Ultimate Sessions Lisboa

Jorge Gonçalves

9 fevereiro 2025

Um trio de grandes sistemas, com todos a tocarem mesmo muito bem.

Clearaudio Master Jubilee

E, não desfazendo em nada do que ouvi e de já até aqui falei, terei que fechar em grande no que se refere às audições que fiz nesta tarde tão especial ao falar na sala «do fundo», onde tive que ir duas vezes já que na primeira não cabia nem um alfinete na sala, pelo menos em condições de se ouvir bem. Deve haver uma afinidade especial entre a electrónica da Gryphon e as B&W Diamond, pois nas vezes em que ouvi as colunas de topo tocarem de maneira superlativa estavam sempre ligadas aos Gryphon: no Audioshow 2019 tínhamos a imponente combinação do amplificador de potência Antileon Evo Stereo e do prévio Pandora com as 800 D3 e nas Ultimate Sessions já eram as 801 D4 (as 800 desapareceram da gama Diamond na iteração 4), novamente com amplificação Gryphon, desta vez algo mais «modesta», na forma do integrado Diablo 333, mas de modo nenhum esta nova combinação soou com menos garbo do que no Audioshow 2019, antes pelo contrário.

Palavras para quê? As B&W 801 D4 soaram pura e simplesmente magníficas.

As 801 D4 estavam combinadas com o Diablo 333, como já frisei, que recebia sinal de um Wadax Studio Player. E foi muito agradável ouvir esta combinação, com as colunas a soarem completas, orgânicas, com uma integração pura e simplesmente fabulosa. Não havia altifalantes, crossover, origens de sons mais abaixo ou mais acima, era um som completo, pleno de beleza tímbrica, com uma vivacidade que quase nos fazia conseguir ver os movimentos da mãos dos músicos ou a face do / da intérprete.

Wadax Studio Player

Notável, até mesmo naquilo a que o Jorge Gaspar apelidou de uma «massagem», com Queen Mary de Francine Thirteen a agitar-me o corpo e a alma de uma maneira tal quase parecia um banho com uma mangueira de alta pressão. E o contraste veio depois com toda a graça de Jacques Lucier a tocar as suas famosas composições em torno dos temas de Bach, com uma beleza e uma naturalidade tímbrica impressionantemente cativantes. Foi realmente de bater palmas!
Por fim, mas nunca em último lugar, fica aqui um destaque para a presença de Bjorn Hegelstad da IsoTek Systems que veio até Lisboa para falar um pouco sobre a marca e aquilo que pode ser melhorado num sistema de áudio através da utilização de cabos de sector correctamente construídos, mesmo que de preço bem acessível, e filtros da tensão de sector, utilizando um sistema montado em torno de electrónica Luxman e colunas Atalante 4 e com Francisco Monteiro, da Ultimate Porto, a prestar uma valiosa colaboração. Por alguma razão todos os sistemas de que até aqui falei estavam equipados com dispositivos da Isotek, desde caixas de distribuição com filtros de sector até ao imponente Titan.

Bjorn Hegelstad, à esquerda, e Francisco Monteiro organizaram sessões bem concorridas dedicadas aos produtos da Isotek.

Uma vez mais tem de se louvar esta iniciativa da Ultimate Audio e o empenho colocado na formação de sistemas equilibrados que tão bem reproduzem música sem necessidade de se pagar bilhete para a ouvir. Parabéns, assim, à Ultimate e à sua equipa.