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Marten Parker Trio

Marten Parker Trio

João Zeferino

30 setembro 2025

Uma sonoridade exuberante e musicalmente completa.


Audições


As Marten Parker Trio foram ligadas ao meu sistema residente, constituído por amplificador Orpheus Absolute Integrated, como fonte digital esteve o servidor/streamer Aurender A20 e ainda um transporte de CD’s Primare DD15. Do lado analógico esteve o gira-discos Project Xtension 10 Evolution com cabeça Hana ML e o prévio de phono Elac PPA-2. A cablagem incluiu o Nordost Blue Heaven Coaxial na ligação digital, enquanto nas interligações analógicas estiveram o Kubala-Sosna Fascination e o Kimber Select KS-1121 e, nas colunas, os habituais Kimber Select KS-3033.

Foto 4 Marten Parker-Trio

As Marten Parker Trio ficaram instaladas a cerca de 70 cm da parede traseira, 45 cm das paredes laterais e directamente apontadas ao ponto de escuta. O ângulo de ataque das colunas face ao ponto de escuta foi a característica que me pareceu mais influenciar o resultado do que se ouve. Com as colunas paralelas entre si o palco sonoro surge muito aberto e amplo na sala de audições, mas perde-se alguma focagem e alguma da natural exuberância dos registos superiores. Por outro lado, a apontar directamente ao ponto de escuta, o palco não será tão amplo em largura, mas exibe um equilíbrio óptimo entre largura, altura e profundidade, mantendo a tão atraente exuberância da apresentação musical. Naturalmente os resultados irão variar conforme as características da sala, mas este é um ponto que vale a pena explorar.

Importa referir o impacto que as primeiras audições me causaram. E essas primeiras impressões traduziram-se precisamente numa gama média e agudos harmonicamente ricos e de apresentação tão luxuriante que de imediato me chamou à atenção para a belíssima qualidade do tweeter.

Em termos de equilíbrio tonal as Parker Trio situam-se ”at the warm side of neutral” muito embora me pareça que uma característica camaleónica as faz responder de forma distinta conforme a natureza das gravações. Assim, e se por vezes parecem uma colunas essencialmente neutras, com outras gravações o som tende a adquirir uma suavidade calorosa, texturas bem saturadas, que em conjunto com a apresentação clara e exuberante nos registos superiores lhes confere uma atraente musicalidade. Por outro lado, com gravações menos perfeitas nunca soam intragáveis, nunca respondem de um modo tão cru que tornem impossível ouvir a música apesar da má qualidade das gravações. Já com gravações da melhor qualidade respondem com uma sonoridade apurada, limpa, dinâmica e resoluta que é um verdadeiro deleite para os ouvidos.

Foto 5 Marten Parker-Trio

Os contrastes dinâmicos são reproduzidos de um modo expedito e desenvolto, nunca resvalando para uma exibição gratuita de virtuosismo sonoro, antes preservando a coerência da obra musical, dotando os crescendos quer instrumentais quer orquestrais de uma apresentação vívida, excitante e comunicativa, mas sempre no contexto da obra musical em reprodução.

O registo grave é extenso, amplo e envolvente. Não terá o grau último da visceralidade necessária para nos dar a sensação de “murro no estômago”, que por vezes se sente com a percussão do pedal da bateria, contudo, não pede meças em termos de extensão a não ser a colunas de muito maior volumetria. Apesar de não ter o grave mais articulado ou visceralmente impactante, possui uma excelente definição, óptima velocidade de resposta e uma escala grandiosa, que actua como suporte do enorme edifício musical que as Parker Trio são capazes de erigir com exímia qualidade musical. O grave que subjectivamente se percebe dá todo o crédito às especificações de 26 Hz a -2 dB, o que, para umas colunas destas dimensões é um valor notável. Ouça-se a forma exímia como reproduziram o grande órgão de tubos, na transcrição para órgão realizada por Jean Guillou, da obra Quadros de Uma Exposição, de Mussorgsky.

No caso da resposta do grave pressente-se que houve o cuidado de puxar pela extensão e presença impactante dos registos graves, como forma de permitir uma performance o mais completa possível, mas salvaguardando sempre e como linha vermelha inultrapassável a pureza e transparência das gamas média e alta. As Parker Trio demonstram assim, uma capacidade para deixar a música falar por si própria, sem lhe impor um carácter próprio, uma cor ou algum tipo de tempero, antes primando por uma transparência que facilita a percepção das características sónicas da gravação e ou da peça musical.

Foto 6 Marten Parker-Trio

O palco sonoro possui uma iluminação soalheira que ilumina por igual todos os intervenientes no evento musical e permite uma fácil destrinça entre si. No Requiem de Verdi foi especialmente notório como os quatro solistas à boca do palco não exibem a muito comum tendência para se aproximarem do ouvinte quando chega a sua vez de actuar, antes permanecem sempre na mesma posição relativa estejam a cantar a solo ou com o acompanhamento da orquestra e do coro. Nos momentos mais exaltados que são habilmente aproveitados pela editora Telarc para uma demonstração de mestria técnica, as Trio não se fizeram rogadas e presentearam-me com uma performance avassaladora com todo o efectivo coral e orquestral em plena força na minha sala de audições, mas sem induzirem quaisquer efeitos passiveis de convidar ao baixar do volume, antes pelo contrário, deu-me um gozo imenso perceber a massa sonora avassaladora que as Marten são capaz de produzir, de um modo que não causa incómodo auditivo mas apenas admiração.

Os fortíssimos soam imponentes, mas não esforçados. Uma suavidade extraordinária que não é conseguida à custa da adição de algum tipo de doçura artificial nem por força de um corte na extensão em frequência, mas que é uma característica intrínseca do tweeter e dos notáveis altifalantes cerâmicos que soam sempre suaves, limpos, claros na sua apresentação, mas mantendo intocada a elevada resolução. Perguntei a mim próprio por diversas vezes que diferença fará o tweeter de diamante da versão “Diamond Edition”, quando a unidade de cerâmica que equipa a versão standard já demonstra este nível qualitativo?

Foto 7 Marten Parker-Trio

A grande gama média apresenta-se extraordinariamente solta e arejada, mas simultaneamente encorpada e líquida, capaz de deitar cá para fora o que as electrónicas associadas lhes pedem sem quaisquer indícios de compressão. O piano, um instrumento sempre difícil de reproduzir de forma realista, soou particularmente interessante, com uma óptima rendição da ressonância da caixa, excelente definição do percutir das notas mais agudas, num todo coerente, líquido e harmonicamente luxuriante que convida à audição prolongada, tendo sido capazes de me prender à audição integral do Concerto de Colónia do Keith Jarret, o que há muito não acontecia.

As Marten Parker Trio funcionaram muito bem com todos os géneros de música que lhes servi. Fossem as grandes obras do repertório clássico, jazz ou pop, as Parker Trio conseguiram sempre extrair das gravações o âmago da mensagem musical e transmiti-la incólume. Naturalmente que a sua suavidade e apresentação serena as torna talvez menos adequadas para rock pesado ou música electronicamente muito processada, apesar de isso não se ter notado nada com o álbum Gold Ballads, dos Scorpions.

Foto 8 Marten Parker-Trio

Dêem-lhes programas mais acústicos, desde piano solo, agrupamentos de jazz, até às grandes massas corais e orquestrais e elas responderão com escala, imponência e, principalmente, com uma definição espacial e tímbrica absolutamente referencial neste escalão. As Marten Parker Trio representam uma aliança perfeita entre poder e requinte sonoro e conquistaram a minha mais profunda admiração.

                                Lista de obras escutadas durante as audições


• G. Mahler, Sinfonia nº 3, Coro e Orq. Sinf. Rádio Frankfurt, Eliahu Inbal, Denon (CD)
• A. Bruckner, Sinfonia nº 7, Orquestra Filarmónica de Viena, Herbert von Karajan, Qobuz
• G. Verdi, Requiem, Coro e orq. Sinf. Atlanta, Robert Shaw, Telarc (CD)
• S. Rachmaninov, Concerto p/piano e orq. nº 2, Vladimir Ashkenazy, Orq. Concertgebouw Amesterdão, Bernard Haitink, Qobuz
• M. Mussorgsky, Quadros de Uma Exposição, transcrição e órgão Jean Guillou, Dorian (CD)
• A. Vivaldi, Conc. p/flauta de bisel em Dó maior RV443, I Musici de Montreal Yuri Turovski, Chandos (CD)
• E. Grieg, Peer Gynt, Coro e Orq. Sinfónica de Gotemburgo, Neeme Jarvi, Tidal
• G.F. Handel, Dixit Dominus, English Baroque Soloists, John Eliot Gardiner, Qobuz
• J. Brahms, Concerto p/violino e orq, Op.77, Victoria Mullova, Orq. Fil. Berlim, Claudio Abbado, Tidal
• Alan Parsons Project, Eye in the Sky, Tidal
• Patricia Barber, Café Blue, Qobuz
• Dire Straits, Love over Gold, Vertigo (CD)
• Pink Floyd, The Final Cut, CBS Sony (LP)
• Keith Jarrett -The Köln Concert – ECM Records (LP)
• Scorpions, Gold Ballads, EMI (LP)


Colunas Marten Parker Trio

Preço: 21 060 € (acabamento standard)
+1 270 € (acabamento em Nogueira, lacado de piano)

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