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MBL Cadenza C51

MBL Cadenza C51

João Zeferino

29 outubro 2025

Sobriedade estética e sonora ao serviço da música


Audições

O MBL Cadenza C51 foi testado em ligação ao streamer Aurender A20. Como fonte analógica esteve o gira-discos Project Xtension 10 Evolution com cabeça Hana ML e prévio de phono o Elac PPA-2, enquanto as colunas eram as Marten Parker Trio. A cablagem incluiu os cabos Kimber Select KS-1121 e Kubala-Sosna Fascination nas interligações analógicas e, nas colunas, os habituais Kimber Select KS-3033.

                          Lista de obras escutadas durante as audições


• G. Mahler, Sinfonia nº 6, Orquestra Filarmónica Berlim, Bernard Haitink, Qobuz
• J. S. Bach, Missa em Si menor, BWV232, Bonney. Kirchschllager, Ainsley, Miles, Tokyo opera singers, Saito Kinen Orquestra, Seiji Ozawa, Tidal
• J. Brahms, Concerto nº 2 para piano e orquestra, Krystian Zimerman, Orquestra Filarmónica de Viena, Leonard Bernstein, Qobuz
• Felix Mendelssohn, Da Israel aus Aegypten Zog Op. 51, Coro e orquestra Gulbenkian, Michel Corboz, Tidal
• Richard Strauss, Quatro últimas canções, Anna Tomowa-Sintow, Orq. Filarmónica de Berlim, Herber Von Karajan, Qobuz
• P. I. Tchaikovsky, Sinfonia Manfred, Orquestra Sinfónica Londres, Vladimir Jurowski, Qobuz
• Patricia Barber, Companion, Qobuz
• The Dave Brubeck Quartet, Time Out, Tidal
• Supertramp, Crime of the century, A&M Records (LP)
• Michel Camilo, Portrait, CBS Records (LP)
• Pink Floyd, The Wall, EMI (LP)
• Gerry Mulligan, The concert jazz band, Verve Records (LP)


Foto 5 MBL C51

Iniciei as audições com o salmo Da Israel aus Aegypten Zog Op. 51, de Mendelssohn, numa gravação com o coro e orquestra Gulbenkian efectuada na década de setenta na igreja da Graça em Lisboa. Apesar de alguns problemas acústicos, é uma gravação muito atmosférica que capta com invulgar acuidade a acústica do local e transmite uma agradável sensação de volumetria, colocando os músicos num plano algo distante, mas perfeitamente integrados no excipiente acústico, contribuindo para uma experiência auditiva muito realista e natural. A sonoridade ampla do MBL potenciou as características da gravação, desenvolvendo um palco sonoro de enorme volumetria no qual o coro surge perfeitamente delineado num plano superior ao da orquestra, sendo facilmente inteligíveis quer os contributos dos diversos naipes do coro quer o acompanhamento orquestral, graças à espacialidade da gravação, mas também pelo equilíbrio entre fidelidade tímbrica, palco sonoro e transparência que a amplificação MBL empresta à reprodução sonora. Com uma gama média absolutamente líquida, sem quaisquer descontinuidades aparentes ou grão que nos lembrem estarmos perante um componente electrónico, a música pode fluir e cativar-nos horas a fio, não havendo quaisquer elementos passíveis de induzir cansaço.

Já que estava no género coral-sinfónico, decidi conhecer uma gravação que há já algum tempo tinha vontade de conhecer, mas cuja audição já havia adiado por diversas vezes. Trata-se da interpretação de Seiji Ozawa da grandiosa Missa em Si menor, de Bach, numa versão que deixará os puristas das versões historicamente informadas à beira de um ataque de nervos, mas que me surpreendeu, e muito, pela positiva.

Foto 6 MBL C51

Nesta gravação Ozawa faz-se acompanhar por um quarteto de solistas de primeira água, que inclui a soprano Barbara Bonney, mezzo Angelika Kirchschlager o tenor John Mark Ainsley e o baixo Alastair Miles e ainda os Tokyo Opera Singers e a Saito Kinen Orchestra. Uma versão em contraponto com a moda dos conjuntos minimalistas, supostamente em conformidade com a prática do tempo de Bach, mas que Ozawa com a sua mestria consegue desenvolver de um modo totalmente credível, com ímpeto, com empenho, com uma energia que não poucas vezes falta às versões supostamente mais fidedignas ao tempo de Bach e que tantas vezes se traduzem num enorme aborrecimento. A versão de Ozawa é prenhe de energia, de empenho dos músicos e tem escala, grandiosidade e uma grandiloquência capaz de nos manter imersos na audição da obra do princípio ao fim. Naturalmente que esta obra representou um desafio mais exigente para o MBL, mas o resultado foi igualmente entusiasmante, uma clareza de apresentação notável, vozes perfeitamente individualizadas, com uma apresentação natural e num equilíbrio notável com o coro e com a orquestra, revelando uma óptima capacidade para reproduzir a escala de peça e manter o ouvinte atento e interessado durante as quase duas horas de duração da obra.

Passando a um género completamente diferente, com a 6ª sinfonia de Mahler o MBL demonstrou uma grande segurança no controlo das colunas mesmo perante as complexidades rítmicas e a dinâmica exacerbada da obra de Mahler. Ocasionalmente pressente-se uma homogeneização de texturas na gama média baixa que não parece ter consequências ao nível da transparência global, mas que, por outro lado, confere à reprodução musical uma agradável sensação de liquidez e envolvência.

Foto 7 MBL C51

Uma sonoridade macia e encorpada de extremo requinte e suavidade foi evidente com todos os programas musicais que lhe servi. Uma sonoridade que por vezes nos faz pensar em amplificação a válvulas, até ser necessária uma demonstração cabal de arrojo dinâmico e solidez da estrutura sonora características dos melhores projectos de estado sólido e que o MBL C51 realiza sem pejo.

O registo grave é poderoso, intenso e envolvente. Não sendo excepcionalmente rápido ou hiper-articulado, combina uma boa extensão com uma notável paleta tonal onde é fácil apercebermo-nos de diversas e simultâneas notas graves com origem em instrumentos diversos, mantendo sempre uma notável transparência e uma clareza reveladora dos mais ínfimos detalhes presentes no programa musical.

O pedal da bateria que marca insistentemente o ritmo em Like JT, do álbum Companion, da Patricia Barber demonstrou uma presença física assinalável, sempre com um excelente controlo das colunas e permitindo ouvir a altos volumes de som sem que quaisquer efeitos de dureza ou agressividade surgissem para acabar com a festa que foi ouvir música via MBL C51.

Com o 2º concerto para piano e orquestra de Brahms, o piano soou particularmente fiel, já que nunca se perde a continuidade entre o registo grave da mão esquerda e a acutilância dos agudos na mão direita que se revelaram límpidos, suaves e de notável extensão. Ao apresentar o mesmo rigor tímbrico ao longo do espectro, o MBL permite que o instrumento soe íntegro, imponente e com uma excelente presença.

Foto 8 MBL C51

A grande orquestra beneficia especialmente das avantajadas dimensões do palco sonoro gerado, que revelam facilmente a acústica do local de gravação, como já afirmei, com uma focagem sobre os músicos que favorece a totalidade em detrimento da individualidade para nos presentear com uma imagem global do acontecimento que é grandiosa na escala, calorosamente envolvente e que resulta em audições extremamente agradáveis.



Conclusão


Com a série Cadenza a MBL consegue transpor para preços muito mais acessíveis, muita da magia das gamas superiores. Sendo produtos fabricados na Alemanha os MBL garantem uma grande vantagem ao nível do preço sobre os produtos oriundos de fora da Europa. Uma amplificação com este nível de desenvolvimento tecnológico, qualidade de construção e som, seria com certeza bem mais dispendiosa se tivesse origem nos EUA e em nada fica a dever a qualquer um dos mais prestigiados produtos americanos.

O MBL C51 não é, ainda assim, um amplificador universalista. Possui uma personalidade sonora muito própria não sendo espectável que agrade a gregos e a troianos. Quem procura força bruta, contraste dinâmicos ríspidos e uma rapidez fulgurante, fará melhor procurar noutras paragens. Contudo, quem espera encontrar uma amplificação poderosa, mas suave, de timbres verdadeiros, palco sonoro grandioso e um envolvente equilíbrio musical, tem no MBL C51 uma proposta irresistível e merecedora de entusiástica recomendação.


Amplificador integrado MBL Cadenza C51

Preço           9 720 €
Contacto     Imacustica

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