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DeVore Fidelity Orangutan Micr/O

DeVore Fidelity Orangutan Micr/O

João Zeferino

1 março 2025

O desafio da singularidade


Audições


As DeVore Fidelity Orangutan Micr/O substituíram as minhas colunas residentes, ligadas ao amplificador Accuphase P-7300. A fonte digital e pré-amplificador esteve a cargo do streamer Aurender A20. A cablagem incluiu os Kimber Select KS-1121 na interligação e, nas colunas, os Kimber Select KS-3033.

Listagem resumo das obras escutadas durante a avaliação:

• S. Rachmaninov, Rapsódia sobre um tema de Paganini, Op.43, Daniil Trifonov, Orq. Filadélfia, Nézet-Séguin, Qobuz
• Camille Saint-Saëns, Dança Macabra, Op.40, Orq. Fil. Real de Estocolmo, James DePreist, Tidal
• R. Wagner, O Crespúsculo dos Deuses, cena final - Imolação de Brunnhilde; Dame Gwyneth Jones, Orq. Sinfónica WDR de Colónia, Roberto Paternostro, Qobuz
• A. Bruckner, Te Deum, Coro e Orquestra Sinfónica da Radiodifusão da Baviera, Bernard Haitink, Qobuz
• Dire Straits, Brothers in Arms, Qobuz
• Patricia Barber – Café Blue, Qobuz
• The Dave Brubeck Quartet, Time Out, Tidal
• Pink Floyd, Dark Side of the Moon, Qobuz

Foto 3 Devore MicrO

As Micr/O foram inicialmente instaladas em suportes Target, tendo ficado sensivelmente no mesmo lugar onde costumam estar as minhas colunas residentes. Contudo, e em face das óbvias limitações dos registos graves, procurei um reforço nesta região do espectro ao deslocar as colunas para mais próximo da parede traseira, tendo neste novo posicionamento ficado a cerca de 30 cm desta. Algumas audições depois e não convencido da mais-valia do novo posicionamento, acabei por chegar as colunas mais à frente, aproximando-as do local de audição, tendo optado finalmente por uma distância de cerca de 1,2 metros da parede traseira, 2.5 metros até ao ponto de escuta, com os tweeters para fora e inclinadas directamente aos ouvidos, numa configuração de audição de campo próximo.

Iniciei as audições com uma música descontraída, o clássico álbum Time Out do quarteto de Dave Brubeck. Não foi preciso muito tempo para perceber que as Micr/O dão prioridade a uma resposta linear dentro de uma determinada gama de frequências, que abarca, no essencial, a grande gama média, em detrimento de um som que poderia ser mais completo e excitante, se mais puxado nos registos graves, mas que seria também o resultado de uma moldagem artificial da resposta, algo que a marca não considerou sequer fazer.

Dito isto, e embora seja notória alguma limitação ao nível da reprodução dos sons graves, não deixa de ser surpreendente a forma como articulam as notas do contrabaixo numa gravação de jazz acústico e mesmo o modo como se sente o pedal da bateria, cheio e limpo, ainda que não visceralmente impactante.

Naturalmente, umas colunas seladas e com estas dimensões não podem enganar as leis da física e se, por um lado, o contrabaixo soou particularmente bem, porque bem articulado e bem timbrado, por outro lado, não são de forma alguma as colunas mais adequadas para quem aprecia a dinâmica das grandes massas orquestrais ou a escala acústica de um órgão de tubos.

Curiosamente as DeVore fizeram-me lembrar umas colunas que ouvi já há mais de uma década, as clássicas monitoras LS3/5A, no caso em apreço da Stirling Broadcast. Tal como estas, também as Micr/O têm algumas limitações dinâmicas e de extensão de frequência, contudo, o que fazem, fazem muito bem. Assim como as monitoras britânicas, também as americanas Micr/O são exímias na reprodução de vozes, com instrumentos acústicos a solo ou em agrupamentos de câmara, resultado de uma gama média muito suave e refinada.

Ouça-se a cena final da tetralogia wagneriana O Anel dos Nibelungos, com uma Dame Gwyneth Jones em plena posse das suas capacidades vocais e a forma como as Micr/O conseguiram materializar a valquíria na minha sala de audições, sem compressão, sem efeitos de dureza associada à voz e deixando perceber as inflexões e as subtilezas vocais, ainda que demonstrando alguma dificuldade com a escala dos fortíssimos orquestrais mais violentos. A integração dos registos graves com os registos superiores é contínua e perfeitamente integrada, resultando uma clareza invulgar e uma ausência de dureza que proporciona audições de música durante longos períodos sem qualquer traço de fadiga.

Foto 4 Devore MicrO

Numa sala pequena, com um sistema que lhes faça justiça quer na qualidade da fonte de sinal, quer na competência da amplificação, e desde que a música não exija grande escala ou arrojo dinâmico, as DeVore Micr/O recompensam o ouvinte com uma prestação sonora de elevado grau de envolvência musical, fluidez de discurso e beleza tímbrica, a partir de umas colunas cuja integração em sala é quase plug-and-play.


Conclusão


As DeVore Fidelity Micr/O são umas colunas singulares. Não serão únicas, embora certamente um caso raro, no panorama do mercado do áudio, mas certamente singulares no sentido em que se propõem proporcionar um som de grande comunicabilidade musical a partir de um modelo de muito reduzidas dimensões e de instalação quase universal. Nesse sentido, tenho de concluir que, no contexto do meu sistema de som/sala, esse foi um desafio superado na sua plenitude.


DeVore Fidelity Orangutan Micr/O

Preço               5200 €

Representante Imacustica