Cabos de coluna VYDA Artemis

Jorge Gonçalves

1 dezembro 2025

Um convite para ouvir música realmente viva.

Quando o Vlamir, da Logical Design, me disponibilizou o cabo VYDA Artemis para ser testado, houve uma luz que se acendeu, pois tinha uma ideia de já ter analisado um produto desta marca. Resolvi fazer uma pesquisa e concluí que a minha memória estava certa: já tinha testado uns cabos da VYDA, mas isso já foi há 7 anos, razão porque tive de procurar bem dentro do meu arquivo de edições em PDF da Audio e Cinema em Casa e lá estava – o cabo de sector VYDA Orion Reference foi testado na edição 270, de Maio/Junho de 2018 e, aqui já tive alguma surpresa, o de interconexão da mesma gama Orion teve o seu teste publicado na edição 273, de Novembro/Dezembro do mesmo ano. Como o tempo passa!
Embora muita água tenha passado por debaixo das pontes desde esse remoto ano de 2018, há diversos aspectos que continuam válidos e, por isso mesmo, vou aproveitar um ou dois parágrafos retirados do texto que então escrevi, nomeadamente contendo informação que tem a ver com o aparecimento da marca VYDA.

A VYDA foi criada graças à gratificante experiência em investigação e desenvolvimento que Enrico Datti teve durante cerca de 25 anos na VYGER, a empresa de fabricação de gira-discos com uma qualidade sem compromissos. Dentro desta empresa, teve a oportunidade de experimentar e pesquisar profundamente, sem limites. Dito isto, para Enrico, a VYDA Laboratories é a continuação de um tipo de investigação que iniciou há muitos anos e que para ele nunca terminará.
Com os meus agradecimentos pela sua simpatia e disponibilidade, vou dar agora a voz ao Enrico para que fiquem com uma ideia do que como e porquê apareceu a VYDA:

“A VYDA nasceu oficialmente com um propósito específico: criar uma linha definitiva de cabos de interligação áudio. Após definirmos os parâmetros fundamentais para iniciar este novo projecto, realizámos várias avaliações em laboratório. Posteriormente, comecei a correlacionar as minhas experiências em laboratório com o desempenho dos cabos em funcionamento, utilizando alguns dos principais sistemas de áudio do mundo. Assim, comecei a criar uma espécie de base de dados para comparar o desempenho e as sinergias dos cabos VYDA. Graças a esta abordagem, compreendi bem as possíveis sinergias entre os meus cabos e os componentes de áudio. Continuo a utilizar esta abordagem para o desenvolvimento dos meus produtos. Sempre estudámos, analisámos, testámos e, finalmente, criámos diferentes tipos e geometrias de cablagem, procurando principalmente resolver os problemas relacionados com as interacções de sinais fracos.

Após a criação de um vasto conjunto de dados obtidos através de análises e experiências, para as configurações de cabos com melhor desempenho, a VYDA utilizou as melhores topologias em metalurgia e geometrias de cabos para oferecer uma construção de cabos incrível e cientificamente comprovada, com um desempenho excepcional em todas as condições, devido à relação que a VYDA identificou entre o desempenho sonoro e a geometria do cabo.
Depois de identificarmos e seleccionarmos rigorosamente apenas as melhores configurações possíveis do ponto de vista técnico e científico, fomos levados a realizar longas análises e avaliações sonoras destes diferentes produtos, na tentativa de obter a relação mais próxima possível entre o resultado sonoro de um cabo e a sua geometria de construção num sistema áudio de referência revelador ou, em todo o caso, absoluto.
O nosso modelo baseia-se em vectores evolutivos, o que nos permite actualizar continuamente o conjunto de dados e melhorar uma plataforma já consolidada. Após testarmos o modelo em vários sistemas, pudemos fazer avaliações sobre qual a topologia que funcionaria melhor num sistema específico.
Começámos a criar uma base de dados de experiências, o que nos permitiu, e ainda nos permite, prever o resultado sonoro de um dos nossos produtos num sistema de áudio de referência específico. Esta análise começou há muitos anos e está em constante evolução. Este aspecto é muito importante para identificar e escolher o melhor produto para um sistema de áudio concreto. Frequentemente, num sistema áudio, existe a necessidade de encontrar o equilíbrio tonal correcto e agradável; isto é possível variando o modo de transferência do sinal musical numa determinada posição dentro do sistema áudio.
Deve ser dada especial atenção ao processo de construção dos condutores. Como é sabido, os condutores de cobre ou prata submetidos a tratamento térmico (aquecimento) aumentam a dimensão média dos agregados cristalinos e reduzem o teor de oxigénio (OFC). Este processo promove a disposição dos agregados numa estrutura cristalina mais regular, o que reduz a resistência eléctrica. O tratamento criogénico aumenta a compactação da microestrutura cristalina e garante uma maior estabilidade do condutor na gama de temperaturas de trabalho.
A geometria de construção deve cumprir as condições adequadas dos parâmetros de influência; por vezes não é fácil de obter, levando a soluções de projecto que representam compromissos óptimos. No entanto, a construção do cabo deve ser realizada com elevada precisão e exactidão. A escolha dos materiais de construção, como o meio dieléctrico, é fundamental para reduzir a capacitância espúria.”
Chegou então a altura de saber um pouco mais sobre este cabo de coluna Artemis em especial:

Descrição técnica

A descrição genérica da tecnologia utilizada nos diversos cabos da VYDA, retirada de um conjunto de informação gentilmente enviado por Enrico dava quase para escrever um compêndio de metalurgia: condutores maciços de cobre ultra-seleccionado de classe II (cobre de elevadíssima condutividade), tratado criogenicamente desde a temperatura ambiente até à do azoto líquido; configuração de blindagem no tipo semibalanceado; estrutura geométrica do tipo helicoidal optimizada em função do comprimento do cabo e com controlo de ressonância; valores de L, C e R igualmente optimizados em função do comprimento do cabo; nível elevado de isolamento mecânico dos cabos com recurso a materiais amorfos inelásticos e Teflon; quatro níveis de isolamento em relação à RFI/EMI com varias interposições de camadas de blindagem não magnética de cobre e alumínio; terminações não magnéticas dos pinos de contacto, fabricados em cobre puro banhado por camadas múltiplas de ródio, cada uma com 15 micrómetros.

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Resulta daí que nos cabos de coluna VYDA Artemis são utilizados condutores de cobre puro (99,9999%), tratados criogenicamente com azoto líquido, e formando um núcleo sólido multifilamento. Aplica-se também, tal como em todas as ligas empregues pela marca, um tratamento especial que confere aos cabos um som muito rápido e transparente.
A VYDA Laboratories estabeleceu ligações sólidas com empresas que desenvolvem condutores e realizam tratamentos de condutores para investigação militar e aeroespacial. Estas empresas dão feedback relativamente aos estudos que fazem e auxiliam a VYDA nas suas pesquisas. Todos os componentes são fabricados em Itália mas, para algumas ligas, contam com fornecimentos de uma empresa alemã.
Nos cabos VYDA Artemis são utilizadas fibras de algodão puro para isolamento dieléctrico (baixo índice de capacitância espúria de 1,2), optimizando-se assim a distorção do micro-sinal resultante da interacção entre os vários condutores. Três camadas de blindagem metálica aumentam o nível de isolamento em relação a interferências externas devidas a campos magnéticos e electromagnéticos.
O efeito da blindagem dos condutores foi um aspecto importante a que a VYDA Labs deu muita importância nas suas experiências, especialmente no que diz respeito ao desempenho sonoro. O mesmo condutor, com a mesma geometria, é muito sensível a diferentes tipos de blindagem. Presentemente, são empregues dois tipos de blindagem: na maioria dos casos em folha metálica com cobertura de 100%, mas, quando necessário, também em malha entrançada, como acontece em alguns cabos de alimentação. Apenas como um exemplo, a VYDA concluiu que, muitas vezes, uma blindagem excessiva ou mal concebida pode comprometer a energia transmitida e a naturalidade da performance do cabo, alterando o seu carácter sonoro.
O VYDA Artemis de coluna utiliza terminações exclusivas feitas de cobre-berílio puro com um tratamento superficial espesso de prata / paládio, fundidas directamente aos cabos utilizando a técnica exclusiva de soldadura com prata desenvolvida na empresa. O cabo está disponível com acabamentos tipo banana ou forquilha.
Um cabo com tanta tecnologia não pode ser barato, como é evidente. Alias, basta pegar nele para se ficar imediatamente com a sensação de qualidade e, como todos nos sabemos, não há muitos casos em que a qualidade não tenha um preço. O diâmetro da manga protectora externa em nylon (quase 3 cm!) e os imponentes blocos de aço inox que definem a estrutura das fichas de ligação colocam-nos imediatamente em respeito.

Mas nada como passar à prova do pudim, como dizem os ingleses.

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