TCL aposta em ecrãs (ainda) maiores
A TCL organizou recentemente mais uma sessão do interessantíssimo evento Experts meet the Experts, em Varsóvia, e tive aí oportunidade, em conjunto com os meus amigos do Expert Group de Vídeo e TV da EISA, de assistir a uma verdadeira mostra de24 televisores de grandes dimensões, a qual tinha como apogeu o imponente modelo de 115 polegadas 115X955 Max! Foi realmente marcante ter a possibilidade de ver lado a lado televisores com diagonais de ecrã que começavam em 65 polegadas, continuando por 75, 85 e 98 até acabar no citado modelo Max, até porque em tantos anos de viagens a eventos, seminários, convenções e fábricas, nunca tinha visto tão importante manifestação de capacidade.
O anfitrião deste evento foi, como de costume, Marek Maciejewski, director europeu de desenvolvimento de produto, acompanhado por Marcin Gerlach e Christian Jucquois. E Marek começou por fazer uma abordagem ao mercado europeu de televisores destacando que, depois da pandemia, o mercado europeu estabilizou e a procura até deverá reduzir ligeiramente (1%) em 2024, ficando abaixo dos 30 milhões de unidades. Por outro lado, a procura por tamanhos superiores a 55 polegadas tem aumentado, levando a um ritmo de substituição de televisores (prazo médio) de entre 8 e 10 anos e a um nível de crescimento esperado para as TVs de grandes dimensões de 41% em 2024. Daí a razão para o lançamento do novo modelo de 115 polegadas, com dimensões maiores ainda a serem estudadas embora não seja possível que a dimensão mais elevada ultrapasse as 148 polegadas e isto só quando se chegar à 11.ª geração de fabricação de painéis. A CSOT é uma subsidiária da TCL que produz os painéis de vidro, os quais, na geração 8.5, têm dimensões de 2,2 m por 2,5 m, resultando daí uma área optimizada para a produção de painéis de 32, 55, 65 polegadas, até um máximo de 98 polegadas.
Quando incluído num conjunto destes, um televisor de 55 polegadas até parece bem pequeno.
Nas linhas de produção de 11.ª geração, as mais modernas que qualquer fabricante utiliza, poderão ser utilizadas placas de vidro de 2,94 m por 3,37 m, as quais possibilitarão atingir as tais 148 polegadas com um bom nível de aproveitamento da área. E quem disser o contrário não sabe o que está a dizer, afirma Marek de modo impositivo. Claro que com módulos MiniLED já podemos ir quase até onde quisermos, mas aí já a história é outra (e os preços também). Em termos de evolução tecnológica nos diversos tipos de painéis, Marek apresentou um quadro bem interessante, aqui reproduzido.
Quadro com as capacidades de aproveitamento das placas de vidro.
O panorama global é que ao longo dos próximos 10 anos iremos assistir a várias tecnologias a andarem como que lado a lado no mercado, com níveis de preço e de qualidade bem diversos, tendo o MiniLED as vantagens da economia de energia e do preço final, para além de níveis de luminosidade bem mais altos que os restantes, sendo essas as razões porque a TCL está a apostar fortemente neste tipo de painéis até, muito possivelmente, avançar para a tecnologia emissiva do MicroLED único (Single MicroLED), embora nunca antes de daqui a 5…6 anos. Para já a escolha do mercado no que tem a ver com ecrãs de elevada qualidade e grandes dimensões situa-se entre o OLED e o miniLED, cada um deles com os seus pontos fortes e outros menos interessantes – o consumidor irá decidir, como sempre.
O conjunto de especialistas da TCL responsável pela apresentação. Da esquerda para a direita: Marcin Gerlach, Marek Maciejewski e Christian Jucquois.
A procura pela qualidade tem ainda vários óbices, a maioria deles centrados nos conteúdos: as fotografias de telemóvel no melhor dos casos são QHD, muitos dos conteúdos de televisão por cabo são, na sua grande maioria, a 1080i, todos os conteúdos de streaming são comprimidos, em muitos casos fortemente, a Netflix utiliza uma velocidade de cerca de 400 kbit/s para os seus conteúdos ditos em 4K e assim por diante. Significa isto que temos de ter do lado do televisor uma fortíssima capacidade de processamento de vídeo para que se possa limpar o sinal de vídeo, proceder ao controlo do movimento dos objectos, equilibrar zonas claras com zonas escuras, fazer o upscaling e assim por diante. Sobre o painel impende igualmente uma grande responsabilidade, a de reproduzir os sinais processados com a melhor qualidade possível e foi por essa razão que a TCL resolveu aumentar de maneira sensível o número de zonas de iluminação controlada (dimming zones), as quais atingem o impressionante número de 20 076 no novo televisor de 115 polegadas, que emprega a nova tecnologia SO6PN para os díodos LED, cada um deles com seis junções.
Ficam aqui bem visíveis as melhorias que se obtêm com o aumento do número de dimming zones, o qual começou aqui há uns anos em cerca de 120!