A festa do som de alta qualidade onde ninguém se arrisca a não estar presente
Há já alguns anos que o show de Munique se «instalou» como um ponto de visita obrigatória para todos os que de um modo ou outro se dedicam ao áudio ou fazem dele modo de vida. Uma vez mais, este ano tivemos, segundo a organização, um número recorde de visitantes, cerca de 22 000, embora eu tivesse ficado coma sensação de que nas tardes de quinta e sexta-feira havia menos gente que o habitual.
De qualquer modo, este ano fui visitar o show com intuitos diferentes: estar com amigos, ouvir boa música onde valesse a pena, cirandar apenas por ali e não me preocupar em tirar quase um milhar de fotografias que depois me iriam levar dias e dias a organizar quando do regresso de Munique. Consegui realizar parcialmente esses desideratos pois consegui estar bem mais tempo que o habitual com esses meus amigos, ouvi alguns bons sistemas (embora a grande maioria do que estava em demonstração soasse razoavelmente mal – ou muito alto ou com sinais evidentes de que as sinergias entre os diversos componentes do sistema não estavam a funcionar), com o resultado que desta vez «apenas» trouxe comigo para aí umas 650 fotos.
Daquilo que consegui ouvir, e deixo desde já aqui as minhas desculpas relativamente às inevitáveis omissões que ocorreram mas achei que ao fim de tantos anos já merecia fazer uma visita diferente ao show, destaco desde já o sistema da TAD, com as Reference L1TX e o novo prévio C700, como o melhor som em termos absolutos – controlado, equilibrado, com uma segurança excepcional e a atingir níveis bem altos de SPL sem que os meus ouvidos se queixassem. Gostei igualmente do som das novas Vivid Moya M1, embora numa sala pequena e a merecerem uma electrónica que «puxasse» mais por elas, mostraram que Lawrence Dickie continua a ter artes mágicas e a conseguir desenvolver colunas que quase desaparecem quando começam a tocar, mesmo com uma volumetria bem imponente; as nova Kroma, principalmente as Atellier, que estavam na sala da Innuos, conquistaram igualmente os meus ouvidos, com o seu som neutro e equilibrado, pleno de espacialidade e, ainda, as Diptyque DP85 que numa relação tamanho / qualidade de som colocaram em respeito as suas irmãs mais crescidas. Já no show «paralelo» do hotel Marriott, destacaram-se pela sua neutralidade e capacidade de «desaparecerem» as Audionostrum Saturn que, além do mais, tinham um belíssimo acabamento. Seguramente, para outros ouvidos e para quem tivesse tempo de ouvir tudo, outros sistemas / componentes se destacariam mas isso já são outros contos em relação aos quais nada posso fazer. Mas não deixo de destacar desde já o regresso a Munique de um vasto conjunto de marcas dos velhos tempos, um facto que me deixa bastante satisfeito, pois é um sinal de vitalidade. Assim de repente posso citar a Cyrus, a Harbeth, a Quad, a YBA, a Kora, a Solen e assim por diante.
Segue-se agora uma reportagem fotográfica daquilo que fui vendo e ouvindo, sem uma ordem específica senão aquela que resulta do momento em que visitei cada espaço e nalguns casos nem sequer isso porque houve situações em que, por uma razão ou por outra, tive de voltar a visitar halls pelos quais já tinha passado e onde uma segunda olhadela permitiu concluir que algo tinha passado sem que eu desse por isso. Uma vez que as fotos são mesmo muitas, esta reportagem será dividida por vários «capítulos» a publicar sequencialmente. Espero que apreciem.
A iFi Audio apresentou um «museu» com as diversas versões dos seus equipamentos.
A Sennheiser tinha em demonstração praticamente toda a sua linha HD 600, com a oportunidade especial de se poder ganhar uns HD 620S.
A Auris tem uma vasta gama de gira-discos a preços muito acessíveis, de que se destaca o modelo Blues que, já equipado com uma cabeça MM, custa pouco mais de 600 euros.
Conjunto completo da Topping: interface OTG de áudio E1x2 e duas interfaces E2x2, com módulos para auscultadores e resolução até 24 bit/192 kHz.
Mytek Brooklin Bridge II – streamer com Roon core incorporado, DAC PCM e DSD, amplificador para auscultadores, DSP, entrada phono e capacidades de préamplificação.
DAC Bricasti M3, com opção de leitura de áudio digital em rede, saída balanceada para auscultadores, duas fontes de alimentação lineares e suporte para PCM até 24 bit/192 kHz e DSD até DSD 256.
Os discos de vinilo continuam a ser uma tentação para muitos audiófilos e havia um amplo conjunto de pontos de venda em muitos casos com descontos promocionais para o show.
Clearaudio Statement V2 Edition 2024 – construção que utiliza alumínio, aço inoxidável e madeira à prova de bala, 3 velocidades de leitura, prato com 98 mm de espessura, possibilidade de montar até quatro braços. Preço: 175 000 euros!
A Thuono é um fabricante italiano de gira-discos com uma elevada componente de design. Temos aqui o TH350 com chassis duplo de mármore e alumínio, suspensão magnética, prato com 350 mm de diâmetro, roda-livre de estabilização de velocidade e motor de corrente contínua.
Streamer YBA YM302 com uma nova plataforma Android, saídas I2S, coaxial, óptica e AES/EBU, bem como uma saída USB dedicada para um DAC externo, ecrã táctil e aplicação dedicada. Deverá estar disponível lá para o outono.
Giles Douziech apresentou as Diptyque DP 160, DP 115 e DP 85, combinadas com electrónica da Kora, esta última marca é mais um regresso a Munique de um fabricante de quem não se ouvia falar há uns anos.