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Leitor de CD/SACD TAD D1000TX

Leitor de CD/SACD TAD D1000TX

Jorge Gonçalves

17 julho 2023

O render dos heróis prateados


A TAD é um nome bem conhecido da maioria dos audiófilos nacionais, principalmente devido às suas espantosas colunas que começaram por ser desenhadas por Andy Jones, isto quando a marca, depois de anos e anos presente no mercado profissional decidiu, nos início dos anos 2000, dedicar-se igualmente ao mercado de consumo. As Reference One são ainda consideradas uma referência por quase todos os amantes do áudio que tiveram oportunidade de ouvi-las.
Algo mais tarde seguiu-se numa linha de evolução natural, a introdução de uma gama de electrónica de alto nível, igualmente na linha Reference e que eu tive oportunidade de ouvir em Milão, quando da sua introdução na Europa.
Hoje em dia a TAD tem três linhas de electrónica e colunas, designadas Reference, Evolution e Classics, e o leitor de CD/SACD D1000TX de que vou falar hoje pertence à segunda dessas gamas, embora tenha no seu âmago muitas das tecnologias presentes no D600, o topo de gama da marca neste tipo de produtos.

TAD_D1000TX_K

Penso que o facto de se testar na Audio e Cinema em Casa um leitor de CD/SACD nos tempos que correm tem todo o significado, principalmente devido aos rumores, exagerados, como quase sempre, que por aí correm relacionados com o facto do formato CD ser coisa do século passado, que o é, e que está completamente posto de lado pela disponibilidade de ficheiros de áudio de alta definição em streaming. Vamos ver que não é bem assim, até porque muitos dos originais disponíveis em streaming foram produzidos a partir de masters de CD (no melhor dos casos) e depois sofreram upsampling para 24bit/96 kHz ou mais. Isto porque são raras, mesmo nos tempos que correm, as gravações feitas com a resolução de 24 bit/96 kHz. E porquê? Bom, é melhor dizer desde já que as boas editoras, ou seja, as que têm gente que gosta de música a gerir as gravações, utilizam o formato DSD na gravação, passando depois o original para o formato PCM na resolução pretendida, na maioria dos casos 16 bit/44,1 kHz. O master original em DSD é muito raramente disponibilizado, com excepção, por exemplo, da norueguesa 2L, o que significa que é a partir do master de CD que todo o processamento se faz.
Mas vamos àquilo que é o motivo deste teste.


Descrição


Sóbrio e elegante, o D1000TX tem um sólido chassis de alumínio de 8 mm de espessura, com um painel frontal dividido em duas áreas no sentido vertical: a superior alberga a gaveta de transporte e nada mais e a inferior um mostrador minimalista e as teclas de controlo de reprodução e de selecção de entradas, isto porque, para além de ser um leitor completo, o D1000TXestá equipado com várias entradas digitais, incluindo USB, e um controlo de volume, pelo que pode funcionar como um prévio completo. Ou seja, no fundo, o D1000TX é como que uma combinação do transporte T1000 e do conversor DA1000 num único chassis, sendo muitos dos componentes destes dois equipamentos comuns aos do D1000TX. Nas traseiras encontramos o conjunto de entradas, na forma de uma USB 2.0 do tipo B, uma XLR, duas coaxiais e uma óptica; bem com as saídas analógicas XLR e RCA e as saídas digitais XLR e RCA para um conversor externo.

UPCG

Aberto o D1000TX ficamos quase de boca aberta perante a qualidade e organização dos circuitos electrónicos do equipamento, divididos por duas placas de circuito impresso montadas uma por cima da outra e fortemente blindadas. A TAD dá uma atenção especial à precisão do relógio em todos os seus equipamentos digitais, e o D1000TX está equipado com um UPCG (Ultra-Precision Crystal Generator) desenhado para reduzir a relação sinal/ruído em cerca de -50 dB em relação aos clocks utilizados nos leitores de CD convencionais ficando esta relação nos –100 dB. A TAD opta por um oscilador de alta precisão por causa de sua vida útil comparativamente longa e da velocidade de inicialização e, ao mesmo tempo, porque a topologia electrónica utilizada no UPCG permite obter níveis de jitter extremamente baixos.

D1000TX_USB

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