Os melhores discos do primeiro semestre de 2025, na categoria de jazz.
Jacob Wutzke “You Better Bet” (Cellar, 16/44.1)
Disco de estreia do baterista canadiano, You Better Bet é um tributo ao seu herói, Tony Williams (que aos 17 anos já fazia parte do “Segundo Grande Quinteto” de Miles Davis, provavelmente o ensemble que mais marcou a história do jazz). Acompanhado pelo conhecido Ira Coleman no contrabaixo e por outros músicos canadianos da nova geração, o disco alterna entre temas de Tony Williams e originais de Wutzke e é de audição muito recomendada.
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John Ellis “Heroes” (Blue Room Music, 16/44.1)
John Ellis é, a par de Chris Cheek, um dos meus tenores preferidos, mas tem editado pouca música nos anos recentes. Ora isso acabou em 2025, com o lançamento deste Heroes, onde interpreta apenas música original, e se faz acompanhar por uma equipa de sonho composta por Michael Rodriguez (trompete), Gary Versace (piano), Reuben Rogers (baixo) e Kush Abadey (bateria). Uma excelente oportunidade para voltar a ouvir este grande saxofonista.
Julian Shore “Sub Rosa” (Chill Tone Records, 24/88.2)
Se há pianista da nova geração que se tem destacado nos últimos anos, é Julian Shore - e isso volta a mostrar-se em Sub Rosa, onde se apresenta em trio, e em excelente forma, num digno sucessor de Trio (2023). Se busca novos pianistas de jazz, numa veia contemporânea, tem aqui um excelente ponto de partida.
Lukas Mohl “Speaking from the Heart (Jazz Thing Next Generation, Vol. 108)” (Double Moon Records, 24/96)
A editora Double Moon Records, subsidiária da Challenge International, tem tido na série “Jazz Thing Next Generation” uma magnífica mostra dos maiores novos talentos do jazz europeu. Aqui na sua edição 108 (!), conhecemos o pianista alemão Lukas Mohl, radicado na Holanda, e acompanhado em trio pelo experiente Jasper Somsen (contrabaixo) e pelo baterista sul-coreano Min Won, também ele um valor emergente da cena europeia. Um belíssimo disco de estreia, magnificamente gravado, e a mostrar um jazz muito influenciado pela música clássica, como é habitual no velho continente (e nos pianistas).
Tyler Henderson “Love Endures” (Cellar, 24/96)
Mais um disco de estreia, desta vez do pianista nova-iorquino Tyler Henderson, e mais um disco em trio, como é apanágio dos pianistas, acompanhado por mais duas jovens promessas de cena nova-iorquina. Alternando entre os originais e os standards, Love Endures é um excelente disco numa veia mais tradicional e (mais) uma boa adição ao já extenso catálogo da Cellar, que se vai tornando aos poucos naquilo que a Blue Note foi nos anos 60 e a Criss Cross nos anos 90 e 2000.