Hi-Fi Show em Lisboa

Jorge Gonçalves

6 julho 2023

Se Maomé não vai à montanha…

O público visitante afluiu com grande entusiasmo ao show.


E continuei para mais uma sala da Ajasom, aquela onde seguramente me demorei mais tempo, não só porque nela estava o Silvio Delfino com o qual falei por diversas vezes nos shows de Munique, mas também por a sua electrónica Riviera estava a «fazer miséria» ligada a umas colunas Blumenhofer Genuin FS 1-III. A electrónica em causa consistia no prévio APL10 e em dois monoblocos AFM50. Um som de encantar, é o mínimo que posso dizer, com uma beleza e luminosidade de um quadro de Caravaggio, mas igualmente com todo o poder que um altifalante de 15 polegadas com cone de papel, definitivamente (para mim, ao menos) o melhor tipo de altifalante para nos conseguir reproduzir um grave cheio, potente, mas igualmente pleno de beleza pelo conjunto correcto de harmónicas que acompanham o som fundamental. Aliás, nunca conseguirei esquecer o grave proveniente das minhas Wharfedale Kingsdale, as primeiras colunas a sério que tive no meu sistema, tocando numa sala de 36 m2 que quase por acaso tinha dimensões muito próximas da relação dourada.

O gira-discos Kronos Discovery é uma maravilha de ver e ouvir.

Préamplificador Riviera APL10.

As salas do hotel Metropolitan não eram seguramente tão boas e deixavam passar demasiado sonde umas para as outras, mas sentado em frente a este sistema que ainda por cima tinha como fonte analógica o gira-discos Kronos Discovery com uma cabeça Murasakino Sumile, amplificada pelo prévio de gira-discos Nagra CLASSIC Phono. Tenho agora em minha casa o conjunto de electrónica da Riviera que esteve presente no show e só vos digo que me estou a divertir em grande.

As PMC DB1 Gold tocaram como umas grandes colunas, ligadas a electrónica Exposure.

Seguia-se, na minha ordem de visitação, a sala da Kamikatsu, onde o Rui Carrasco pôs a tocar umas PMC DB1 Gold como eu raramente ouvi tocar umas monitoras de pequeno tamanho. Mas como é que umas colunas tão pequeninhas conseguiam encher de uma maneira sublime toda uma vasta sala com um som completo, limpo e ainda por cima com um grave que ninguém acreditaria sair de uma caixa tão pequena? A electrónica da Exposure seguramente «ajudou» mas a mão do Rui fez maravilhas. E olhem que estava por detrás das PMC uma mesa completamente cheia de electrónica: um prévio 5010, quatro amplificadores de potência para biamplificação XM9 e um leitor de CDs XM CD Player. Razão mais que suficiente para termos sempre um vasto conjunto de ouvintes em frente a elas, mas era só questão de ter um pouco de boa vontade e esperar um nadinha que a nossa oportunidade de nos sentarmos chegava sem problema. Do outro lado estavam as PMC Twenty5 III que também estavam a soar muito bem mas as DB1 foram realmente as rainhas desta sala.

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