EMT JSD Pure Black

Jorge Gonçalves

2 abril 2022

O regresso de um dos grandes nomes do analógico

Sendo a cabeça de origem alemã, nada como passar a um disco de origem germânica, o LP duplo da Manger – Musik wie von einem anderen Stern (Música como se de outro planeta). E aqui, para além das diversas peças clássicas excelentemente gravadas, tais como o Inverno, da 4 Estações de Vivaldi, fiquei absorto a ouvir Livingston Taylor, em Isn’t She Lovely – a perfeição rítmica, a beleza tímbrica de cada som e o maravilhoso assobio que só por si é uma orquestra completa foram de tal modo intensos que ouvi esta faixa por duas vezes com todo o prazer. A EMT Pure Black tem a notável capacidade de conseguir ir até ao fundo dos sulcos dos discos e trazer cá para fora toda a informação musical mas não o faz de um modo clínico ou analítico, nunca perdendo de vista o âmago e o calor musical que mexe com as nossas emoções. E esta não é uma combinação fácil de conseguir numa cabeça de gira-discos.

Fecho com a audição do LP In Formation, da Reference Recordings, talvez uma das melhores gravações de um quarteto de cordas que conheço. O resultado da transcrição por parte da Pure Black deste LP excelentemente gravado (embora as músicas não sejam assim tão inspiradas) foi de alto gabarito apresentando-me com um excelente clarividência os quatro músicos tocando num mesmo espaço acústico, com cada instrumento quase perfeitamente visível ali na minha frente embora os sons emitidos por cada um se fundissem de maneira quase líquida numa melodia rica e arejada. As cordas eram quase doces mas não sem vigor, o palco espacial bem amplo, com a música reverberando pelas paredes da capela. A faixa que me deixa sempre pregado ao solo é Joan’s Blues com o violoncelo a comandar uma variedade de instrumentos de percussão tais como blocos de madeira, badalos e outros, num carrossel de percussão que define um marcante envolvimento musical.

Conclusão

A EMT Pure Black é uma cabeça de gira-discos que trará vastas horas de felicidade a muitos audiófilos. Claro que alguns podem levantar o óbice to preço mas do que não podemos esquecer é das recompensas recebidas depois de levar um transdutor deste nível para casa. Isto porque a Pure Black vai buscar sons mesmo ao fundo dos sulcos e traz-nos pormenores de que não nos lembrávamos existirem mesmo em LPs que pensávamos conhecer bem. Portanto, se for um dos felizardos que a vai comprar, o custo inicial vai ser rapidamente amortizado através de muitas e muitas horas de audição de música com grande prazer. E isso não tem preço.


Cabeça de gira-discos EMT JSD Pure Black

 
Preço…................... 4090 €
Representante…...... Exaudio
Telef….................... 91 7600209
Web…..................... https://exaudio.pt/