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Sonus faber Sonetto I G2

Sonus faber Sonetto I G2

Miguel Marques

24 setembro 2024

Um som muito para além do seu tamanho.


Comecei então o meu teste com dois discos do pianista dinamarquês Rasmus Sorensen - Traits (2022, 24-96) e Balancing Act (2024, 24-44.1), acompanhado por um Rotel RA-12 (versão de 2012) e por um streamer da Cambridge Audio, o MXN10. E, para ser sincero, não estava particularmente feliz com o som, particularmente com os poucos graves, o que me levou a suspeitar que fosse o Rotel o culpado… e confirmou-se: por sorte recebi um Cambridge Audio CXA81 V2 para teste, e a diferença foi da noite para o dia - com bons graves, muito presentes, e muito mais corpo nos médios. Fica então a nota: as Sonetto gostam de boa amplificação e é necessário ter isso em conta, fazendo uma muito boa parelha com o CXA81 V2.

Foto 4 Sonus faber Soneeto I G2

Foto de «família» das Sonetto G2.


Continuado a audição, agora com o Cambridge, senti logo que as Sonetto não têm o mesmo boost nos agudos que as Lumina II (embora aguarde medições das Sonetto para comprovar objectivamente as minhas subjectivas impressões), sendo bastante mais transparentes e neutras neste departamento - embora também não tenha agudos atenuados, são até bastante detalhados e claros, mas sem a mesma presença marcada que notei nas Lumina. Já os graves, agora com o CXA81 V2, são muito mais cheios do que com o Rotel e obrigaram até a um maior afastamento da parede, para não se embrulharem demasiado… A sensação de palco é contida e intimista, o que me agrada sempre em discos de jazz, preservando a sensação de primeira fila num pequeno clube.

Foto 6 Sonus faber Soneeto I G2

No mundo da música clássica, dediquei-me ao disco Schubert (2019, 24-96) da pianista georgiana / francesa Khatia Buniatishvili - extraordinariamente bem gravado (a Sony Classical não costuma brincar nesses assuntos) e interpretado, e, como indica o nome, integralmente dedicado ao compositor austríaco Franz Schubert, um dos nomes mais importantes e influentes do início do Romantismo (fica a nota: aquilo a que vulgarmente se chama música clássica se divide no entanto em quatro períodos: Barroco, Clássico, Romântico e Contemporâneo - este último abrange um pouco de tudo, desde os impressionistas aos serialistas, entre muitas outros vanguardistas do século passado). As Sonetto brilharam mais aqui que nos discos anteriores, embora a qualidade da gravação também ajude, transmitindo na íntegra a profunda emoção desta música, com destaque particular para os transientes do piano e para a capacidade de seguirem as excelentes e muitas variações dinâmicas que a pianista impõe (e que estas peças requerem), ambos aqui reproduzidos exemplarmente - chegando até, a espaços, a parecerem colunas de outra gama de preço…

Foto 5 Sonus faber Soneeto I G2

Por fim, escolhi o disco Sob Rock (2021, 24-48), do guitarrista e cantor norte-americano John Mayer, eventualmente o último Guitar Hero que o mundo viu, embora seja mais conhecido pela sua voz e pelas inúmeras aventuras românticas fora dos palcos. Com a compressão inevitável que estes discos têm, as Sonetto fizeram no entanto um bom trabalho, e reproduziram muito bem esta homenagem de Mayer aos anos 80 - com excelente timbre vocal, muito peso nos kicks da bateria e, novamente, uma sensação de palco mais intimista que expansiva, o que me agrada muito mas que pode ser limitativa para amantes de música mais espacial, como a música electrónica… A ter em atenção. E, claro, é sempre bom saber que mesmo em gravações mais comprimidas e com muitos instrumentos electrónicos, as Sonetto não são demasiado cruéis e não retiram nenhum prazer a escuta deste tipo de discos, o que já me aconteceu com outros produtos.

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Como curiosidade final, decidi ouvir um pouco do Greatest Hits dos Gorillaz, música electrónica bastante espacial e confirmei o que já me parecia - as Sonetto soaram muito bem com estes temas mas não apresentam o maior palco que já ouvi, e alguns fãs deste estilo de música podem sentir falta disso (embora outros elementos do sistema possam estar também a «limitar» o tamanho do palco). De qualquer forma, como já escrevi outras vezes, a maior parte dos estilos de música beneficia, e muito, de palcos mais contidos e não creio que isto seja um problema para a esmagadora maioria dos utilizadores.

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Como conclusão, as Sonetto trazem consigo o potencial de entregar um som Sonus faber a um preço acessível - e cumprem essa entrega. Bastante mais suaves que as Lumina nos agudos, foram por isso mais do meu agrado, mas também são razoavelmente mais caras. Fazem uma excelente combinação com o MX10 e com o CXA81 V2 da Cambridge Audio, o que torna possível obter uma admirável qualidade de som a um preço bastante acessível. Com um palco intimista, funcionaram muito bem num espaço pequeno e em near field listening, o que nem sempre é fácil, mesmo em monitoras - sendo inclusive simpáticas com gravações mais contemporâneas, com os seus (muitos) defeitos. Mais um excelente produto a ter em conta no mercado das bookshelves acessíveis e que recomendam uma audição na Imacustica (onde poderá ouvir também o CXA81 V2, embora certamente outras recomendações de amplificação possam ser possíveis - será sempre aconselhável ouvir a opinião da própria loja). Em 2024 já é possível ter um muito agradável vislumbre do som Sonus faber sem ter de roubar um banco, e isso é de louvar.


Colunas Sonus faber Sonetto I G2

Preço                 1 999 €
Representante   Imacustica