Música numa outra dimensão
Com acontece com muitos outros temas e conceitos de áudio, a ligação de dados para um streamer ou outro equipamento de áudio digital, tem desde há algum tempo a esta parte sido alvo de alguma controvérsia. Há quem ponha as mãos no fogo por métodos «comprovados» de melhorias de performance, há quem igualmente jure pelos cabos Ethernet de alta qualidade, há quem seja pró e contra as ligações ópticas, enfim, há de tudo para todos os gostos.
Se há marca que periodicamente lance todo o tipo de acessórios para melhorar as ligações, a alimentação, o jitter, no fim de contas quase tudo em que se possa pensar que pode ser melhorado, essa marca é a iFi Audio. Pois a Silent Power é uma submarca da iFi Audio, com um site separado dedicado aos seus equipamentos e que conta desde já com uma vasta gama de propostas de acessórios, incluindo algumas que constam em duplicado na página Web da iFi Audio.
Este era o OptiBox original.
O LAN iPurifier Pro começou, há cerca de dois anos, um produto puramente iFi Audio, com a designação OptiBox e evoluiu então muito recentemente para a proposta actual. Trata-se de uma pequena «caixinha» com sete «janelas» luminosas na frente e duas ligações RJ45 mais um jack para entrada da alimentação na traseira. E o que ele faz é pegar no sinal convencional de Ethernet, convertê-lo para o formato óptico com regeneração do sinal de clock, tornar a passá-lo para a norma Ethernet e apresentá-lo na outra ficha RJ45 todo «limpinho» e com total isolamento galvânico em relação à rede de transmissão de dados, normalmente proveniente do router da operadora de telecomunicações com que temos contrato.
A estrutura interna é muito simples e compacta, como todos os componentes montados numa placa de circuito impresso que desliza em ranhuras internas da caixa de alumínio. Inseridos no interior do bloco fechado com a indicação OptiBox que contém as fichas Ethernet temos dois optoacopladores que convertem o sinal Ethernet em óptico e vice-versa, assegurando o isolamento galvânico. Um cabo óptico miniatura SFP a funcionar em monomodo (SC) liga estes dois blocos entre si.
Os responsáveis pela conversão eléctrica / óptica são dois transceptores RTL8213B que aceitam sinais com velocidades em kbit/s de 10/100/1000Base-T, com duas portas que podem funcionar em full-Duplex até 1,25 Gb/s e que são bidireccionais, ou seja, funcionam convertendo sinais de dados Ethernet em ópticos e vice-versa. Estes mesmos transceptores, de acordo com o datasheet do fabricante, fazem a limpeza do jitter, algo que adquire ainda mais importância no caso de se utilizar uma ligação óptica pois tudo fica muito dependente da qualidade do fotoacoplador utilizado e há quem goste de poupar neste campo – os bons fotoacopladores podem ser bem caros – enquanto um fotoacoplador «normal» pode custar menos de um euro, um Vishay VOIH72A já custa algo como 5 euros.
A fonte de alimentação interna transforma os 5 V recebidos através da ficha USB-C para 3,3 V, valor da tensão de alimentação do transceptor de dados. Um interruptor de pressão colocado na traseira permite regular a intensidade luminosa dos LEDs do painel frontal em dois níveis ou mesmo desligá-los, o que é muito conveniente porque eles estão permanentemente a piscar, sinalizando a transferência de dados, e podem causar distracção ou mesmo cansar os olhos mais sensíveis.