Audience frontRow XLR

Jorge Gonçalves

10 outubro 2024

No melhor lugar da sala de concerto

Audições


Os Audience frontRow foram inseridos no meu sistema habitual, formado pelo conjunto de electrónica Inspiration 1.0, da Constellation, tendo como fonte digital o Roon Nucleus Plus, alimentado pela fonte de alimentação Ferrum Hypsos, e durante algum tempo o Pink Faun 2.16 ultra, com o iFi Audio Pro iDSD como descodificador D/A e renderer de MQA (descodificação completa) e, no domínio analógico, o gira-discos Basis com braço SME V Gold e cabeça Air Tight PC1 Supreme, sendo o prévio de gira-discos o Nagra CLASSIC Phono. As colunas eram as Diptyque DP 140MkII, e os cabos de interconexão e coluna eram predominantemente da gama Select, da Kimber, com o AudioQuest Thunderbird ligado entre o iFi Audio Pro DSD e o prévio da Constellation. Na alimentação de sector pontuava a régua Vibex Granada Platinum, à qual ligavam todos os equipamentos electrónicos em uso, sendo o amplificador de potência da Constellation alimentado através do cabo Tiglon TPL-2000A. O Silent Power LAN iPurifier Pro que testei muito recentemente continuava ainda por cá, bem como o cabo de Ethernet AudioQuest Cinnamon. O cabo da Audience ficou a funcionar entre o prévio e o amplificador de potência da Constellation, substituindo uns Kimber KS 1026. Ensaiei ainda o cabo da Audience entre a saída do prévio da Constellation e dois Cary 805 Signature que forma recentemente remodelados de forma profunda.

Ao contrário do que o nome possa sugerir, a audição do sistema com os frontRow inseridos não me fez sentir na primeira fila de um concerto. O palco sonoro era muito amplo nas três dimensões, mas sempre focado, com uma representação quase tridimensional de cada um dos intervenientes no processo musical em curso.
Ao mesmo tempo, o equilíbrio harmónico deste cabo é de primeira ordem, com os timbres musicais a serem expressos com um realismo altamente convincente – a relação crítica entre a nota fundamental e as suas harmónicas é mantida de modo absoluto, permitindo uma destrinça sempre fácil entre instrumentos que emitam notas nas mesmas faixas de frequências. Este é um aspecto nem sempre focado de modo evidente quando se fala de cabos, também porque muitos utilizadores consideram que os cabos devem funcionar quase como igualizadores, acentuando ou atenuando algumas zonas de frequência, exactamente o oposto daquilo, que em meu entender, um cabo deve fazer. Adaptando aquilo que o fundador da QUAD, Peter Walker, dizia, um cabo deve funcionar como um dispositivo o mais transparente possível, mantendo a mais absoluta neutralidade perante a multitude de notas musicais que circulam através dele e não sofrendo daquilo que aflige alguns outros acessórios deste género e a que eu chamo «complexo Frankenstein»: nestes casos pouco abonatórios, os graves, médios e agudos parecem provir de direcções e instrumentos diferentes, juntando-se depois numa dissonante amálgama que não é mais que um fac-simile do som original. Os graves saídos através dos frontRow são mais nada, nada menos que esplêndidos – profundos, seguros, com excelente definição e precisos. Foi sempre possível distinguir entre diversos modelos de guitarras-baixo, contrabaixos e mesmo instrumentos de percussão. A gama média dos frontRow é bonita, sedosa e convincentemente natural e cheia de vida., como que florescendo perante nós do mesmo modo que acontece com a música real quando, por exemplo, estamos numa sala de concerto em frente a uma orquestra sinfónica.
Todas estas apreciações resultaram da audição de um vasto conjunto de faixas musicais de diferentes estilos, especialmente jazz, clássica e rock, desde a Sinfonia Fantástica, dirigida por Leonard Bernstein, a Locomotion, por John Coltrane, a Keith Jarrett em Munich 2016 (Live), a Henryk Szering, nos concertos de Paganini, à Kaunas Chmaber Orchestra e assim por diante.

Como já mencionei acima, os frontRow foram também experimentados entre o prévio Constellation Inspiration e os dois monoblocos Cary 805 Signature. E, por muitas loas que já tenha tecido, cabe-me reconhecer que foi com esta companhia que estes cabos sublimaram as suas qualidades. As músicas que já tinha ouvido ganharam subtilezas complementares e a transparência caiu que nem ginjas na sonoridade dos Cary 805, melhorando um pouco mais a minha capacidade de perceber as mínimas subtilezas de peças musicais por vezes bem complexas. Os extremos de frequência, principalmente os agudos, tornaram-se mais vívidos e presentes, com uma extensão que ia um pouco mais além. Os grave ficaram tensos, bonitos, voluptuosos.

Conclusão

Foi mesmo muito interessante ter os Audience frontRow XLR no meu sistema. Exaltaram qualidades que eu já conhecia, combinaram-se bem com diversos outros componentes e exaltaram mesmo as qualidades de outros. Em termos de relação qualidade / preço recebem uma forte recomendação.


Cabos Audience frontRow XLR
Preço               4674 €
Representante Logical Design