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Lusco-Fusco na Ajasom

 Lusco-Fusco na Ajasom

Jorge Gonçalves

31 outubro 2024

Som analógico (e digital) ao final do dia


A Ajasom resolveu inovar e criou o conceito que tem a ver com a demonstração de sistemas de áudio com equipamentos das marcas por ela distribuídas. Essas sessões de demonstração têm lugar ao final do dia, nas instalações da Ajasom e, como tal, receberam a feliz designação do Lusco-Fusco.
A primeira sessão teve lugar há poucos dias tinha como temas principais a demonstração de dois componentes que chegaram até nós muito recentemente: o gira-discos Esoteric Grandioso T1, comemorativo dos 5 anos da Esoteric, e as colunas Kii SEVEN.

Foto 1 Ajasom Lusco Fusco

O Grandioso T1 é o primeiro gira-discos da marca e tem como pontos principais de destaque o facto de o prato ter uma suspensão magnética que o levanta no ar e o isola completamente de ruídos e vibrações. O motor que acciona o prato tem na sua parte superior um género de volante de inércia equipado com vários ímanes que alternam as posições de modo a uns apontarem o pólo Norte para cima e outros o pólo Sul. O prato em si é de alumínio mas tem na sua parte inferior uma peça circular de material magnético, novamente magnetizada de modo semelhante ao que foi descrito para o topo do motor. Significa isto que, quando o volante de inércia gira, o prato acompanha esse movimento. Por sua vez, a suspensão magnética funciona em torno do veio do prato com duas peças circulares, uma fixada ao prato e outra ao chassis. A aplicação de um campo magnético intenso na peça inferior desenvolve uma força de repulsão que faz levantar o prato de uma maneira quase despercebida mas que é o suficiente para que a carga sobre o veio invertido passe de 19 kg para 4 kg. A velocidade do motor é controlada através da variação da forma da corrente que o alimenta, proveniente de um circuito electrónico de excitação que contém um cristal de alta precisão com uma frequência de 10 MHz, tornando desnecessário o recurso a qualquer servomecanismo de controlo de velocidade. A electrónica de alimentação do motor e elevação do prato está inserida dentro de uma unidade de alimentação externa. Os puristas podem mesmo ligar esta unidade a um clock externo da própria Esoteric, o mesmo que é utilizado em conjunto com os seus leitores de CDs.

Foto 2 Ajasom Lusco Fusco

As Kii SEVEN são o mais recente lançamento da marca e, uma vez mais, são colunas activas que por si só constituem um sistema de áudio. A amplificação incorporada em cada coluna pode debitar até 600 W sobre os 3 altifalantes: um tweeter de 25 mm e dois woofers de 6,5 polegadas, um deles montado lateralmente. O crossover permite obter um alinhamento temporal e de fase perfeito entre os diversos altifalantes. As SEVEN são compatíveis com multiroom e multizona e funcionam com ligações normais cabladas ou sem fios, sendo controladas através da aplicação Kii HOME.

Foto 3 Ajasom Lusco Fusco

O sistema da sala principal da Ajasom era composto por (para além do gira-discos Esoteric T1 Grandioso, equipado com o braço de origem e uma cabeça Murasakino Sumile): um clock externo Esoteric G-02, prévio ⁠McIntosh C12000 75th Anniversary, monoblocos McIntosh MC1.25KW 75th Anniversary e colunas Blumenhofer Genuin FS1 MKII com cabos de interligação Kimber Select e cabos de Corrente Shunyata Sigma e Omega. A alimentação do sector provinha de um Stromtank S2500 Quantum.

Foto 4 Ajasom Lusco Fusco

E o conjunto portou-se muito bem em diversos tipos de música, principalmente jazz, vocal e clássica, com destaque para uma excelente gravação de Michael Rabin, um grande violinista, a interpretar obras de Paganini, Sarasate, Kreisler, Massenet e Rimsky-Korsakov. Foi um delícia ouvir os delicados harpejos do violino, com abundantes passagens em pizzicato e verdadeiras sessões de mestria do intérprete, e as fortes massas orquestrais que tanto enchiam a sala de modo pleno como jogavam como minúcias de detalhes que eram verdadeira filigrana.

Foto 5 Ajasom Lusco Fusco

As Kii SEVEN são umas grandes colunas que tocam muito para além do seu tamanho.


Passei depois à sala «de baixo», onde estavam as Kii SEVEN a constituírem um sistema minimalista, pois bastava uma fonte de streaming da Wattson Audio para termos toda a música que quiséssemos. E que surpresa foi ouvir umas colunas de tamanho bem reduzido a reproduzirem níveis de pressão sonora imponentes, mas sem nunca perderem a compostura. Os timbres eram bem bonitos e os grave intensos até mais não. Estou a ver que a Kii tem aqui mais um produto vencedor.
Vamos esperar então pela próxima sessão, agora, em face da mudança da hora, mais no «Fusco» que no «Fusco». Mantenha-se informado em Ajasom