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Imacustica comemora mais um aniversário

Imacustica comemora mais um aniversário

3 abril 2023

37 anos dedicados ao áudio da melhor qualidade


Tive o raro privilégio de acompanhar, e fi-lo com todo o gosto, quase todo o percurso da Imacustica desde o dia em que iniciou as suas actividades da Rua Duque de Saldanha, no Porto. Foram anos cheios de iniciativas por parte de uma equipa liderada pelo Manuel Dias que se tem renovado de modo natural ao longo dos anos, mas sem nunca perder a coesão e o grande profissionalismo que são a sua imagem de marca desde o início, até porque, ao que me lembro, alguns dos seus elementos estão na casa há mais de 20 anos. Celebrámos muitas coisas juntos, vivemos apaixonadamente todos os Audioshow que até agora se realizaram, comungámos de grandes momentos musicais, enfim, tem sido um prazeroso percurso que durou mais de metade da minha vida.
Por tudo isto e muito mais não podia deixar de estar presente nas sessões musicais organizadas pelo Imacustica no final do mês de Março em Lisboa e que continuaram nos dois dias seguintes no Porto, mesmo que para isso tivesse de percorrer um total de 300 quilómetros. Claro que, para além de transmitir os meus parabéns pessoais ao Manuel e à sua equipa de Lisboa, reforçada na ocasião pelo Pereira e pelo Ricardo, tive ainda o grato prazer de encontrar alguns companheiros de jornada de vários anos, nomeadamente o Carlos Moreira, o Preces Dinis, o Carlos Delgado, o João Pedro e assim por diante. E ouvimos em conjunto três belos sistemas de áudio, de preços e composições diferentes mas que tinham como objectivo primordial reproduzir boa música.

Foto 1

Da esquerda para a direita: Anca Popa, Jorge Gonçalves e Carlos Moreira durante a sessão de audição dos Cambridge Audio Edge.


Deixo aqui uma palavra especial para a presença de Anca Popa, responsável de vendas na Cambridge Audio Iberia, com a qual pude trocar impressões sobre uma marca que conheço há tantos anos e cujas instalações em Londres visitei talvez para aí uma dezena de vezes. Consegui clarificar com Anca qual o modo como a marca faz a distribuição dos seus produtos, o que acontece de modo semidirecto: existem estruturas da Cambridge Audio em alguns países (Alemanha, Espanha/Portugal e Estados Unidos), as quais coabitam com uma rede convencional de distribuidores, muitos deles tendo essa função há algumas dezenas de anos. Ficam os consumidores portugueses desde já informados de que o Carlos Moreira será «face» da marca em Portugal, sendo responsável por acompanhar a chegada de novidades, apoiar os revendedores e auxiliar na definição da estratégia de marketing. Uma bela e merecida posição para quem sempre tem pugnado pela Cambridge Audio e pelo áudio em Portugal. Patente em demonstração estava a nova versão Black da linha CX, uma edição limitada a 1000 unidades com quatro componentes: os amplificadores integrados CXA61 e CXA81, o leitor digital de áudio CXN V2 e o transporte de CDs CXC. Em demonstração estava um conjunto Edge formado por dois monoblocos Edge M ligados às colunas Sonus Faber Sonetto VIII e ao prévio / streamer Edge NQ. Para quem quer entrar no high-end, ouvir Carlos Paredes a tocar Verdes Anos neste sistema será um argumento mais que suficiente para o levar para casa: excelentes timbres e uma vasta mas sempre precisa imagem espacial. Até Abrunhosa parecia que tinha ganho mais voz a cantar com Camané Para os Braços da Minha Mãe.

Foto 2

Na sala ao lado pontuavam as Devore Orangutan O/96, excelentemente amplificadas pelo novíssimo Western Electric WE91 de que já publicámos a notícia da chegada às nossas praias. Na saída desse amplificador temos as válvulas originais 300B da WE fabricadas desde há 3 anos nos Estados Unidos. A tecnologia SCCS (Steered Constant Current Source) patenteado pela Western Electric e com um desempenho totalmente linear, permite que o amplificador debite 20 W por canal a 4 ou 8 Ohm, embora com uma distorção relativamente elevada, por isso talvez 14 W seja um valor mais conservador e ao mesmo tempo mais que suficiente para pôr as Devore a debitar sons de alto nível sonoro, até porque têm uma sensibilidade de 96 dB/W/m. A fonte era o streamer Innuos Statement, com o dCS Bartòk Apex a funcionar como DAC. Um gira-discos E.A.T. B-Sharp fazia as honras do analógico.

Foto 3

As Devore tocaram e encantaram, isto apesar da sua estrutura volumétrica se afastar daquilo que são os standards habituais para colunas de alto nível. E fizeram-me lembrar de maneira indelével das minhas primeiras colunas a sério, as Wharfedale Kingsdale que tinham um formato e uma volumetria quase idêntica, embora o woofer tivesse um diâmetro de 15 polegadas com cone de papel. O som das Devore era muito musical e envolvente, com os metais a soarem mesmo esplendorosos e a voz de Louis Armstrong a ostentar uma verosimilhança que raros sistemas lhe conseguem conferir. E a percussão em Japanese Roots era pura e simplesmente uma maravilha de ouvir em termos de definição da batida e de localização espacial.

Foto 4

Mas o momento especial do fim do dia estava reservado para a audição das Magico M2 na sala grande da avenida do Brasil. O acompanhamento era soberbo, na forma de um par de monoblocos Audio Research 160M, prévio Audio Research Reference 6, streamer dCS Bartòk e gira-discos E.A.T. Forte com cabeça Jo N.º 5. Ouvir Zambujo com o Rancho de Cantadores da Aldeia Nova de S. Bento, uma faixa que já ouvi largas dezenas de vezes quase desde o dia que o disco foi lançado foi como ser premiado com uma epifania: havia nas vozes uma fluidez e emoção quase «mágicas», uma sensação viva e pungente de presença, um gozo musical quase impossível de descrever por palavras. Será seguramente uma heresia, mas nisso serei acompanhado por quase todos os que estavam presentes na ocasião, mas nunca tinha ouvido umas Magico, fosse qual fosse o preço que custavam, tocarem música desta maneira. Até parecia que os dinossauros do Jurassic Park estavam vivos e activos quando elas tocaram o tema musical do filme, com as M2 expressando uma sobranceria dinâmica muito para além do seu tamanho.

Foto 5

Sobram dedos de uma mão para contar as empresas que em Portugal tenham atingido 37 anos de existência. A Imacustica está nesses reduzido grupo pelos seus próprios créditos pois a lei da selecção natural dos consumidores depressa relega ao olvido aqueles que não tenham para eles a atenção e profissionalismo que merecem, qualquer que seja o nível de preços do equipamento ou do aconselhamento que procuram. Parabéns ao Manuel e à sua grande equipa e que estas celebrações continuem por muitos mais anos.