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Orpheus Lab A ZERO PS Absolute SACD

Orpheus Lab A ZERO PS Absolute SACD

João Zeferino

7 setembro 2025

Uma fonte digital de alto gabarito


Audições

O leitor Absolute SACD foi integrado no meu sistema residente que contempla o amplificador Orpheus Absolute A Four I200 e o streamer Aurender A20. As colunas foram as habituais Perlisten Audio S7t e a cablagem incluiu os cabos Kimber Select KS-1121 e Audioquest Carbon USB nas interligações e, nas colunas, os Kimber Select KS-3033.

                            Lista de obras escutadas durante as audições


• G. Mahler, Sinfonia nº 5, Orquestra Sinf. Rádio Frankfurt, Eliahu Inbal, CD Denon
• R. Strauss, Eine Alpinesinfonie, Orq. Sinfónica Londres, Bernard Haitink, SACD LSO
• S. Rachmaninov, Concerto p/piano e orquestra nº 2, Werner Haas, Orquestra Sinf. Rádio Frankfurt, Eliahu Inbal, SACD PentaTone
• G.F. Handel, Ode para o dia de Sta. Cecília, Carolyn Sampson, James Gilchrist, Coro e orquestra Kings Consort, Robert King, SACD Hyperion
• D. Shostakovich, Sinfonia nº 5, Orq. Sinf. Londres, Mstislav Rostropovich, SACD LSO
• L.v. Beethoven, Concerto p/piano e orquestra nº 2 em Si bemol maior, Op.19, Maria João Pires, Orq. Sinfónica Londres, Bernard Haitink, SACD LSO
• G. Mahler, Sinfonia nº 3, Petra Lang, Orq. Real Concertgebouw, Riccardo Chailly, SACD Decca
• S. Rachmaninov, Danças Sinfónicas, Orq. Minnesota, Eiji Oue, Qobuz
• Patricia Barber, Café Blue, CD Premonition Records
• Alan Parsons Project, Eye in the Sky, Tidal
• Dire Straits, Brothers in Arms, CD Vertigo
• Dulce Pontes, Lágrimas, CD Movieplay Portuguesa
• The Dave Brubeck Quartet, Time Out, Tidal


Dado tratar-se de um leitor SACD, o software que escolhi utilizar constou essencialmente de discos SACD da minha limitada coleção neste formato. Ouvi também alguns discos em formato CD standard para aferir da qualidade do leitor com os mais vulgares discos CD e também a funcionar como conversor digital/analógico ligado à saída digital USB do meu streamer Aurender.

Foto 4 Orpheus SACD

Percebe-se facilmente logo às primeiras audições estarmos na presença de uma fonte digital de altíssimo gabarito, capaz de uma performance surpreendente não apenas com SACD, mas também com CD’s. O leitor proporciona um som de imaculada transparência, amplidão dinâmica e intrínseca musicalidade, muito na senda das características que pude experimentar com o amplificador Absolute Integrated, o que não surpreende.

Aquando da minha análise ao amplificador integrado Absolute Integrated, escrevi a propósito “A reprodução dos naipes de cordas surgiu sempre limpa, extensa, com notável resolução, mas sem manifestar a agressividade que tão incomodativa pode ser com outros equipamentos. Curiosamente nunca me pareceu que a suavidade dos registos médio-altos e agudos fosse consequência do arredondar da resposta em frequência como por vezes acontece. O Orpheus provou sempre um registo agudo suave mas não doce, extenso, resoluto e timbricamente verdadeiro, que faz jus às boas gravações, mas não intimida nem se intimida perante as menos boas.

Equilíbrio é a palavra-chave. Como é notório que nenhumas frequências do espectro assumem uma evidência forçada em detrimento de outras, a todas é conferida igual importância, de onde resulta uma notável transparência global sobre a reprodução do evento musical. A dinâmica é desenvolta e o amplificador responde rápido às solicitações do sinal, o que acaba por conferir à reprodução musical um sentido de ritmo bem marcado e um fluir do discurso musical de notável liquidez.” Tudo o que então escrevi a respeito do amplificador poderia afirmar relativamente ao leitor SACD.

E bastaria a audição da 5ª sinfonia de Shostakovich com a Orquestra Sinfónica de Londres e direcção de Mstislav Rostropovich numa gravação SACD da LSO para revelar tudo o que acabo de escrever. Um registo grave possante e redondo, mas definido e bem amortecido, registo agudo extenso e de assinalável suavidade, e uma gama média densamente texturada, luxuriante na sua riqueza harmónica, encorpada, mas limpa e isenta de quaisquer gorduras excessivas, capaz de revelar a mensagem musical com notável naturalidade e ausência de esforço.

Foto 5 Orpheus SACD

O registo grave prima pela discrição, apresenta-se extenso, sendo capaz de ir bem fundo, mas nunca descontrolado ou excessivamente presente, digamos que está lá para servir a sua função de alicerce da música. Se uma passagem musical requer por momentos algum exibicionismo sonoro, e na 3ª sinfonia de Mahler momentos desses não faltam, o Orpheus não se inibe e consegue sempre arranjar forma de entregar um registo possante e dinamicamente autoritário, mas sempre articulado e excelentemente definido.

O registo agudo surge como um natural prolongamento da gama média. Muito limpo e suave, e capaz de apresentar uma excelente extensão, sempre bem timbrado, sem nunca revelar asperezas ou quaisquer indícios de dureza mesmo quando a qualidade das gravações deixa algo a desejar.

Este leitor de CD/SACD demonstra uma rara capacidade de reproduzir nuances com suavidade e facilidade, eliminando as barreiras do excesso de alta-fidelidade, do processo subjacente à reprodução de música por meios mecânicos e electrónicos, em favor de uma suavidade que favorece o acompanhamento melódico e um palco sonoro credível quer nas dimensões quer na relação proporcional entre os diversos componentes do evento musical, resultando numa apresentação musical muito credível.

Foto 6 Orpheus SACD


Conclusão

A Orpheus Lad tem neste A Zero PS uma fonte digital de alto gabarito. Não apenas permite tirar dos discos físicos CD e SACD o imenso potencial que é reconhecido a esses formatos digitais, como permite usufruir dos serviços de um streamer externo, funcionando como um conversor digital/analógico de alta qualidade. Com uma qualidade de construção imaculada, e um circuito electrónico de nível referencial, é uma máquina que garante ao seu utilizador uma vida útil de muitos anos, com uma performance sempre actual e dificilmente ultrapassável, a não ser a um custo muito superior.

Tal como se apresenta, o Absolute SACD é mais um exemplo de um produto da marca Orpheus Lab a presentear-me com uma sonoridade quase perfeita no seu equilíbrio tonal, de notável transparência e fina resolução, com a qual ouvir música é sempre um prazer redobrado e um convite a longas horas de audições.


                                                Especificações técnicas


Sistema: Super Audio Compact disc player
Mecanismo de leitura: D&M
Discos compatíveis: SACD, CD, CD-R, CD-RW
Resposta em frequência: 20 Hz a 20 kHz
Relação Sinal/Ruído (SNR): 124 dB
Distorção Harmónica Total (THD): 0.0004% (@1 kHz, 0 dBFs)
Nível de saída: (Low, Middle, High) 1,227 V, 2,45 V, 4,8 V (XLR); 0,614V, 1,23V, 2,4V (RCA)
Impedância de saída: 50 Ω / 25 Ω (XLR / RCA)
Nível de saída digital: 5,0 Vpp (110 Ω) (AES/EBU); 0,5 Vpp (75 Ω) (SPDIF)
Suporte USB: PCM até 384 kHz & 32 bit; DSD até DSD256
Dimensões: 440 x 420 x 148 mm
Peso: 22 kg
Preço: 21 000 Euros
Representante:              Ultimate Audio