A celebração de um êxito que assenta numa grande equipa.
A Ultimate Audio celebrou 14 anos de existência no último sábado, com festa rija e convidados de excelência: para além de uma vasto grupo de clientes e amigos que se quiseram juntar à equipa da casa para realçar este momento tão especial, uma ampla panóplia de equipamentos que irão ser descritos em seguida marcou uma presença bem distinta.
Como de costume, as três salas da Ultimate estavam em pleno funcionamento, com equipamentos e sistemas bem distintos. Começando pela sala mais recente, a que se encontra logo junto à entrada, um par colunas Avantgarde Colibri, acolitadas por dois subwoofers Perlisten 212s e alimentadas pelo amplificador integrado Western Electric tocavam de maneira bem aliciante, aliás menos não seria de esperar, em face da afinação ter sido efectuada pelo Jorge Gaspar. A fonte principal era um conjunto Cinnamon DAC/streamer, agora na versão II. O som era fresco, mesmo refrescante, uma característica da Cinnamon e que eu realcei quando do teste do Galle na sua versão original, e as «monitoras» da Avantgarde deram muito bem conta do recado, mesmo numa sessão de percussão de bateria já bem exigente em termos dinâmicos.
Os inconfundíveis Cinnamon, agora na versão II.
Na sala principal da Ultima brilhavam as Zellaton PLURAL EVO que tinham por detrás de si uma verdadeira artilharia em termos de electrónica, começando pela fonte sonora da Wadax que incluía o novíssimo Master Transport, em estreia europeia, ligado ao DAC Atlantis Reference, o qual podia ainda receber sinal de streaming proveniente do Atlantis Reference Server, tudo isto alimentado por duas imponentes fontes de alimentação Atlantis Reference PSU. O prévio era o igualmente muito recente Kondo Audio Note G-1000 e a ligação de terras estava centralizada em duas caixas Entreq Olympus Ten Ten. A alimentação do sector provinha de um imponente regenerador de tensão Isotek Genesis.
As Zellaton PLURAL EVO tocaram muito bem com todo o tipo de música.
E a combinação da emoção e sentimento da voz de Marisa em “Ó Gente da Minha Terra”, que conseguiu ultrapassar de maneira sublime as naturais (e algumas não tanto) limitações de uma gravação ao vivo, com uma Big Band Japonesa a debitar níveis de SPL quase como os que ouvi uma vez ao vivo com a banda de Duke Ellington no Ronnie Scott’s, em Londres foi algo que confirmou que este sistema não tinha quaisquer limitações, fosse qual fosse o tipo de música.
A verdadeira artilharia de electrónica por detrás das Zellaton.
E ainda deu para ouvir uma espantosa gravação do Dr. Keith Johnson para a Reference Recordings, da Dança Macabra em CD, um disco que tenho aqui em casa e que soou de um modo verdadeiramente sublime, provando que o HDCD num sistema destes consegue mostrar que está bem vivo e que é realmente uma tecnologia que consegue elevar os padrões de reprodução do disco prateado, ainda mais quando lido por um sistema de transporte superlativo que transforma tudo o que é prateado em cores mais preciosas ainda.
A tampa que cobre os discos no Master Transport é como um diafragma de uma máquina fotográfica e quase nos hipnotiza quando fecha e abre.
Prévio Kondo Audio Note G-1000.
E faltava então entrar naquela que continua a ser para mim uma sala muito especial de entre todas as da Ultimate, talvez pela sua dimensão, pelo ambiente acolhedor ou por tudo isso e mais alguma coisa. Tínhamos aí as Marten Mingus Septet, muitíssimo bem controladas por dois monoblocos Boulder 1154 e pelo prévio 1110, igualmente da Boulder.
A fonte principal assentava nos discos de vinilo, reproduzidos pelo exemplar 01 dos 45 que serão fabricados do gira-discos Clearaudio Master Jubilee, equipado como uma cabeça de leitura óptica DS Audio DS W3. O som digital provinha de um DAC Lampizator Horizon 360, mais uma novidade absoluta, ligado a um streamer XACT S1. E como o ambiente ajudava ouvir Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack De Johnette no LP Still Live foi a cereja no topo do bolo – uma imagem espacial ampla e plena de respiração, timbres magníficos, um perfume musical como só se encontra nos grandes discos de vinilo tocados num excelente sistema.
Gira-discos Clearaudio Master Jubilee, uma edição limitada a 45 exemplares para comemorar o aniversário da marca.
Foi uma ocasião plena de significado, a que não podia faltar o tradicional bolo de aniversário que coroou 14 anos de trabalho intenso e de qualidade por parte de uma equipa de grande gabarito que, como maiores ou menores dificuldades da conjuntura nacional ou internacional sempre foi conseguindo «levar a água ao seu moinho.
DAC Lampizator Horizon 360.
Parabéns à Ultimate pelo grande trabalho que têm feito e que nos tem possibilitado ouvir e adquirir equipamentos com que durante tantos anos apenas foram sonhados e que apenas aqueles que se deslocaram aos shows internacionais puderam ver demonstrados. E que venham muitos mais anos de celebrações, bom sinal de que a Ultimate continua a fazer o seu trabalho e nós continuamos a ter a possibilidade de dele usufruir.
Não há festa de anos sem bolo…