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Tudo sobre a Hi-Res- Parte2

Tudo sobre a Hi-Res- Parte2

Miguel Marques

12 junho 2025

A conclusão a tirar é que «mais nem sempre é melhor»


Continuamos aqui com uma análise bem completa sobre os formatos de alta resolução para concluirmos que nem sempre «mais é melhor». Como diziam os romanos: caveat emptor (o consumidor que se acautele).

Um segunda boa razão para preferir os CDs antigos às versões remasterizadas mais recentemente é que as masterizações feitas nos anos 80 e 90 eram, em geral, trabalhadas para serem ouvidas em sistemas de alta-fidelidade - e, em geral, as masterizações hoje em dia são feitas para Spotify e colunas Bluetooth, não sendo pensadas para sistemas de qualidade (excepção novamente feita aos discos de vinilo). E, claro, tudo isto se aplica principalmente à música dita comercial.

Foto 1_Alta Resolucao 2

Doug Sax é dos mais famosos «mestres» do estúdio

Uma razão final para «evitar» a alta resolução é que nem toda a alta resolução é verdadeira alta resolução, não sendo infrequente encontrarmos alta resolução que é apenas upsampling de CD, ou mesmo de formatos lossy. Uma boa ferramenta para fazer um teste a ficheiros FLAC chama-se Lossless Audio Checker (LAC para os amigos), cujo website original já não está disponível, mas que ainda se encontra na Internet, para os mais aptos. Não sendo uma ferramenta perfeita (tem alguma tendência para os falsos positivos e também não existe uma forma infalível de verificar se um ficheiro em alta resolução é uma mera conversão), consegue, no entanto, detectar falhas com bastante precisão - testei inúmeros ficheiros com diversas conversões entre formatos e sobreamostragens, e o LAC apanhou-me sempre.

Foto 2_Alta Resolucao 2

Ilustração de resultados do LAC

Os resultados podem ser clean (tudo bem), upsampled (houve conversão para uma sobreamostragem mais alta), transcoded (houve conversão de formato lossy para FLAC), upscaled (quando há conversão de 16 bits para 24 bits, por exemplo) ou flac error (o que pode indicar problemas na integridade do ficheiro, mesmo que ele reproduza música). Creio que o Audirvana também tem uma ferramenta semelhante e existe outra chamada Fakin’ the Funk, que nunca experimentei, mas que é fácil de encontrar. E se pode parecer um pouco ridículo o uso desta ferramenta, já apanhei diversos ficheiros «oficiais» de alta resolução que foram convertidos de formato de CD ou mesmo de formatos lossy e que são vendidos como se fossem alta resolução nativa e a preços nada módicos - infelizmente as editoras de música não têm um bom histórico de transparência, basta ver o link em baixo para se apanhar vários SACD que são meras conversão de CD e não DSD «puro» derivado do analógico (o mais famoso é o caso de Come Away With Me, de Norah Jones, no SACD original, não no da Analogue Productions, que é uma cópia da fita analógica para DSD, como deve ser).


Archimago - 44 or 48khz pcm?

Foto 3_Alta Resolucao 2

Significa então que a alta resolução é uma perda de tempo? Não! Há (muitos) casos em que se justifica - quase todas as versões de discos antigos de jazz ou música erudita que ouvi até hoje em hi-res (e tenho toda a minha colecção de música com tags com o valor de DR Meter), têm boa gama dinâmica e boas masterizações. Felizmente, estes dois géneros, pelo seu menor apelo comercial, não foram (em geral) afectados pelas loudness wars. Mas, mais uma vez, não significa que a melhor masterização seja a de alta resolução, havendo casos em que uma versão específica de CD ou de SACD tem uma masterização melhor - bons exemplos são os clássicos de jazz Soul Station, do saxofonista tenor Hank Mobley, e Open Sesame, do trompetista Freddie Hubbard, em que as versões japonesa XRCD, masterizadas por Alan Yoshida, soam melhor (para mim) que as versões HD Tracks, disponíveis também, por exemplo, no Qobuz (sem referência a quem masterizou).

Foto 4_Alta Resolucao 2

Para além disso, muita da música nova lançada nos últimos dez anos nos serviços de streaming ou disponível para compra online, é, pelo menos em teoria, verdadeira alta resolução - o formato nativo em que foi gravado em estúdio (hoje em dia, já quase tudo é gravado e produzido sempre em digital ou DDD em código SPARS) é o formato disponível, não havendo muitas vezes sequer formato de CD - e aqui também a alta resolução pode soar maravilhosa (embora, como descrito acima, o formato Redbook seja mais que suficiente para uma excelente experiência).

O ideal é então analisar caso a caso e tentar não buscar soluções definitivas do género “a primeira edição em CD é sempre a melhor” ou simplesmente ouvir a versão em alta resolução por defeito. Aconselham-se aqui duas ferramentas online: o Discogs, onde é possível conhecer todas (ou quase todas) as versões de um disco e os fóruns do Steve Hoffman (com excelentes masterizações nas versões em CD na DCC nos anos 90, em SACD na Analogue Productions, aqui muitas vezes em parceria com Kevin Gray, outro nome recomendado, particularmente nas edições recentes em da Blue Note em formato UHQCD, e ainda pela Audio Fidelity, com edições em CD e SACD), onde fanáticos da qualidade de produção dos discos se dedicam a intensos debates desde 2002 sobre a melhor versão de cada disco. Alguns nomes a ter em conta na secção «Mastered By» são: o próprio Steve Hoffman (com excelentes masterizações nas versões em CD da DCC dos anos 90 ou em SACD da Analogue Productions, aqui muitas vezes em parceria com Kevin Gray, outro nome recomendado, particularmente nas edições recentes em da Blue Note em formato UHQCD), Alan Yoshida (excelentes masterizações de jazz, em formato XRCD ou para as HDTracks), Bernie Grundman, Bob Ludwig, Doug Sax, Mark Wilder (engenheiro da Sony muito dedicado aos discos de Miles Davis) e a dupla Shawn Britton/Rob LoVerde (com excelentes masterizações dos discos de Frank Sinatra para a Mobile Fidelity, entre outras). Haverá outros nomes, claro, mas em geral é difícil encontrar más versões dos nomes referidos acima.

Foto 5_Alta Resolucao 2

Steve Hoffman

Quanto a editoras - DCC, Analogue Productions e Mobile Fidelity são excelentes referências, as duas últimas com magníficas edições em SACD (como as de Patricia Barber) e, mais recentemente, a Analog Tone Factory, fundada pelos músicos de jazz Jerome Sabbagh (que já marcou presença no show de Munique) e Pete Rende, que grava todos os seus discos totalmente em analógico, convertendo depois o resultado para alta resolução digital, geralmente 24-192, e muitas vezes usando o conceituado James Farber como responsável pela gravação (outra interessante editora que grava tudo em analógico embora disponibilize uma versão digital em alta resolução é a J.M.I. RECORDINGS) Também as mais recentes gravações da ECM nos estúdios La Buissonne em França (possível de verificar no Discogs), feitas por Gérard de Haro e Nicolas Baillard, são de excelente qualidade e estão quase sempre disponíveis em 24 bit 88.2 kHz. E, claro, a 2L, sobejamente conhecida dos audiófilos (no mundo da música clássica também tenho tido excelentes experiências com as versões recentes em alta resolução nativa da Deutsche Grammophon).


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