PrimaLuna Floyd EVO 300

Jorge Gonçalves

29 abril 2022

O melhor dos dois mundos

A PrimaLuna nasceu há quase 20 anos tendo como fito principal a fabricação de equipamentos de áudio a válvulas de preço acessível e com uma relação qualidade / preço quase impossível de bater. O que poucos sabiam é que dentro da PrimaLuna existe um departamento ligado ao desenvolvimento de circuitos utilizando componentes de estado sólido, muito em especial MOSFETs. Este departamento tem o nome Floyd Design e é dirigido por Jan de Groot, um engenheiro que foi igualmente responsável de manutenção no Benelux de marcas tais como Luxman, Thorens, AirTight e Bowers & Wilkins, bem como desenvolveu produtos para a Sphinx, uma marca holandesa famosa nos anos noventa.

Foi com base na experiência de Jan que a PrimaLuna decidiu avançar para um conceito de amplificação que se desvia uma pouco daquilo que foi a razão do seu lançamento e que se apoia numa topologia hibrida, ou seja, combina válvula e transístores, muito em especial transístores de efeito de campo – MOSFETs.

Exteriormente o Floyd EVO 300 não se diferencia muito em termos estéticos dos equipamentos da PrimaLuna que estamos habituados a ver desde há uns anos nomeadamente em termos da já bem conhecida grelha de formato curvo a proteger as válvulas dos dedos mais curiosos, melhor dizendo, evitando que estes se queimem. O painel frontal pode ser de cor negra ou prateada e é dominado por dois botões de alumínio, o da esquerda controlando o volume e o da direita a entrada em uso, tendo junto a ele o jack de 6,35 mm da saída para auscultadores. Por detrás do painel, na parte lateral do chassis, temos, à esquerda o interruptor de ligação da alimentação e, à direita, um comutador que permite seleccionar colunas ou auscultadores como recipientes do sinal de saída.

Na traseira temos um vasto conjunto de fichas RCA para ligação das fontes de entrada, cinco entradas no total, identificadas como Aux1 a Aux5, bem como uma saída para subwoofer, outra para gravação (uma raridade nos tempos que correm), e outra ainda para um sistema de cinema em casa, a qual não passa pelo controlo de volume. Na parte inferior do chassis temos uma caixa de altura muito reduzida e que alberga um prévio de phono para cabeças do tipo MM, prévio este que foi desenhado por um engenheiro que já trabalhou para a Goldmund, ocupando a entrada Aux2. A altura reduzida tem a ver com o facto do circuito impresso deste prévio de gira-discos utilizar componentes do tipo SMD. A somar a tudo isto temos os dois pares de terminais múltiplos de coluna e a ficha IEC de entrada da tensão do sector.

Na entrada da secção de prévio temos duas válvulas 12AU7/ECC82, às quais se seguem 4 outras 12AU7 que funcionam como drivers e desfasadoras. Seguem dois JFETs emparelhados da Linear Systems e dois pares de MOSFETs complementares na saída, do tipo 20N0 e 20P0, os quais debitam mais de 100 W por canal sobre 8 Ω. Um relé colocado em série com a saída garante que as colunas só são ligadas quando os circuitos estão totalmente estabilizados em termos de polarização. A maior parte das ligações faz-se por fio, embora exista um circuito impresso que alberga os reguladores de tensão e os circuitos de acoplamento para o andar de potência, nos quais de empregam condensadores de elevada capacidade (15 µF) da DuRoch.

A topologia dos circuitos de amplificação é do tipo duplo mono, com dois transformadores toroidais para o prévio e um transformador de 500 VA para os amplificadores de potência. Na entrada de sector que alimenta os transformadores temos circuitos de eliminação de offset para evitar ruídos de vibração nos transformadores. A construção interna é da mais alta qualidade, como se pode ver nas fotos, bem como são os componentes utilizados.

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