Som analógico (e digital) ao final do dia
A Ajasom resolveu inovar e criou o conceito que tem a ver com a demonstração de sistemas de áudio com equipamentos das marcas por ela distribuídas. Essas sessões de demonstração têm lugar ao final do dia, nas instalações da Ajasom e, como tal, receberam a feliz designação do Lusco-Fusco.
A primeira sessão teve lugar há poucos dias tinha como temas principais a demonstração de dois componentes que chegaram até nós muito recentemente: o gira-discos Esoteric Grandioso T1, comemorativo dos 5 anos da Esoteric, e as colunas Kii SEVEN.
O Grandioso T1 é o primeiro gira-discos da marca e tem como pontos principais de destaque o facto de o prato ter uma suspensão magnética que o levanta no ar e o isola completamente de ruídos e vibrações. O motor que acciona o prato tem na sua parte superior um género de volante de inércia equipado com vários ímanes que alternam as posições de modo a uns apontarem o pólo Norte para cima e outros o pólo Sul. O prato em si é de alumínio mas tem na sua parte inferior uma peça circular de material magnético, novamente magnetizada de modo semelhante ao que foi descrito para o topo do motor. Significa isto que, quando o volante de inércia gira, o prato acompanha esse movimento. Por sua vez, a suspensão magnética funciona em torno do veio do prato com duas peças circulares, uma fixada ao prato e outra ao chassis. A aplicação de um campo magnético intenso na peça inferior desenvolve uma força de repulsão que faz levantar o prato de uma maneira quase despercebida mas que é o suficiente para que a carga sobre o veio invertido passe de 19 kg para 4 kg. A velocidade do motor é controlada através da variação da forma da corrente que o alimenta, proveniente de um circuito electrónico de excitação que contém um cristal de alta precisão com uma frequência de 10 MHz, tornando desnecessário o recurso a qualquer servomecanismo de controlo de velocidade. A electrónica de alimentação do motor e elevação do prato está inserida dentro de uma unidade de alimentação externa. Os puristas podem mesmo ligar esta unidade a um clock externo da própria Esoteric, o mesmo que é utilizado em conjunto com os seus leitores de CDs.
As Kii SEVEN são o mais recente lançamento da marca e, uma vez mais, são colunas activas que por si só constituem um sistema de áudio. A amplificação incorporada em cada coluna pode debitar até 600 W sobre os 3 altifalantes: um tweeter de 25 mm e dois woofers de 6,5 polegadas, um deles montado lateralmente. O crossover permite obter um alinhamento temporal e de fase perfeito entre os diversos altifalantes. As SEVEN são compatíveis com multiroom e multizona e funcionam com ligações normais cabladas ou sem fios, sendo controladas através da aplicação Kii HOME.
O sistema da sala principal da Ajasom era composto por (para além do gira-discos Esoteric T1 Grandioso, equipado com o braço de origem e uma cabeça Murasakino Sumile): um clock externo Esoteric G-02, prévio McIntosh C12000 75th Anniversary, monoblocos McIntosh MC1.25KW 75th Anniversary e colunas Blumenhofer Genuin FS1 MKII com cabos de interligação Kimber Select e cabos de Corrente Shunyata Sigma e Omega. A alimentação do sector provinha de um Stromtank S2500 Quantum.
E o conjunto portou-se muito bem em diversos tipos de música, principalmente jazz, vocal e clássica, com destaque para uma excelente gravação de Michael Rabin, um grande violinista, a interpretar obras de Paganini, Sarasate, Kreisler, Massenet e Rimsky-Korsakov. Foi um delícia ouvir os delicados harpejos do violino, com abundantes passagens em pizzicato e verdadeiras sessões de mestria do intérprete, e as fortes massas orquestrais que tanto enchiam a sala de modo pleno como jogavam como minúcias de detalhes que eram verdadeira filigrana.
As Kii SEVEN são umas grandes colunas que tocam muito para além do seu tamanho.
Passei depois à sala «de baixo», onde estavam as Kii SEVEN a constituírem um sistema minimalista, pois bastava uma fonte de streaming da Wattson Audio para termos toda a música que quiséssemos. E que surpresa foi ouvir umas colunas de tamanho bem reduzido a reproduzirem níveis de pressão sonora imponentes, mas sem nunca perderem a compostura. Os timbres eram bem bonitos e os grave intensos até mais não. Estou a ver que a Kii tem aqui mais um produto vencedor.
Vamos esperar então pela próxima sessão, agora, em face da mudança da hora, mais no «Fusco» que no «Fusco». Mantenha-se informado em Ajasom