Continuemos, agora com a 2.ª parte
E aqui temos então a parte 2 da saga. E antes de entrar em detalhes convém fazer aqui um «ponto de ordem» relativamente a um aspecto que eu venho a acompanhar há alguns anos mas que me parece estar a assumir foros de grande dimensão. Trata-se do nível de preços pedidos por alguns equipamentos – com a maior das facilidades vêm-se fabricantes a pedir valores da ordem dos duzentos mil…trezentos mil euros com uma olímpica calma. O conceito de high-end implica um elevado nível de qualidade, embora isso não signifique necessariamente que um equipamento de elevada performance tenha que custar o preço de um apartamento! Os de memória mais longa hão-de recordar-se, por exemplo, que o primeiro amplificador de potência da Audio Research, o D-75, era uma versão modificada de um Dynaco, e tinha na altura um preço mais elevado que um outro integrado semelhante de uma marca de renome mas nunca com uma diferença que se pode traduzir em 150 a 200 vezes mais, isso não. Durante anos e anos vimos um caminhar lado a lado de equipamentos high-end de elevada qualidade mas preços longe do exorbitante, com outros mais «esotéricos», digamos assim, que já entravam por outros níveis de preços. Mas nos tempos mais recentes os níveis de preços pedidos tornaram-se em demasiado casos absurdos, com culpas partilhadas por fabricantes e alguns distribuidores do oriente asiático, em especial de Hong-Kong, Tailândia ou Vietname, que chegam a impor às marcas que representam o preço a que um certo equipamento deve ser vendido, sob pena de os seus possíveis clientes não o acharem suficientemente bom! Chega a haver casos em que o preço inicialmente apontado acaba por duplicar. Claro que daqui só podem resultar distorções absurdas no mercado e estamos a achegar a uma situação em que os consumidores europeus acabam por ter que comprar equipamentos a preços «asiáticos», zona geográfica onde parece que o dinheiro flui de modo mais fácil. Pergunto-me a mim próprio onde é que isto vai parar se ninguém tiver a coragem de levantar a voz e dizer que «o Rei vai nu». Mas, uma vez que nada mais posso fazer que exprimir uma opinião, passo então à apresentação de mais alguns dos equipamentos que tive oportunidade de apreciar durante o meu périplo pelo MOC de Munique.
O iFi Audio iCAN Phantom é o novo amplificador analógico para auscultadores topo de gama da marca. Tem uma entrada de linha com amplificação de estado sólido e outra equipada com válvulas 5760 da GE. Integra ainda uma fonte de alimentação própria para auscultadores electrostáticos cuja saída pode ser ajustada para corresponder às necessidades de diferentes tipos de auscultadores. As saídas podem ser balanceadas ou não. A App Nexus aumenta de maneira evidente a versatilidade do Phantom.
Não estava claro se o Signature 12.2 continua a ser um «projecto» ou não, mas não há dúvida que é um gira-discos de encher o olho. O chassis tem uma massa muito elevada e o braço é um novo modelo da marca. A tracção é por correia.
A Innuos estava presente numa boa quantidade de sistemas mas tinha um espaço próprio onde o Pulsar estava em grande destaque. Está no topo da gama Pulse e é um leitor de áudio em rede com uma fonte de alimentação em que se destaca a filtragem através de condensadores Mundorf num total de 130 000 µF de capacidade, o sistema de reclocking PhoenixUSB e o armazenamento interno por disco SSD.
Dan D’Agostino «lui même» esteve na sala da Audio Reference a apresentar os monoblocos Relentless a funcionarem em conjunto com as Wilson Audio XVX. Estes monoblocos debitam 800 W sobre 8 Ohm, indo até 3200 W sobre 2 Ohm.
Para além dos monoblocos, a D’Agostino apresentou o amplificador integrado MXV, o qual combina o prévio Momentum HD com o amplificador estéreo S250 MXV. Pode receber um módulo de streaming que é compatível com os serviços de música mais usados, bem como é Roon Ready, bem como um andar phono com 65 dB de ganho.