O melhor Mini LED de sempre
A tecnologia Mini LED foi adoptada quase desde início pela TCL, com os primeiros televisores com painéis desta tecnologia a aparecerem no mercado em 2021.
Uma vez que os especialistas em marketing continuam a usar todos os argumentos para confundir o consumidor, talvez seja tempo de tentar explicar de maneira sucinta quais são as várias tecnologias que podem ser usadas para fabricar um painel de imagem. Já que o plasma saiu das linhas de produção há algo como dez anos, ficamos então por junto com duas tecnologias: cristal líquido (LCD) e LED orgânico (OLED). Há um conjunto alargado de variantes nas tecnologias de produção dos ecrãs LCD mas o que interessa desde já reter é que os cristais líquidos que formam os pixels funcionam de modo a deixar ou não passar a luz através deles, conforme a orientação paralela ou perpendicular a um feixe de luz que está por detrás do cristal.
A iluminação traseira necessária para a apresentação da imagem era inicialmente produzida por um conjunto de lâmpadas fluorescentes muito finas e a primeira grande inovação na fabricação dos painéis LCD ocorreu quando se substituíram as lâmpadas fluorescentes por díodos LED. E foi aí que apareceu o conceito de LED TV, inventado pelos criativos do marketing e que leva os consumidores a crer que a imagem que aparece neste tipo de painéis tem origem em LEDs, o que não é verdade: um televisor LED não deixa de ser um televisor de cristal líquido, com a retroiluminação a ter origem em LEDs colocados nas duas bordas lateiras do ecrã ou por detrás dos cristais líquidos!
A pouco e pouco a tecnologia de fabricação de LEDs foi evoluindo a passou a ser possível produzir LEDs miniatura com dimensões inferiores a 0,2 mm, tendo sido essa a razão por que se passou a designar um determinado tipo de painéis LCD que usam estes LEDs miniatura associados por zonas de iluminação para produzir a retroiluminação por painéis Mini-LED. Não é muito difícil concluir que quanto mais zonas / blocos de iluminação existam melhor será a qualidade da imagem produzida pelo painel porque esses blocos podem ser controlados individualmente em termos da luminosidade que emitem. E tem sido fundamentalmente esta a grande inovação desenvolvida pela TCL, fabricante dos painéis que usa nos seus televisores, e que aumentou de maneira significativa o número de zonas controladas. Apenas como um exemplo, dentro da gama C845 de que vou falar aqui, temos, respectivamente, 480/576/720 e 896 zonas, conforme a diagonal do ecrã é de 55/65/75 ou 85 polegadas. Isto quando em 2022 esses mesmos ecrãs tinham, pela mesma ordem, 240, 288 e 360 (em 2022 não existia nesta gama o modelo de 85 polegadas), ou seja, de 2022 para 2023 a TCL duplicou o número de zonas com iluminação controlada (dimming zones). Sobre o OLED já falei à saciedade e, além disso, ele não é aqui trazido à colação pelo que basta dizer que nos painéis desse tipo não existe retroiluminação porque cada díodo orgânico é um pixel e emite directamente a luz com a intensidade de que a imagem que visionamos necessita.
Ainda em relação aos painel do televisor 65C845 alvo de teste, é interessante destacar que a TCL combina a tecnologia Mini-LED com a QLED (Quantum LED) na qual se introduz em frente a cada pixel de cristal líquido como que um intensificador de luminosidade. A combinação das 2 tecnologias possibilita a obtenção de níveis de luminosidade de imagem da ordem dos 2 200 pixels, o que melhora muito a qualidade da imagem em ambientes de iluminação elevada e, ao mesmo tempo, eleva igualmente a relação de contraste, a qual não é mais que a divisão do nível máximo de luminosidade pelo nível mínimo. Tudo isto dá origem a uma performance de grande nível com originais HDR, como veremos adiante. Outras melhorias introduzidas na nova gama C845 para 2023 consistem na utilização de um processador AiPQ3.0, implementado através de um chip quad-core ARM Cortex-A73 equipado com 3 GB de RAM e uma GPU Mali-G52. Através da inteligência artificial e de um algoritmo com uma vasta quantidade de cenários predefinidos, que introduz ajustes nos detalhes de cinzento, ao mesmo tempo que mantém os negros bem profundos, obtém-se uma relação de contraste que dá origem a resultados visuais ao nível do melhor que é possível fazer na tecnologia Mini LED, a um preço verdadeiramente de combate.
O mercado de reposição de televisores aponta para dimensões de ecrã compreendidas entre as 55 e as 65 polegadas de diagonal, pelo que o 65C845 aponta realmente ao ponto fulcral dos interesses dos consumidores. O investimento de cerca de 36 mil milhões de dólares efectuado entre 2010 e 2023 possibilitou à TCL ter 10 linhas de produção de painéis e muito possivelmente entrar este ano na geração 8.5 de fabricação de OLED com recurso à tecnologia de jacto de tinta.