Um amplificador integrado de alto nível e que nunca precisará de actualizações
Se muitas marcas se dedicam ao fabrico dos mais diversos componentes de alta-fidelidade, a japonesa Rotel, a funcionar desde 1961, tem-se focado acima de tudo no fabrico de amplificadores, sejam integrados ou separados (embora também tenha alguns leitores de CDs e DACs). E se a maioria desses amplificadores inclui componente digital, neste novo, e muito acessível, A8, a Rotel concebeu um produto puramente analógico, como eu gosto.
As primeiras impressões são positivas, como o A8 a apresentar um design simples mas muito elegante, todo em preto - com os vários LEDs a fazerem contraste com o mesmo preto (existe também a opção de acabamento em cinzento, que pelas imagens da Internet, também me pareceu uma excelente opção). Para além do LED indicador do estado de ligado e do que indica o canal escolhido, temos ainda um conjunto de indicadores que acompanham o robusto e central botão de volume, o que permite sempre saber visualmente em que nível de volume estamos (a fazer lembrar um amplificador de guitarra). Pressionando o botão AUX, na frente do amplificador, é possível alternar entre quatro cores para os LEDs: azul, vermelho (ou encarnado para quem evite a segunda pessoa do singular), verde e roxo, embora indicador de ligação se mantenha sempre azul.
Apesar de custar menos de 500 €, e não incluir nenhum componente digital, o A8 proporciona uma entrada de phono (MM) para os interessados no vinilo, o que não é o meu caso, mas sobre a qual li vários bons comentários. Em termos de amplificação temos uma topologia Classe A/B, com um transformador linear, e que proporciona 30 watts a 8 ohm (os 40 watts indicados, são atingidos a 4 ohm, suponho que para inflacionar um pouco uma figura que não é particularmente impressionante). Para além da entrada de gira-discos, temos três entradas de linha RCA e um controlo remoto de qualidade surpreendente para o preço - existem ainda uma saída para auscultadores, e controlos de balanço, agudos e graves que, infelizmente, e ao contrário do que costuma acontecer nos produtos Rotel, não são controláveis pelo controlo remoto… Na parte de trás temos ainda um selector para activarmos ou desactivarmos a opção ”auto power down” - que, em modo activo, significa que o amplificador se desliga automaticamente ao fim de algum tempo sem qualquer utilização.
Dito tudo isto, a minha curiosidade estava muito alta antes de ouvir este amplificador - não só porque convivi muitos anos com um Rotel RA-12 no meu sistema, mas também porque a recente crítica da revista britânica What Hi-Fi?, atribuindo não só cinco estrelas como o prémio de amplificador do ano abaixo das 500 libras a este A8, me deixava muito intrigado (não é uma revista conhecida pelo excesso de generosidade, certamente) E, apesar da sua baixa potência, decidi experimentar o A8 com as KEF LS50 (versão original) que têm feito parte do meu sistema recentemente - apesar de as KEF serem famosas por serem exigentes no que toca ao amplificador que as precede. Como lerão em baixo, surpreendi-me e já não foi a primeira vez que um amplificador de baixa potência (também convivi vários anos com um NAD de 20 W) me provou ser completamente capaz, mesmo com colunas difíceis, o que prova que, se há vida para além do défice, também há vida para além das especificações.