Um raro conjunto que equipamentos de alta performance
Noutra sala e com valores bem mais terrenos, fazia-se a demonstração da mais recente criação de Andrew Jones, um projectista que dispensa apresentações e cujas criações baseadas em altifalantes concêntricos que realizou para a KEF, Elac e TAD, entre outros, garantiram-lhe um lugar cimeiro entre os mais conceituados projectistas da actualidade. Agora na Mobile Fidelity Electronics, concebeu as colunas de suporte SourcePoint 10, um modelo bass-reflex de duas vias, baseadas num altifalante concêntrico de 10 polegadas, com um tweeter de 1,25 polegadas, capazes de responderem entre os 42 Hz e os 30 kHz e com uma sensibilidade de 91 dB, que as torna fáceis de conduzir por qualquer amplificador competente.
Andy Jones tirou mais um coelho da cartola na forma das Mofi SourcePoint 10.
Com uma imagem estéreo de grande estabilidade, revelando uma natural gradação de patamares em profundidade e uma sonoridade aberta e franca, as SourcePoint 10 parecem ser a receita para um sistema de elevadas pretensões a um preço realista. Ficou já prometida a disponibilização de um par para teste na Audio & Cinema em Casa. Na condução das MoFi SourcePoint 10 estiveram o pré-amplificador Luxman CL-38uc, o amplificador de potência Fezz Audio Titania (2x40 Watt a partir de 4 válvulas KT88), o leitor digital Accuphase DP-450 e o streamer Innuos Pulsar, com cablagem Esprit Cables.
Por fim pudemos assistir à apresentação do mais recente membro da família Perlisten, as S5t, um modelo de dimensões ligeiramente inferiores ao topo de gama S7t, mas que fazem uso dos mesmos altifalantes com diafragma thin-ply carbon diaphragms (TPCD), e a mesma unidade proprietária DPC-Array para as frequências médias e altas e que conta com um tweeter de cúpula de berílio de 28 mm e duas outras de cúpula com 28 mm TPCD para as médias frequências. As Perlisten S5t produziram um som robusto e intenso mas macio e muito envolvente, tendo sido assistidas por um subwoofer D15s, pelo amplificador integrado Luxman L-507Z e pelo leitor Soulnote Reference 3 SACD com Clock X3, com o gira-discos Luxman PD-151 Mk2 a assegurar a fonte analógica.
Algumas notas sobre a visita às Ultimate Sessions
Jorge Gonçalves
Depois de o João ter passado pela Ultimate Audio na 6ª feira tive a oportunidade de ir à sessão de sábado de manhã e quis guardar a parte melhor do bolo, ou seja, ouvir as Avantgarde Trio G3 no fim e começar por um sistema bem mais modesto, em preço que no som deixou muita gente de boca aberta. De facto, Andy Jones é incapaz de fazer coisas más e uma vez mais produziu qualquer coisa de muito especial na forma das Mofi SourcePoint 10, a começar pelo completo altifalante concêntrico com cone de graves de 10 polegadas que reproduziu graves com uma perfeição e um «cheirinho» agradável como só é possível obter a partir dos cones de papel.
E continuei para as Perlisten S5t, as irmãs mais novas das S7t, alimentadas pelo integrado Luxman L507z – o subwoofer que estava ao lado nunca esteve em funcionamento durante as minhas audições. E dinâmica têm estas meninas, como mostrou o Rui Calado quando as colocou a níveis de SPL bem intensos mas que para as colunas eram apenas mais uma função que tinham de cumprir, e bem, sem mostrarem qualquer sinal de esforço.
Mas, como diz o João acima, ouvir as G3 é qualquer coisa de sublime, sendo notável, sobretudo numa peça de tambores chineses que o Miguel colocou, o modo como elas conseguem apresentar-nos de um modo espectacular uma verdadeira orquestra sinfónica de instrumentos de percussão, tratando com enorme delicadeza os sons de nível mais reduzido e indo a níveis e graves assoberbantes nas fortes batidas, embora mantendo sempre a destrinça entre cada instrumento de percussão quer em termos do modo como cada um gerava o seu som quer no que se refere ao posicionamento espacial. E ouvir então a peça de rock final (que já era em tarde para o almoço), foi um teste à capacidade das G3 gerarem níveis de SPL bem acima dos 100 dB com uma naturalidade desarmante. São realmente umas colunas incríveis.