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Volumio Motivo

Volumio Motivo

Miguel Marques

12 janeiro 2025

Muito mais que um «motivo», uma bela razão para ouvir música


Recentemente, tive o prazer de fazer um breve teste a um Volumio Rivo, um transportador digital com características muito interessantes. Ao ir devolver o mesmo produto à MusicLink, o Domingos Marcelino recomendou-me o teste deste Volumio Motivo, o que, naturalmente, aceitei. Se o Rivo (e o mais recente Rivo+, não esquecer) é “apenas” um transporte digital, o Motivo é um produto bastante mais completo - streamer com DAC integrado (embora não tenha entradas para o mesmo DAC) e respectivas saídas balanceadas e não-balanceadas, transporte digital (com saídas óptica, coaxial, USB e i2s) e ainda amplificador de auscultadores.

Foto 1 Volumio Motivo

Começo por fazer um mea culpa - o artigo que fiz com o Rivo integrou-se com mais outros três produtos e, juntando as actividades inerentes ao Natal e ao fim de ano, acabei por não conseguir dedicar o tempo que o Rivo merecia, tendo escrito na altura que o software tinha “falhas ocasionais” ... e tinha, mas eu na altura não sabia porquê. Geralmente, investigo estas questões a fundo, e, desta vez, bastante mais liberto de tempo, decidi perceber com o Motivo o que tinha acontecido. E é relativamente simples, a utilização do plugin Fusion DSP (e do Camilla DSP lá integrado) provoca problemas ocasionais no sofware, cuja causa me ultrapassa (não sei se não poderá estar relacionado com a dificuldade em aceitar mudanças de amostragem) - e como o meu principal objectivo com o Rivo era precisamente usar DSP, acabei por nem me lembrar de retirar esse elemento da cadeia… Ora, com o Motivo fiz essa experiência e tudo correu às mil-maravilhas - sem o uso de DSP o software do Motivo funciona sem quaisquer falhas!

Foto 2 Volumio Motivo

Retirando o produto da caixa, saltam à vista duas coisas: um bonito e grande ecrã, a seguir as mais recentes tendências do mercado de streamers (afinal de contas, as modas não são exclusivas de estilistas e cozinheiros); e um design geral moderno e elegante, com um central e largo botão vermelho, para ligar e desligar.

Comecei então as minhas audições, com o conjunto MA710 (integrado) e Stage 250B (monitoras) da JBL, com dois «clássicos» do pianista Brad Mehldau, Live at the Village Vanguard (1998, 16 bits -44,1kHz, Warner Bros) e Back at the Vanguard (1999, 16 bits -44,1kHz, Warner Bros), respectivamente o segundo e quarto volumes da reputada série Art of the Trio. Gravados por James Farber, provavelmente o engenheiro mais usado pelos músicos de jazz nos dias de hoje, têm uma boa qualidade de som para uma gravação ao vivo num clube tão pequeno e pareceram-me um teste adequado para este Motivo. No primeiro disco, na balada Moon River, a magnífica interpretação de Mehldau entra-me pelo quarto dentro, com uma reprodução muito precisa dos graves do contrabaixo de Grenadier e das escovas da bateria de Rossy - já o piano soa agressivo e brilhante, exactamente como Mehldau o tocava nesta altura (já suavizou um pouco o ataque com o passar dos anos, mas continua a ter um dos ataques mais intensos e percussivos na história do piano jazz). Passando para o segundo disco, o clássico Solar (um tema do guitarrista Chuck Wayne, e não de Miles Davis, como comummente se julga), numa versão bastante inspirada por Bill Evans e o seu clássico Sunday at the Village Vanguard, começa logo com um magnífico solo de Larry Grenadier (nota também depois, durante o solo de Mehldau, para a sua superlativa escolha de notas, usando inversões com um bom gosto raro) e os graves que Larry tanto gosta de usar no seu contrabaixo são muito bem reproduzidos pelo Motivo, com um excelente equilíbrio entre corpo e definição. No solo de Mehldau, particularmente quando a mão esquerda e direita se «separam», e fazem coisas que não se pensava serem humanamente possíveis, o Motivo nunca perde a compostura e apresenta sempre com clareza muito grande as muitas «vozes» que Mehldau cria no piano, um pouco por todo o registo. O (breve) solo de Rossy volta a reforçar a excelência tímbrica do Motivo, com os pratos e tambores da bateria a soarem prístinos, sendo possível distinguir perfeitamente onde é que Rossy está a atacar em cada momento.

Foto 3 Volumio Motivo

Em seguida, escolhi os Greatest Hits, dos Queen (1981, 24 bits-96 kHz, ProStudioMasters) - um bom teste para ver se o Volumio se porta bem com música mais animada (diga-se que a versão em alta resolução da ProStudioMasters é substancialmente menos comprimida que a versão da HDTracks, o que mostra que nem toda a alta resolução é igual). E portou-se muito bem, confirmando o que já experimentei muitas vezes ao longo destes testes - os chips ESS atingiram uma excelência técnica admirável e a indústria juntou muito conhecimento sobre como extrair o melhor destes chips, sendo quase impossível ouvir um que soe mal aos dias de hoje. Em You’re My Best Friend, em que o clássico sintetizador Wurlitzer EP-200 é amplamente usado, o Volumio apresenta a espacialidade das muitas vozes de forma exemplar - e o tom semi-distorcido do Wurlitzer soa sujo e sem fidelidade, exactamente como é suposto. O solo de guitarra de Brian May, o homem que usa uma moeda sixpence em vez de uma palheta para atacar as cordas (talvez uma homenagem a Somerset Maugham?), soa timbricamente irrepreensível. Já na muito energética Don’t Stop me Now, o Motivo entrega todo o ritmo e energia que este muito dançável hit precisa - sem quaisquer vestígios de lentidão ou arrastamento.

Entrevista com Brian May


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