TCL junta os peritos em imagem em Varsóvia

Jorge Gonçalves

15 junho 2025

Novas gamas de televisores para 2025 analisadas ao pormenor e em exclusivo antes da sua apresentação oficial.

O evento técnico intitulado Experts Meet Experts, é já como que uma tradição. Uma vez mais, no passado mês de Maio, a TCL convidou um grupo restrito de peritos em televisão e imagem europeus para lhes desvendar as suas linhas de televisores, barras sonoras e monitores para 2025. Realizada em Varsóvia, a sessão enfatizou a transparência da engenharia por detrás dos produtos, a análise de conteúdos retirados do mundo real e as decisões de design por detrás dos produtos, moldadas por um desempenho mensurável — e não apenas pelo departamento de marketing, como infelizmente acontece na maioria das empresas. Mais uma vez, tive direito a assistir a um conjunto de sessões exclusivas, juntamente com o grupo de especialistas em vídeo da EISA. Estavam disponíveis mais de 30 televisores que juntos ilustravam a gama completa de televisores da marca para os próximos tempos, desde a série P6K até à X11K, nada menos de 30 modelos espalhados por cerca de 400 m2. Um festival de imagem de qualidade, com tamanhos de diagonal de ecrã desde as 55 até às 98 polegadas. Isto para além da presença de alguns televisores de anos anteriores utilizados para aferição das melhorias incluídas nas gamas mais recentes.

Número de zonas de iluminação controlada utilizadas em função do formato da imagem.


A mensagem geral da TCL foi clara: o Mini-LED é a tecnologia que a empresa considera a solução mais escalável e prática para oferecer um desempenho de topo em televisores de 55 a 115 polegadas. Em alternativa ao OLED, que enfrenta desafios de rendimento e preço, principalmente em tamanhos maiores, a TCL resolveu investir fortemente em fábricas de painéis LCD de alta geração que permitem o fabrico de ecrãs de dimensões imponentes a preços bem mais abordáveis e com vantagens evidentes ao nível da luminosidade.
A TCL reafirmou a sua estratégia de expansão do Mini-LED para segmentos mais acessíveis e de gama alta. Embora o Micro-LED continue a ser tecnicamente impressionante, a empresa questiona a sua viabilidade a longo prazo para o mercado de televisores de consumo, mencionando questões ainda não resolvidas relacionadas com a fabricação em massa e o custo de fabrico. O OLED, particularmente o OLED impresso a jacto de tinta (IJP-OLED), está a avançar no segmento de monitores da marca, mas a sua utilização em televisores com ecrãs de maiores dimensões ainda é limitada pela complexidade da produção em grandes volumes.
Em contraste, a plataforma Mini-LED da TCL amadureceu significativamente. Os modelos topo de gama, como o X11K, apresentam agora até 14 000 zonas de escurecimento local, controladas através de um sistema híbrido que combina PWM de 23 bits e escurecimento através de impulsos de tensão contínua para um controlo preciso a baixa luminosidade sem cintilação visível. Foram também demonstrados os novos designs de lentes difusoras que ajudam a minimizar o efeito de halo e a aumentar a eficiência do brilho.

Melhorias na interface do utilizador


A TCL utilizou ferramentas de análise de sinal em directo durante o evento para destacar o que muitos engenheiros de vídeo já sabem: a maior parte do conteúdo HDR actual não chega nem perto dos níveis de brilho sugeridos pelas especificações do formato. De facto, muitos títulos da Netflix e Disney+ apresentam, em média, menos de 1 nit de brilho médio, independentemente de serem rotulados como compatíveis com Dolby Vision ou HDR10.
Para se adaptar a esta realidade, a TCL incorporou sistemas de mapeamento de tons mais detalhados na sua gama de 2025. O processamento do Dolby Vision inclui a modelação de curvas dinâmicas («Mapeamento Preciso de Tons»), a adaptação com reconhecimento do ambiente envolvente e a opção de desactivar o incremento dos níveis de HDR para os utilizadores avançados que preferem modos de brilho sustentado. A TCL também voltou a enfatizar o papel do upscaling baseado em IA, especialmente para a grande maioria do conteúdo de resolução de resolução standard ainda em circulação através de transmissão televisiva ou em streaming.

A mesma imagem, em diversas dimensões de ecrã.

Os novos modelos Mini-LED suportam taxas de actualização / refrescamento de até 144 Hz, com a taxa de actualização variável (VRR) e o HDMI 2.1 implementados nas gamas principais. A TCL continua a utilizar um mecanismo de conversão de taxa de fotogramas com reconhecimento de conteúdo que activa selectivamente a suavização de movimento, dependendo do tipo de cena. No «Modo de Jogo», a latência permanece abaixo de um fotograma, mesmo com a interpolação activada.
Para aqueles que dão prioridade à precisão, a TCL inclui agora o Modo do Realizador com detecção automática baseada em ACR (reconhecimento automático de conteúdo). A marca reconheceu que, embora a maioria dos consumidores prefira os modos vívido ou inteligente, os utilizadores avançados e de olho mais crítico têm agora acesso total aos controlos de calibração, incluindo opções para processamento de movimento, mapeamento dinâmico de tonalidades e ajuste do realce em HDR.

Colunas TCL Z100 com a tecnologia FlexConnect.


A inovação em áudio foi patente através de uma demonstração ao vivo do Dolby Atmos FlexConnect — uma tecnologia de colunas sem fios que utiliza o áudio integrado no televisor TV para os canais centrais, enquanto sincroniza sem fios com até quatro colunas externas para um funcionamento em surround. A configuração demorou apensa alguns segundos e a precisão direccional obtida na sala foi notavelmente realista. As novas barras de som 7.1.4 e 5.1 da TCL também estavam em exposição, com a empresa a explicar as razões por detrás da mudança deliberada de altifalantes com disparo para cima em favor da virtualização baseada em DSP, a qual, segundo ela, consegue uma amplitude espacial semelhante sem qualquer complexidade de instalação.
Aproveitando a sua capacidade interna de produção de painéis, a TCL está agora a entrar no mercado dos monitores para jogos. Foram apresentados modelos com 500 a mais de 2000 zonas de escurecimento, taxas de actualização de 300 Hz e recurso à tecnologia Quantum Dot, visando uma cobertura alargada da norma Rec. 2020. Com tamanhos de ecrã que variam entre 24 polegadas e 57 polegadas, estes monitores visam preencher a lacuna entre os monitores para jogos e os semiprofissionais.

A análise em tempo real das imagens disponibilizadas pelos serviços de streaming mostra que, neste caso, o nível médio de luminosidade é apenas de 33 nits.

Todos os modelos de 2025 utilizam o Google TV, embora a experiência de utilização varie de acordo com a região. A TCL reconheceu que, embora os utilizadores na Europa Ocidental desfrutem de funcionalidades completas, as unidades disponíveis na Europa Central sofrem de capacidades de interface limitadas. Foram introduzidos novos controlos remotos, suporte melhorado através de perfis predefinidos e um painel de definições reformulado para simplificar o acesso aos controlos de imagem e áudio, especialmente para aqueles que precisam de ajustar curvas de tonalidade HDR, níveis de gama ou definições de controlo de movimento.
O evento abordou também aspectos práticos do produto: a TCL adoptou suportes mais estreitos com melhor distribuição de peso, menor utilização de produtos químicos retardantes de chama e embalagens mais leves para um transporte mais eficiente. O consumo de energia diminuiu em vários modelos, estando mesmo alguns deles inseridos na Classe D das normas UE.

Os utilizadores mais avançados têm à sua disposição todo o tipo de ajustes, incluindo nos modos HDR.

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