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Pro-Ject Audio Automat A1 - Teste

Pro-Ject Audio Automat A1 - Teste

João Zeferino

14 maio 2022

O analógico em modo plug&play


Audições


O Pro-Ject Automat A1 substituiu o meu gira-discos residente ligado directamente a uma entrada de linha do amplificador integrado Gryphon Diablo 300 e também com ligação clássica de gira-discos via prévio de phono Elac PPA-2 como termo de comparação. A cablagem constou do cabo de gira-discos que é fornecido com o A1 e um cabo analógico RCA Accuphase AL-10 na interligação unidade de phono / amplificador. Nas colunas B&W 802D3 estiveram os habituais Kimber Select KS-3033.

O primeiro disco a rodar foi o álbum Crisis de Mike Oldfield. As edições digitais deste álbum, tal como de quase todos os álbuns do músico britânico, soam sempre algo agressivas e demasiado estridentes no registo agudo, num claro convite a baixar o volume, única maneira de se poder usufruir da música sem sentir desconforto. A alternativa é ouvi-los em LP, uma opção a que há muito aderi, uma vez que as versões em vinil possuem uma sonoridade muito mais equilibrada e envolvente. Com este LP a rodar no Automat A1, o resultado destacou-se por um grave bastante potente, com um notável equilíbrio entre extensão, definição e fluidez, redondo e caloroso, mas sempre seguro e limpo.

A1-ProJect-Automat-Tonearm-2

A gama média apresenta-se cheia e bastante envolvente, razoavelmente aberta e reveladora. Já o registo agudo surge ligeiramente recuado e nunca agreste, permitindo usufruir de toda a dinâmica gravada sem quaisquer efeitos de desconforto auditivo. Os naipes de metais nas grandes orquestras soam abertos, francos e metálicos como é da sua natureza, resultando numa sonoridade credível e que nos envolve no processo de fruição musical como é apanágio da reprodução analógica, e de que foi exemplo a audição do conjunto de poemas sinfónicos À inha Pátria de Smetana.

Com os ritmos mais jazzísticos de Gerry Mulligan em The Concert Jazz Band a desenvoltura dinâmica da gama média funciona quase como um elo de ligação entre os registos graves e o registo agudo, assegurando a coerência temporal da reprodução musical como um todo e a assinatura tímbrica dos instrumentos que se mantém coesa independentemente de estarem a tocar na gama natural ou nos extremos do respectivo espectro de frequências.

O palco sonoro desenha-se em largura e razoável profundidade, mais expansivo com a ligação a uma unidade de phono externa como a Elac do que utilizando o circuito interno do A1 - o que não é factor de admiração se considerarmos que o custo da phono da Elac permite adquirir dois Automat A1 - provando, contudo, uma notável habilidade para acomodar o evento musical sem indícios de constrangimentos notórios.

A1-ProJect-Automat-Cutout-dustcover

O registo agudo surgiu sempre notavelmente extenso, límpido e bem focado, sempre solto e sem quaisquer sinais de aspereza, sibilâncias ou agressividade. O trabalho das escovas que percutem os pratos da bateria soou sempre recortados e etéreos, com um superior nível de clareza e detalhe. Também as vozes foram muito bem tratadas pelo Automat A1 denotando sempre um óptimo controlo no extremo agudo, sabendo como evitar a tendência para a estridência que pode ocorrer nas notas mais altas e a volumes de audição mais elevados. Por outro lado, os metais soam abertos e francos resultando numa sonoridade espectacular e entusiasmante como por exemplo no efectivo instrumental que acompanha Frank Sinatra nas Swinging Session ou na já referida obra sinfónica de Smetana.


Conclusão


O Pro-ject Automat A1 apresenta-se como uma proposta irresistível para quem se quer iniciar na audição de discos de vinilo ou como upgrade de um gira-discos muito básico ou desactualizado. Trata-se uma proposta muito equilibrada que une a tradicional qualidade da marca austríaca com a facilidade de um mecanismo totalmente automático que facilita a vida a utilizadores menos experimentados ou que simplesmente apreciam o facto de poderem operar as funções do equipamento com o simples accionar de um botão. Ao incluir a electrónica necessária ao tratamento de sinais analógicos e da codificação RIAA, permite utilizar o gira-discos como se de uma fonte de nível de linha se tratasse e ligá-lo directamente a uma entrada de linha do amplificador. Para quem procura qualidade e conforto de utilização dificilmente encontrará algo que se lhe compare, principalmente ao preço altamente competitivo inferior a 500 €.


Especificações:


Velocidades 33, 45, (comutação de velocidade electrónica)
Tracção Por correia
Variação de velocidade 33: +/-0,75%; 45: +/-0,65%
Choro e flutuação 33: +/-0,27%; 45: +/-0,25%
Relação Sinal / Ruído 65 dB
Prato Alumínio com anel de amortecimento
Braço 8.3” Alumínio
Comprimento efectivo 211 mm
Saída RCA Phono/Linha (comutável)
Dimensões 430 x 130 x 365 mm (LxAxC)
Peso       5.6 kg
Preço 449 €
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