A cereja no topo do bolo
Em uso
A ideia de ter esta fonte de alimentação no meu sistema vinha já da altura em que testei as outras duas porque deste modo eliminava totalmente todas a fontes de alimentação de menor qualidade que ainda tenho nele. Tal não foi possível na altura mas mais vale tarde do que nunca e eis que a versão de 15 V das fontes da Plixir passou então a alimentar o conversor D/A que se segue ao Roon Nucleus+, o iFi Audio Pro DSD. O resto do sistema consistia no conjunto de electrónica Inspiration 1.0, da Constellation, tendo como fonte digital o Roon Nucleus Plus, alimentado pela fonte de alimentação Ferrum Hypsos, com o iFi Audio Pro DSD como descodificador D/A e renderer de MQA (descodificação completa) e, no domínio analógico, o gira-discos Basis com braço SME V Gold e cabeça Air Tight PC1 Supreme, sendo o prévio de gira-discos o Nagra CLASSIC Phono. As colunas eram as QUAD ESL 63 que vão alternando com as Diptyque DP 140MkII, e os cabos de interconexão e coluna eram predominantemente da gama Select, da Kimber, com o AudioQuest Thunderbird ligado entre o iFi Audio Pro DSD e o prévio da Constellation. Na alimentação de sector pontuava a régua Vibex Granada Platinum, à qual ligavam todos os equipamentos electrónicos em uso, sendo o amplificador de potência da Constellation alimentado através do cabo Tiglon TPL-2000A. O Silent Power LAn iPurifier Pro que testei muito recentemente continuava ainda por cá, bem como o cabo de Ethernet AudioQuest Cinnamon.
Já desde há muito tempo que sei que onde as melhorias que possam ouvir-se num sistema são mais evidentes é ao nível da fonte, já lá dizia a Linn nos velhos tempos quando promovia o Linn Sondek. No caso vertente a fonte está dividida em dois blocos, sendo o primeiro o servidor Roon e o segundo o conversor D/A mas, como primeiro deles já está bem servido há uns tempos, nada como tentar igualar o mais possível as duas metades. E vamos ver que valeu a pena.
As primeiras sensações de audição assentaram fundamentalmente num nível de silêncio bem evidente, acompanhado por uma superior fluidez da música que saía das colunas com muito mais facilidade, como se deixasse de ter qualquer tipo de constrangimento. E isso foi principalmente evidente quando escutei os pequenos quartetos de câmara de que tanto gosto. Destaco aqui Anne-Sophie Mutter a tocar a peça A Truta integrada num quinteto em que pontuavam outros quatro grandes intérpretes, muito em especial o pianista Daniil Trifonov. O diálogo entre estes dois músicos atinge níveis excepcionais de brilhantismo, culminando num grande Finale Allegro giusto com transições entre momentos de grande delicadeza no violino alternando com um «cantar» forte do piano. O som tinha uma extrema limpidez, realçando a qualidade dos instrumentos e o valor de quem tocava, parecendo que cada nota saída directamente do coração e tinha por detrás de si um silêncio marcante.
Mas todas estas qualidades foram igualmente sensíveis com outros estilos de música, de que destaco aqui um dos meus favoritos, o jazz, através de uma obra incontornável, o disco Kind of Blue, de que realço a audição da terceira faixa, Freddie Freeloader, onde Miles Davis e Cannonball Adderley brilham a um nível imenso, com a fonte de alimentação da Plixir a lançar ainda mais holofotes sobre esse brilho. O jazz vive de diálogo e improvisação e tudo isso ganha ainda mais relevo quando quer o timbre dos instrumentos quer a separação espacial, outra grande valia da fonte de alimentação ligada ao Pro DSD aqui manifestou, se tornam tão realistas que passamos mesmo a ter os instrumentos e intérpretes a respirarem ali na nossa frente. Estas importantes sensações foram realçadas neste caso pelo recurso ao cabo The Statement DC que estava a experimentar, ouvindo este e outras faixas primeiro com o cabo de ligação normal que é fornecido com a fonte e depois com este acessório. Foi mais um salto qualitativo, não tão pequeno como tudo isso, pelo que sugiro que se experimentem as duas propostas em conjunto. Perder, nunca se perde nada.
Conclusão
Ficou assim fechada a saga de experimentação das diversas propostas da Plixir em termos de fontes de alimentação externa, mais uma vez com pleno sucesso. O conceito é ganhador e, embora se tenha que investir uma soma não despicienda de dinheiro para eliminar todos os «alimentadores» de um sistema, os ganhos são sensíveis, muito naturalmente realçados pelo facto das fontes serem unidades independentes e totalmente isoladas entre si. Recomendo que os interessados comecem pela fonte ou pelo elemento mais em simbiose com ela porque será aí que os ganhos se tornam mais evidentes. Agora que os streamers começam a entrar com toda a facilidade para tantos sistemas de áudio, chegou o momento certo para ver até que ponto o seu desempenho melhora com uma destas fontes.
Fonte de alimentação externa Plixir Elite BDC 15 V/2 A
Preço 857 €
Representante Exaudio