Wilson WATT/PUPPY regressam

Jorge Gonçalves

17 setembro 2024

E as Wilson dançavam só para mim

O subtítulo pode induzir alguém em erro, por isso é melhor clarificar desde já a sua origem: pretende ser uma alegoria ao lançamento de um CD duplo de Paulo de Carvalho comemorativo dos seus 40 anos de carreira e onde se pode ouvir com algum saudosismo o tema «Nini Dos Meus 15 Anos”. Tinha eu mais alguns anos que esses quando ouvi pela primeira vez a combinação WATT/PUPPY no Casino da Póvoa quando a Audio fez uma parceria com a Imacustica e o Festival de Música da Póvoa de Varzim. Não deixavam de ter aquele «piquinho» nos agudos, como alguns diziam mas cantavam / dançavam de um modo verdadeiramente inebriante.

WATT/PUPPY V

Mais tarde apareceram no 2.º Audioshow que decorreu na Escola Superior de Educação em 1992 e muitos seguramente se lembrarão da romaria de audiófilos que a largas horas da noite se estabeleceu no corredor do 1.º Piso entre a sala onde elas estavam e aquela onde estavam as imponentes Soundlab. Seguramente que seria mais que uma a razão para todo esse movimento mas daquilo que eu me lembro era de um comentário de um dos audiófilos empenhados nas comparações que dizia alto e bom som que ainda não sabia bem de qual grave gostava mais. E isto, quando se tem em conta as enormes diferenças de volumetria entre as duas colunas, não era proeza de somenos para as WATT/PUPPY.

As WATT originais

As WATT eram um modelo de dimensões reduzidas e forma piramidal desenvolvido por David Wilson para os estúdios de produção musical e isto em 1986, ou seja, se a Wilson comemora com este modelo especial de que vou falar aqui 50 anos de existência como marca, as WATT estão quase a comemorar 40! Do ponto de vista do consumidor comum, as WATT nunca tiveram grande preponderância se não a partir do final dos anos 80 quando foi lançado o subwoofer PUPPY com as dimensões exactas para as WATT lhe assentarem em cima, passando a Wilson a comercializar aquilo que designava como um sistema.

Dave Wilson construindo um par de WATT

E chegaram a existir oito iterações desse conceito, melhor diria sete porque as WATT/PUPPY 4 nunca chegaram a ser desenvolvidas porque quatro é o número do azar para os orientais), até que sua produção terminou há cerca de 13 anos. E é interessante verificar que se treze é o número do azar para os ocidentais, nove tem igualmente uma sonoridade que os japoneses associam a dor, agonia ou sofrimento, por isso, na dúvida, Dave Wilson resolveu parar por aí.

As WATT ainda em teste, com as famosas WAMM por detrás

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