NAD Masters M66

Jorge Gonçalves

17 setembro 2024

Um prévio / streamer de grande «Mestria»

O NAD M66 é o produto de um fabricante com mais de 50 anos que resolveu finalmente apetrechar a sua linha de topo Masters com um préamplificador digno desse nome, combinado com software de streaming e multiroom (capaz de trabalhar com ficheiros de áudio com uma resolução até 24 bit /192 kHz) que está entre os melhores tanto em facilidade de utilização como em ergonomia.
A NAD lançou a sua Masters Series há 10 anos – equipamentos seleccionados equipados com componentes de nível audiófilo e um design corajoso e confiante que fazia com que as caixas pretas tradicionais parecessem mesmo fora de moda. Há quatro anos, foi anunciado o amplificador integrado M33 equipado com a tecnologia de amplificação híbrida ‘Purifi Eigentakt’. Esta mesma tecnologia de amplificação apareceu dois anos depois no poderoso amplificador de potência M23. Mas não há dúvida que faltava um parceiro para «bailar» com ele e esse parceiro é o M66.


Descrição



Anunciado há um ano, o M66 chegou finalmente há muito pouco tempo e tem pergaminhos para dar que falar. Na sua essência integra um amplificador digital e um amplificador analógico com percursos de sinal independentes para fontes analógicas e digitais e ainda fontes de alimentação separadas para cada um. Estão fortemente protegidos um do outro para evitar sinais que possam prejudicar a performance e afectar a diafonia. Se, por exemplo, o utilizador for um adepto ferrenho do apenas analógico, utilizando um gira-discos e, consequentemente, o andar phono MM/MC integrado no M66, existe um «Modo Analógico Directo» que, quando seleccionado, coloca de lado todo o processamento digital. A entrada de phono MM/MC do M66, tem uma igualização RIAA de grande precisão, margens de sobrecarga elevadas e um circuito inovador que suprime o ruído infra-sónico, que está sempre presente na reprodução de discos de vinilo, sem afectar a resposta dos graves.

Com apenas um discreto interruptor de toque de ligar / desligar colocado na superfície superior e nivelado com a estrutura em alumínio escovado, o painel frontal é minimalista ao extremo: há um grande mostrador a cores sensível ao toque e um controlo de volume. E, para além da saída para auscultadores por jack de 6,3 mm que liga a um amplificador dedicado de alta qualidade, e que está situado do lado esquerdo, por debaixo do logótipo da NAD, nada mais há a mencionar. O mostrador tem uma elevada legibilidades devido ao seu tamanho e resolução e é possível seleccionar vários modos de apresentação, incluindo a presença de dois vuímetros (analógicos ou digitais) que alguns tanto apreciam. Depois de muito procurar conclui que esta selecção não se pode fazer através da aplicação BluOS mas apenas utilizando o ecrã frontal do M66. E descobri também que o controlo táctil só funciona com alguma persistência por parte do utilizador, pois o mostrador é algo «teimoso» e nem sempre obedece ao toque do dedo – idiossincrasias da electrónica…
No centro da secção digital está um DAC ESS Technology Sabre ES9038PRO de nível audiófilo. Este é um chip conhecido pela sua ampla gama dinâmica, ruído e distorção ultrabaixos e desempenho impecável no domínio do tempo. A NAD afirma que é um avanço considerável em relação ao DAC do integrado M33, e vários outros componentes no caminho do sinal digital são igualmente melhorados - os resultados de que vou falar mais adiante certamente atestam a veracidade desta afirmação.
O M66 é o primeiro componente da NAD a apresentar o inovador circuito de controlo Dinâmico de Headroom Digital (DDH) Quando activado através da aplicação BluOS, o DDH elimina possíveis distorções que podem ocorrer durante a conversão D/A devido a picos digitais que podem ter origem em transitórios inesperados de alta frequência. Os benefícios são especialmente perceptíveis com instrumentos de percussão tais como a bateria: as pancadas são mais impactantes, e os pratos são mais realistas e menos agrestes. Embora a NAD não o anuncie em lado nenhum, diversas fontes credíveis na Internet indicam que o nível de controlo implementado no DDH do M66 é de -3 dB, o valor considerado como quase universal entre todos os fabricantes de incluem esta capacidade.
Para controlar o volume o M66 emprega um circuito com resistências em escada de alta precisão com controlo por roda codificadora. Em comparação com os circuitos analógicos tradicionais, o controlo de volume por passos digitais do M66 reduz acentuadamente distorções térmicas e outras com elas relacionadas, maximiza a gama dinâmica e equilibra com maior precisão as saídas do canal esquerdo e direito ao longo de toda a gama de controlo de volume. A indicação no painel frontal pode ter lugar através de um valor numérico ou do mesmo valor graduado em dB.
O painel traseiro do M66 tem uma variedade de entradas e saídas e, para além dos suspeitos do costume, temos HDMI eARC (para utilização com um televisor) e USB-A. Outras opções a nível de entradas digitais incluem duas coaxiais e duas ópticas e uma balanceada AES/EBU; já em termos de entradas analógicas temos dois pares de fichas RCA com nível da linha e um par de entradas balanceadas por XLR. No painel traseiro estão ainda duas slots de expansão que suportam o MDC2, a última geração da tecnologia impermeável de futuro de Design Modular Design da NAD. À medida que a tecnologia evolui, isto permitirá aos proprietários do M66 adicionar novas capacidades simplesmente inserindo um novo módulo MDC2 numa das slots.

Para além das saídas de RCA e XLR balanceadas para ligação a um amplificador de potência, o M66 tem quatro saídas por RCA e quatro balanceadas por XLR para subwofers. O amplificador para auscultadores dedicado incluído no M66 tem uma impedância de saída muito baixa e uma tensão máxima de saída bastante elevada, o que lhe permite alimentar auscultadores exigentes de estúdio de alta ou baixa impedância. O M66 também possui conectividade Bluetooth, com suporte para os codecs AAC, LDAC e aptX HD.
Juntamente com a versão de largura de banda completa do software Dirac Live Room Correction, o M66 apresenta o Dirac Live Bass Control, permitindo o controlo independente de cada subwoofer ligado, para uma resposta suave e consistente em toda a sua sala de audição. A combinação do Dirac Live Room Correction com o Dirac Live Bass Control permite ao M66 proporcionar um desempenho na sala de modo mais preciso do que o faz qualquer componente de dois canais já disponibilizado pela marca.
Os menus da aplicação de controlo do M66 (BluOS Controller App) permitem uma grande variedade de ajustes, muitos deles com o objectivo de tornar o sinal o mais puro possível e, portanto, melhorar a performance - tais como desligar o Wi-Fi e o Bluetooth para evitar qualquer interferência, seleccionar um percurso de sinal apenas analógico (como já foi referido) ou activar o filtro ‘Dynamic Digital Headroom’ (DDH) que reduz a amplitude máxima de sinal digital em 3 dB, criando assim um patamar de «confiança» que evita distorções digitais pouco agradáveis.
Equipado como um streamer de rede de alta resolução baseado no aclamado sistema de gestão de música multiroom BluOS, o M66 oferece acesso a mais de 20 serviços de streaming, incluindo uma boa parte dos que fornecem ficheiros de áudio sem perdas e alta resolução. Utilizando a intuitiva aplicação BluOS num dispositivo inteligente ou computador pessoal, os ouvintes podem reproduzir música a partir do seu serviço de streaming favorito, das suas bibliotecas de música pessoal e ainda de milhares de estações de rádio na Internet, com resoluções até 24 bits/192kHz. Como acontece com todos os componentes equipados com o BluOS, o M66 tem uma capacidade completa de descodificação e rendering de MQA.
Com o BluOS, pode ouvir música apenas numa sala ou partilhar música através da rede doméstica com até 63 componentes adicionais com BluOS da NAD e de outros parceiros de hardware. O M66 integra-se facilmente com os sistemas de controlo doméstico das Control4, Crestron, ELAN, RTI, URC e outros. O M66 pode ainda obedecer a controlos por voz, utilizando o Amazon Alexa ou Apple Siri.

Resumo de características

• Ligações de rede Ethernet e Wi-Fi
• O streamer BluOS fornece acesso a mais de 20 serviços de streaming, incluindo vários que fornecem áudio sem perdas e de alta resolução
• DACs ESS Sabre ES9038PRO e ES9822PRO.
• O inovador controlo Dinâmico de Headroom Digital (DDH) elimina a distorção digital de picos de sinal.
• Descodificação completa e rendering de MQA.
• Suporte para Apple AirPlay 2, Spotify Connect, Tidal Connect.
• Integração perfeita com sistemas de controlo de smarthome, como Crestron, Control4, ELAN, RTI, URC e outros.
• Suporte para controlos por voz Amazon Alexa e Apple Siri.
• Correcção acústica Dirac Live
• Quatro saídas para subwoofers balanceadas e quatro não balanceadas
• O Dirac Live Bass Control permite uma mistura perfeita entre o(s) subwoofer(s) e os altifalantes principais, com uma resposta linear de graves em toda a área de audição.
• Etapa de phono MM/MC com ruído mínimo e igualização RIAA de precisão, margens de sobrecarga elevadas e filtro infrasónico.
• Entrada HDMI com suporte eARC.
• Duas entradas ópticas e duas entradas coaxiais S/PDIF, uma entrada digital balanceada AES/EBU, dois pares de entradas analógicas ao nível da linha RCA, um par de entradas balanceadas XLR.
• Amplificador para auscultadores dedicado com impedância de saída baixa e nível de tensão de saída bastante elevado.
• Controlo de volume em escada de resistências.
• Mostrador táctil de 7 polegadas no painel frontal.
• Elegante caixa de alumínio.
• Duas slots de expansão MDC2 para inclusão de capacidades futuras.
• Controlo remoto IR incluído.

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