da qualidade de cor aos standards utilizados na avaliação da mesma, tais como DCI-P3, REC. 2020 e assim por diante. Em termos gerais, esta inovação utiliza nanopartículas de 1 nm para filtrar a luz emitida pelo sistema de retroiluminação e nanocristais com o objectivo de gerar um espectro RGB o mais puro possível. Na prática, o que nós, utilizadores, percebemos é que a cor é muito rica e fiável, desde que, claro, o sinal de vídeo esteja à altura.
De acordo com a LG, o processador Alpha 7 trabalha lado a lado com algoritmos de IA para resolver o mapeamento dinâmico de tons e a escala com a maior precisão possível quando o sinal de entrada tem uma resolução inferior à resolução nativa do painel. A LG garante que o seu processamento de imagem divide cada fotograma em 2.000 zonas para optimizar o contraste, o detalhe e o brilho por região. E não funciona mesmo nada mal, com os resultados de alguns DVDs a estarem isentos dos artefactos que aparecem em alguns televisores de outras marcas.
E, quando o sinal recebido está ao nível da qualidade do ecrã e do processamento de vídeo, esta televisão brilha. Respeita muito bem o grão e a colorimetria originais, e também recupera muitos detalhes nas sempre complicadas zonas dos cinzentos. Ao reproduzir este filme numa plataforma de streaming, os detalhes sofrem um pouco como resultado da maior compressão, mas a qualidade geral da imagem é ainda muito boa. Outro ponto importante a seu favor é a uniformidade com que o sistema de retroiluminação fornece luz ao painel. A distribuição da luminosidade por toda a superfície do painel é muito homogénea, o que só abona em favor de quanto os engenheiros da LG refinaram este tipo de retroiluminação bastante polivalente. Mesmo pesquisando no site da LG Coreia não consegui descobrir qual será a luminosidade máxima em Nit que o ecrã atinge mas em termos subjectivos ele vai bem para além daquilo que os LCD e OLD convencionais conseguem, desdobrando na nossa frente zonas a zonas plenas de luz, sem que alguma vez se detecte qualquer indício de solarização. Seguramente o modo ULTRA Luminance Pro está bem à altura dos seus pergaminhos, aumentando a luminosidade sem estragar nada.
No que diz respeito à gestão de movimentos, não há nada a opor, pois a 65QNED91 rivaliza com as propostas topo de gama não só da LG, mas também da Sony e da Panasonic, que tradicionalmente se destacam nesta secção – o Motion Pro cumpre muito bem a sua função. E os seus ângulos de visão lateral são muito amplos, embora não correspondam, como seria de esperar, aos proporcionados pelos televisores OLED. Em zonas em que aparece uma forte iluminação sobre um fundo escuro, tais com as de fogos-de-artifício, pode eventualmente ser visível um muito ligeiro halo, que não é, no entanto excessivamente marcante. Felizmente, este tipo de artefactos de imagem não é perceptível quando da reprodução da esmagadora maioria dos conteúdos cinematográficos, não se tornando assim relevante em 99,9% das situações.
A emissão de som através das duas saídas, com uma potência total de 40 W é suficiente para atingir um nível de pressão sonora muito apreciável quando se vê um filme de acção, mas os seus graves não são suficientemente profundos para as grandes cenas «explosivas», pelo que vale certamente a pena investir um pouco mais de dinheiro numa boa barra de som, ou, melhor ainda, num dispositivo multicanal dedicado, se o orçamento do comprador o permitir. Destaca-se a muito razoável emulação virtual do Dolby Atmos, bem como a compatibilidade com o formato WiSA Speaker 2.1ch, o que facilita a ligação a colunas sem fios que tenham igualmente compatibilidade com este formato. A variedade de formatos de som ultrapassa tudo aquilo que já vi em televisores, indo ainda à curiosidade de incluir um modo de som para ver cricket!
Os videojogos não são necessariamente a nossa praia mas a consulta de um especialista que se dedica a esse campo há vastos anos permite-nos deixar aqui umas breves notas: a qualidade geral de imagem está quase ao nível da que nos é proporcionada nos videojogos por televisores topo de gama com retroiluminação FALD e o tempo de resposta do painel não é tão baixo como o fornecido pelas matrizes OLED, que costumam especificar um valor menor que 1 ms, mas não é nada penalizante. Além disso, todas as entradas HDMI implementam a norma 2.1 e suportam as tecnologias de sincronização adaptativa VRR, ALLM HGIG, GeForce NOW e AMD FreeSync Premium, ficando apenas a nota de que o 65QNED91 não suporta o NVIDIA G-SYNC, embora implemente o HFR (High Frame Rate) a 4K/120 quadros por segundo.
Conclusão
Esta 65QNED91 é, acima de tudo, é uma proposta com um equilíbrio que é muito atractivo entre tecnologias LCD e OLED. O preço de venda recomendado coloca-o par a par com o OLED65C46 mas onde decididamente o QNED91 ganha é no nível de luminosidade. Além disso, a qualidade geral de imagem é muito boa, fazendo bom uso da tecnologia Mini LED e tem a seu favor o emprego das tecnologias de reprodução de cor mais avançadas da LG que se destacam bem quando da reprodução de filmes com boa fotografia, sejam provenientes do Netflix sejam em Blu-ray 4K. O WebOS 24 tem melhorias muito úteis em relação a 2023 e o funcionamento é muito fluído. A pequena pecha mencionada não mancha de maneira nenhuma um televisor que tem, em nosso entender, uma das melhore relações preço / qualidade do mercado.
LG 65QNED91: especificações técnicas e preço
PAINEL QNED MiniLED de 65 polegadas, 100 Hz, 10 bits 4K UHD
Resolução – 3.840 x 2.160 pontos
Retroiluminação – Mini LED
Formatos HDR – Dolby Vision IQ, HDR HDR10 Pro e HLG
Processador de imagem – 4K Alpha 7 Gen 4 AI com tecnologias de imagem Dynamic Tone Mapping, Motion Pro, Nano Color Pro e Fully Array Dimming Pro
Modos de Imagem – Vivo, Padrão, Eco, Cinema, Desportos, Optimizador de jogos, Filmmake, ISF (sala luminosa/dia), ISF (sala escura/noite)
Sistema operativo – WebOS 24
Entradas e saídas – 4 x HDMI 2.1, 2 x USB 2.0, 2 (uma para antena/ TV por cabo e outra para stélite), 1 x saída de áudio digital óptica, 1 x Ethernet.
Ligações sem fios – Wi-Fi 5 e Bluetooth 5.1
Tecnologias de jogos – AMD FreeSync Premium, VRR, ALLM e HDR GiG
Configuração das saídas das colunas – 2.1 com virtual surround
Potência de áudio total – 40 W
Som IA (Virtual 5.1 Up-mix), Bluetooth surround, LG sound sync e LG TV sound mode share
Etiqueta energética – Classe F
Dimensões – 1,452 x 903 x 336 mm (com base)
Peso – 30,3 kg (com base)
Preço – 1499 €
Distribuidor LG Portugal