
Segunda edição dos melhores discos de jazz de 2025
Como me dedico não só a ouvir outros estilos de música mas também a ouvir muito jazz pré 2025, fica aqui em baixo uma segunda lista de discos que ouvi apenas superficialmente mas que posso recomendar sem grandes reservas, pelo calibre dos músicos envolvidos.
Al Foster - “Live at Smoke”

Recentemente desaparecido, este acaba por ser o último disco de um dos maiores baterista da história do jazz, que tem uns bons quantos discos recentes pela Smoke Sessions. Bem gravado, apesar de ser ao vivo, Al Foster é acompanhado por Brad Mehldau, Joe Martin e Chris Potter - melhor seria difícil.
Billy Hart - “Just” e “Multidirectional”


O quarteto de Billy Hart tem sido um grupo muito activo na última década, tendo este ano lançado estes dois discos, o primeiro na ECM e o segundo na Smoke Sessions, o que se traduz num total de cinco discos desde 2012. Com Mark Turner no tenor, Ethan Iverson no piano e Ben Street no contrabaixo, este grupo é de escuta obrigatória - tendo ainda a benesse de apresentar dois discos bem gravados e masterizados (particularmente o primeiro). Os três primeiros discos deste grupo são fáceis de encontrar e justificam também uma escuta atenta.
https://open.qobuz.com/album/eljorpxtf6p9b
https://open.qobuz.com/album/x8h4aklwa0vsc
Chick Corea - “Trilogy 3”

Chick Corea é uma figura incontornável da história deste género, e temos tido a sorte de, apesar do seu desaparecimento, ainda haver muita música sua para ser lançada. Nos últimos anos Chick apresentava-se em trio com Christian McBride no contrabaixo de Brian Blade na bateria, e, como o nome indica, existem já outras duas edições deste trio, também elas ao vivo. A qualidade da gravação desta terceira edição é razoável, mas a qualidade da música é inegável e mais do que justifica a escuta deste disco.
Keith Jarrett - “New Vienna”

Um novo disco de Keith Jarret é ainda, e será sempre, provavelmente, um acontecimento. Tal como as mais recentes edições, trata-se de uma gravação a solo da sua última tour, em 2016 - e nem me atrevo a tecer considerações sobre a música aqui criada. Obrigatório.
Larry Goldings - “I Will”

Larry Goldings começou por se destacar como pianista na cena de Nova Iorque, algures pelo fim dos anos 80, princípio dos anos 90. Entretanto, começou a explorar o órgão Hammond B3, formou o grupo hoje conhecido por Bernstein Goldings Stewart, certamente o trio de órgão mais importante da actualidade, mudou-se para Los Angeles e é presença comum a acompanhar estrelas como John Mayer ou John Taylor. Com tudo isto, muitos se esqueceram que Goldings é um pianista fantástico e em “I Will” regressa ao formato de trio - com Karl McComas-Reichl (contrabaixo) e Christian Euman (bateria). Gravado ao vivo no clube Sam First, e com uma escolha ecléctica de repertório, “I Will” (nome retirado de uma música dos Beatles que Goldings toca muitas vezes, tendo uma excelente versão gravada com John Scofield em “A Moment’s Peace”) está muito bem gravado e é uma oportunidade rara de ouvir Goldings neste formato (o seu “Awareness” de 1997 também se recomenda muito).
André Rosinha - “Raíz”

O trio do contrabaixista André Rosinha, com João Paulo Esteves da Silva no piano e Marcos Cavaleiro na bateria, tem em “Raiz” o seu terceiro disco, quase exclusivamente com temas originais muito elegantes e melódicos. Para quem ande mais distraído com o bom jazz que se faz por cá, tem aqui uma excelente forma de colmatar essa lacuna.
https://open.qobuz.com/album/h97imd3xa5w6a