Uma entrada muito acessível (e boa) para o streaming
Se o mercado de streamers entre os 500 € e os 1000 € se viu invadido de qualidade nos tempos mais recentes, chegou agora a vez do mercado dos 200 €-300 € se ver recheado de boas soluções, uma das quais está aqui em análise - o Wiim Pro Plus. A marca chinesa entrou há relativamente pouco tempo neste mundo - primeiro com o Wiim Mini (um sucessor, digamos, do estranhamente defunto Chromecast Audio da Google), depois com o Wiim Pro (com excelentes críticas à sua prestação como transportador digital mas algumas reticências quanto à performance da DAC) e agora com este Wiim Pro Plus, que vem equipado com um novo chip, o AKM4493SEQ e com bastantes melhorias no circuito analógico. Devo dizer que tinha alguma curiosidade de ouvir este chip, porque marca (finalmente) o regresso da prestigiada marca japonesa AKM ao mercado, depois de um malogrado incêndio ter destruído a sua fábrica, há três anos atrás. Será então possível ter qualidade de som a este preço? Vamos descobrir.
Para começar, uma (boa) surpresa, tendo em conta a gama de preço do produto - o Pro Plus tem todos os protocolos que poderíamos querer (com uma pequena excepção) e funciona gapless com todos. UPNP/DLNA é gapless (com software compatível), assim como os Tidal Connect, AirPlay e Chromecast (este último, com Roon e Hi-Fi Cast apenas). A pequena excepção acima mencionada é o protocolo Roon Ready, que ainda não está (mas estará) disponível - até lá é possível usar AirPlay 2 ou Chromecast Audio com o Roon. A App é, uma vez mais, funcional mas não impressiona e permite aceder a qualquer NAS/servidor que esteja na rede assim como a muitas rádios online e serviços de streaming. Tudo excelente, e acima de outros produtos bem mais caros - o volume, uma vez mais, é de 0 a 100 mas a Internet encarregou-se de me informar que o volume a 90 traduz-se numa atenuação de 3.2 dB, provavelmente mais do que o suficiente para atenuar quaisquer Intersample Overs. Existe ainda, para quem use, um igualizador - gráfico ou paramétrico.
Passado este primeiro testes, avancei para as audições com o sistema habitual: portátil Windows com Foobar e tablet Android com Symfonium (ambos por UPNP/DLNA). Resumindo brevemente a minha experiência, creio que o Wiim Pro Plus será mais do que suficiente para um segundo sistema (em que até é possível ligar uma TV à entrada óptica) ou para um sistema simples de iniciação à alta-fidelidade, mas não mais do que isso. Não soa mal, pelo contrário, mas também não deslumbra, nem tal seria esperado nesta gama de preços.
Experimentei em seguida o Wiim como transportador digital e aconteceram algumas peripécias:
1) Ligando ao DAC do meu Rotel (um circuito já antigo, de 2012), como seria de esperar, trouxe poucas melhorias. Houve ainda a particularidade de o meu cabo óptico não transmitir som, apenas o cabo da própria marca funcionou.
2) Resolvi pedir a um amigo o DAC Neo iDSD, da iFi Audio, um excelente produto. Sucede que o Wiim e a iFi Audio não gostam muito um do outro, e os níveis de distorção são perfeitamente audíveis - mais tarde o Google encarregou-se de me mostrar que o fenómeno é real e está até bem documentado. Baixar a resolução da saída óptica para 24 bit/48 kHz resolve o problema, mas significa que o Wiim deixa de ser bit perfect em ficheiros de alta resolução - embora continue a ser lossless. No entanto, não notei qualquer degradação na qualidade do som pela redução de resolução.
3) À terceira é de vez e com um DAC da Projet, o RS2, o Wiim funcionou sem quaisquer problemas e em todas as resoluções bit perfect e lossless.