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Cabos de coluna VYDA Artemis

Cabos de coluna VYDA Artemis

Jorge Gonçalves

1 dezembro 2025

Um convite para ouvir música realmente viva.


Audições


O VYDA Artemis para colunas foi inserido no meu sistema habitual, formado pelo conjunto de electrónica Inspiration 1.0, da Constellation, tendo como fonte digital o Roon Nucleus Plus, alimentado pela fonte de alimentação Ferrum Hypsos, com o iFi Audio Pro iDSD como descodificador D/A e renderer de MQA (descodificação completa); e ainda o leitor de CD Accuphase DP-85, ligado ao mesmo conversor D/A da iFi Audio. No domínio analógico brilhava o gira-discos Basis com braço SME V Gold e cabeça Air Tight PC1 Supreme, sendo o prévio de gira-discos o Nagra CLASSIC Phono. As colunas eram as Diptyque DP 140MkII, mais tarde substituídas pelas QUAD ESL 63, e os cabos de interconexão eram predominantemente da gama Select, da Kimber, com o AudioQuest Thunderbird ligado entre o iFi Audio Pro DSD e o prévio da Constellation. Na alimentação de sector pontuava a régua Vibex Granada Platinum, à qual ligavam todos os equipamentos electrónicos em uso, sendo o amplificador de potência da Constellation alimentado através do cabo Tiglon TPL-2000A. O Silent Power LAN iPurifier Pro, acompanhado pelo cabo de Ethernet AudioQuest Cinnamon, tomou conta das ligações à Internet.

Foto 5 Vyda Artemis Coluna

E, como se diz na gíria, nada como dar fogo na peça, uma vez que os cabos já vinham bem rodados quando chegaram a minha casa, algo que aprecio sempre, já que ter que estar a rodar um equipamento ou acessório em nossa casa por longas e longas horas não é a tarefa mais agradável do mundo.
E o primeiro álbum que aqui menciono é um da Deutsche Gramophon com obras de Ravel, interpretadas ao piano por Monique Haas, acompanhada pela orquestra da RTF de Paris, dirigida por Paul Paray. Neste disco aprecio de sobremaneira o andamento final do Concerto para Piano e Orquestra em Sol maior e o Concerto para a Mão Esquerda que, como o nome diz, vive de uma energia sempre presente, uma vez que a mão esquerda dos pianistas assume quase sempre um maior impacte nas teclas. Pude assim conviver com toda a suavidade da primeira peça e a imponência e vivacidade, combinadas com acordes de menor intensidade, da segunda. E como foi surpreendente constatar que o VYDA Artemis consegue transportar até nós de uma maneira quase brilhante toda uma suavidade que diria quase de seda, nas notas mais agudas do piano e nos instrumentos de metal, para depois aparecer com toda a energia no Concerto para a Mão Esquerda, que vive de ímpetos energéticos bem intensos. Por outro lado, a proporção entre o piano e a orquestra em termos espaciais estava sempre perfeitamente equilibrada, bem como a distribuição dos diversos elementos da orquestra no palco tinha uma precisão e definição assinaláveis.
Passei então depois para o Accuphase DP85 e para um CD já por diversas vezes mencionado ao longo destes anos e que me foi oferecido por Eric Kingdom, da Sony. Trata-se de um Camomile Recordings com a voz de Emi Fujita e com as diversas faixas obtidas directamente a partir das fitas analógicas gravadas por Takashi Kanai, sem qualquer pós-produção. Ao mesmo tempo, este disco, que contem faixas em estéreo e SACD em dois e 5.1 canais, tem a sua superfície tratada com uma tinta verde especial que absorve a luz vermelha difusa proveniente de o feixe laser ser reflectido ao incidir na superfície e isso melhora de sobremaneira o som final.
Tudo conta, como se costuma dizer, e seja por um desses factores em especial, ou pela combinação de todos eles, a voz de Emi, que foi nomeada por três vezes a melhor voz feminina asiática, soa verdadeiramente maravilhosa num bom sistema. E o cabo de coluna de VYDA ajudou seguramente a que a voz de Emi me fosse apresentada com uma naturalidade incrível. Alias, destaco desde já que, sem colocar de lado qualquer outra área de desempenho, a performance deste cabo na gama média é nada menos que brilhante. Emi é acompanhada por um naipe instrumental relativamente reduzido, onde se inclui o contrabaixo, a guitarra, o piano e pouco mais. Pois esta envolvente instrumental complementa a sua voz de um modo tão perfeito, num misto de suavidade (nunca excessiva), extensão, e inteligibilidade, em faixas tais como Blue Moon ou Danny Boy, que ficamos horas e horas em frente do sistema a ouvir música, sem nos preocuparmos com mais nada.

Foto 3 Vyda Artemis Coluna

Mas a «festa» ainda ia no início e nada como passar a outro estilo de música e com um conteúdo energético mais absorvente. E foi para tal que escolhi Riders On the Storm, dos Doors, numa versão resultante da remasterização feita a partir das fitas originais e com uma qualidade verdadeiramente notável. Pois a separação esquerda / direita desta faixa é incrível, com as guitarras em perfeito diálogo mas, mais que isso, com o timbre de cada uma delas perfeitamente claro e distinto. Esta foi uma das melhores interpretações dos Doors que pude ouvir em minha casa e que demonstrou de modo evidente a grande mais-valia deste cabo da VYDA.
Mudemos agora para outro género bem da minha predilecção, o jazz, com o CD Miles & Chet, de Miles Davies, e em que Chet Baker tem uma participação. Os clássicos Round Midnight e Night in Tunisia soaram magníficos e cito-os porque demonstram inegavelmente os estilos bem diferentes dos dois trompetistas: no primeiro caso temos Miles Davis com um som mais arejado, quase suave, cheio de nuances em cada nota; no segundo, também porque a música a isso se proporciona, o som e mais incisivo, mais directo, com um uso muito frequente da técnica de colocar a mão no bocal de saída do instrumento. E o VYDA Artemis mostrou sem qualquer sombra de duvida que não só o estilo dos dois fabulosos intérpretes era bem diferente como ainda que o timbre global que eles imprimem ao instrumento os distingue imediatamente um do outro. Usando as próprias palavras da VYDA Labs, temos aqui um cabo com uma qualidade superior nos detalhes musicais, executada com uma dinâmica rara, proporcionando uma reprodução natural e excepcional dos transitórios na parte inferior da gama de frequências, sempre sem ênfase.
Eis então aqui uma ferramenta que, como deve ser, nos ajuda a ouvir a música e amplia as nossas capacidades de percepção sem introduzir, antes pelo contrário, qualquer efeito de filtragem ou realce excessivo de alguma zona do espectro audível. Para mim esta parece-me uma boa definição para a função final de um cabo num sistema de áudio!

Foto 6 Vyda Artemis Coluna

E não encontrei melhor argumento para continuar o PMEC (processo musical em curso) que ouvir um dos álbum de teste da DALI, «ripado» para o meu NAS usando o Exact Audio Copy, que tem uma boa quantidade de faixas interessantes, de que destaco a primeira, com Antonio Forcione a interpretar Tears of Joy, e a sexta, com Holly Cole cantando Train Song. Ambas são melodias relativamente simples mas com interpretações de alto calibre, que no fundo é o mais importante para que uma dada música nos atinja emocionalmente. No caso de Forcione a guitarra descreve em cada momento um conjunto tal de emoções, resultantes não só de o timbre ser reproduzido de modo quase perfeito como da mestria do intérprete fazer com que a música flua de modo directo e natural para o espaço envolvente das colunas, que é quase como se todo um mundo de alegria e movimento se abrisse na nossa frente, ou seja, a tal janela para o mundo da fantasia e da música com que tanto sonhamos. No segundo caso temos uma percussão com um ritmo e intensidade perfeitamente definidos a cada momento e jogando de uma maneira muito interessante com a voz pausada e sempre bem colocada de Holly. Novamente, o gozo de ouvir música era omnipresente, o que ainda foi mais realçado pela audição de Spanish Garden, do mesmo álbum, uma canção que sempre me agrada ouvir desde o primeiro dia em que tomei contacto com ela, pela bela voz de Linda Ronstadt e, um pouco mais tarde, pela de Neil Diamond. É uma música profundamente romântica, com um ligeiro toque de zarzuela espanhola e em que o timbre e intonação jogam um papel fundamental. A interpretação do trio de Willy DeVille não é a que melhor soa aos meus ouvidos, mas não deixa de estar lá todo o prazer de audição, resultante da combinação da electrónica com condutores de sinal de elevado nível.
E chegou então o momento de ouvir Chick Corea, no álbum Now He Sings, Now He Sobs. A faixa 6, Samba Yantra, é extremamente agradável, pelo fluir natural das notas de Chick no piano, em combinação com o fabuloso trabalho de contrabaixo e bateria, respectivamente de Miroslav Vitous e Roy Haynes. A extraordinária velocidade com que Chick normalmente percorre as teclas do piano é aqui de algum modo temperada pelo ritmo latino impresso a esta interpretação, daí resultando uma movimentação quase felina das notas de cada instrumento num voluptuoso e permanente dialogo. Gostei e muito, tanto que fiquei uma vez mais muito surpreendido pelo abrupto final, não pela rispidez em si, mas fundamentalmente porque queria ouvir mais.
Só em jeito de finalização passei aos discos de vinilo, uma vez que muito do que tinha ouvido me fez sentir quase que no mundo da música «analógica». E o sistema assumiu uma nova composição quer em termos de colunas, que passaram a ser as QUAD ESL 63, quer no que se refere aos amplificadores de potência, com o Constellation Inspiration 1.0 a ser substituído por um par de monoblocos da Cary, os CAD-805SE, totalmente remodelados não há muito tempo e que estão equipados agora com válvulas da PSVane.
E o meu prazer de audição não ficou diminuído, antes pelo contrário, porque fui directo a alguns dos meus discos favoritos, já por tantas vezes ouvidos, entre os quais a famosa Carmen, de Bizet, numa excelente gravação da EMI e de que tantas vezes já aqui falei, e ficou uma vez mais evidente que a suavidade e neutralidade do cabo da VYDA são algo de notável e que ele nos apresenta uma orquestra sinfónica quase como se conseguisse meter todos os músicos na nossa sala mas sem os amassar entre si – cada um está no seu sítio, tocando maravilhosamente e a percepção do seu posicionamento não é de modo nenhum colocada em causa pela muito menor dimensão do meu local de audição em relação à sala de concerto original.
E, passando às vozes, porque não continuar com outro monstro sagrado, neste caso Frank Sinatra, The Voice, num LP Capitol que me foi oferecido em tempos num dos Natais, em estado usado mas ainda com muita música nas espiras, principalmente depois de ter sido submetido a uma sessão de limpeza na máquina da Nitty Gritty? The Lady is a Tramp é novamente um clássico mas ele há lá coisa melhor que ouvir uma canção que conhecemos tão bem, bem acompanhada pelo sistema e pelo produto em teste? E ali estava Sinatra na minha frente, com a sua tão bem conhecida voz de pinga-amor, melíflua, incisiva, quase magnética por se agarrar a nós. E quem trouxe tudo isso, voz e emoção ate mim? Pois foi o sistema, mas sob a condução (desculpem a metáfora) do Artemis, da VYDA.

Foto 7 Vyda Artemis Coluna

Uma vez que não me parece que consiga dizê-lo melhor, vou usar uma vez mais as palavras da VYDA Labs: In our experience the Artemis cable is highly suited for all high level tube amplifiers and specially if these are combined with an high-efficiency loudspeaker using horns. Dito e comprovado: esta afirmação, feita originalmente para os cabos de alimentação Artemis, é mais que válida para o caso dos cabos de coluna combinados com colunas electrostáticas! Ou seja, para além de tudo o que fez de bom combinado com as Dyptique DP 140 Mk2, ainda conseguiu fazer mais umas «flores» com as QUAD ESL63 alimentadas por válvulas, o que não é feito de pequena monta.

Conclusão

Será difícil dizer ainda mais que aqui que já até aqui disse. Estamos perante uns cabos que, quando colocados num bom sistema, fazem exactamente aquilo que deve ser feito: limitam-se a deixar passar através de si os sinais eléctricos que dão origem à música da maneira mais fácil possível, sem realçar esta ou aquela zona do espectro audível. São limpos, neutros, suaves, amplos em termos de imagem espacial e rápidos sempre que faz falta e, a somar a tudo isto, têm uma relação qualidade / preço bem atraente, principalmente agora, na fase de lançamento da marca. Que mais se pode pedir?

Cabos de coluna VYDA Artemis

Preço*              4120 € para um comprimento de 2,5 m
Contacto         Logical Design
*Preço especial de lançamento