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EMT JSD Pure Black

EMT JSD Pure Black

Jorge Gonçalves

2 abril 2022

O regresso de um dos grandes nomes do analógico


Audições
A Pure Black no meu sistema habitual, formado por conjunto de electrónica Inspiration 1.0, da Constellation, tendo como fonte analógica o gira-discos Basis com braço SME V Gold e onde foi substituir a Air Tight PC1 Supreme. As colunas eram as QUAD ESL63 Pro, e os cabos de interconexão e coluna eram predominantemente da gama Select, da Kimber. Na alimentação de sector pontuava a régua Shunyata à qual ligavam todos os equipamentos electrónicos em uso. O prévio de phono era o que uso há muito tempo, tendo sido construído no meu laboratório.

Ter mais uma oportunidade de ouvir «discos pretos» é sempre algo gratificante para mim, embora trabalhar com objectos tão frágeis seja sempre saudável para os de coração mais fraco, por mais anos de experiência que tenham no seu manuseio. Há que estabelecer uma rotina tal como uma fábrica de produção e seguir rigorosamente cada um dos passos para evitar sustos. Tudo somado, fiquei com a Pure Black montada no braço SME Gold e a Air Tight PC1 Supreme que lá estava antes de regresso à sua bela caixa em menos de meia hora, passando depois aos ajustes e calibração, com recurso ao esquadro de alinhamento da Garrott e uma balança para definir o peso de leitura. Uma vez mais deparei-me com o velho problema do elevador do braço SME V que por um lado prende quando lhe dá na bolha e por outro obriga a ajustar a altura da base do prato para que ele não roce na borracha de fixação quando da leitura do disco. De tudo isto resultou que consegui ajustar a Pure Black de modo a que ela ficasse com um ângulo de ataque vertical ligeiramente superior ao normal, algo que, para o meu gosto, funciona bem com praticamente todas as cabeças e permite obter uma imagem espacial ligeiramente mais ampla. Depois de ouvir vários discos acabei por optar por um resistência de carga de 220 ohm, mais ou menos metade do que utilizo com a PC1 Supreme. E começou então a fase de «rodagem» que se alargou por um período de quase 30 horas, isto sem prejuízo de me parecer que se a Pure Black fosse minha ainda lhe daria mais alguma queima.

HiFiction-3

Como ouvir uma boa cabeça é para mim sempre uma ocasião especial tenho na minha colecção uma boa quantidade de discos selados que, tal como uma boa garrafa de champanhe, esperam pela companhia certa para serem usufruídos. E é exactamente por um desse que começo, a Petrushka, de Igor Stravinky, com a Orchestre de la Suisse Romande conduzida por Ernest Ansermet, uma edição limitada da Athena. Esta é a segunda cópia que tenho e a sua inauguração traduziu-se naquilo que eu esperava, pois mostrou que a Pure Black é uma cabeça de excepção, com uma marcante velocidade de reprodução de transientes e uma capacidade dinâmica que acompanha de modo quase instantâneo mesmo as mais intensas variações da música. Das minhas notas destaco o belíssimo quase bailado dos naipes de cordas logo após a introdução e a precisão, definição e envolvimento dos graves no início do lado B.


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