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Apresentação SME na Ajasom

Apresentação SME na Ajasom

Jorge Gonçalves

28 setembro 2025

SME e a sua grande mestria no domínio da analógico


Se há marca icónica no mundo do áudio ela é a SME. Pessoalmente lembro-me perfeitamente de, durante os anos setenta…oitenta, a maior ambição de quem queria construir um sistema de áudio com alguma qualidade era conseguir incluir nele um gira-discos Thorens com braço SME. Aliás, foi com base num conjunto Thorens TD160 e braço SME SME 3009 II que o meu primeiro sistema a sério começou e ainda hoje em dia um SME V Gold brilha no gira-discos Basis Gold Debut que tenho em casa.

Foto 1 SME_Ajasom

A Ajasom assumiu recentemente a distribuição da SME entre nós e organizou uma das suas já habituais sessões Lusco-Fusco em volta da marca, convidando Kerry St James para vir até cá. Kerry é um verdadeiro gentleman, foi responsável pela área comercial da Nagra durante algum tempo e voltou agora à Ajasom trazendo o estandarte da SME. Na sala principal do auditório da Ajasom foram então montados dois sistemas, um com fonte SME 8, equipado com uma cabeça Lyra Delos, ligada a uma unidade phono Lupe, da Mola Mola, e ao amplificador integrado Kula, da mesma marca, o qual alimentava as colunas Vivid S12; e outro centrado no SME 35 como fonte analógica, equipado com uma cabeça Lyra Atlas, e electrónica Ayre – prévio KX-R Twenty, equipado com unidade de phono, e monoblocos MX-R Twenty, ligados às colunas Vivid K45.
Enquanto a música aquecia o ambiente pude colocar algumas perguntas a Kerry, a primeira das quais tinha a ver com o facto de oito modelos de gira-discos na gama principal (não incluindo a Legacy, cujos modelos são fabricados quase por medida)) não poderia ser de mais. A resposta foi a de que tinha mesmo todo o sentido, pois havia ainda um vasto número de entusiastas do vinilo, com sistemas e capacidades de aquisição bem diversificadas e que, por exemplo nos EUA, as vendas dos gira-discos de topo estão a aumentar de ano para ano. Por outro lado, é sabido que a Cadence Audio, um grupo que detém um número apreciável de marcas de áudio de pergaminhos bem altos, adquiriu a SME vai lá para 8 anos, e será interessante para quem acompanha a Audio e Cinema em Casa saber se o grupo dedicava a esta marca todo o interesse e continuava a investir nela. Era uma pergunta quase retórica, pois basta ver o número de produtos lançados recentemente pela SME para perceber que o investimento é forte, tanto que a responsável anterior da SME, Kat Ourliam, a qual geria igualmente as outras marcas a nível mundial, começou a ter dificuldades em acompanhá-las e todos e foi essa a razão por que Kerry teve que assumir a responsabilidade da comercialização global da marca, com excepção dos EUA, onde existe um distribuidor desde há muitos anos que tem feito um excelente trabalho e gere então as vendas na América do Norte. E não vale a pena os possuidores actuais de um SME ficarem preocupados com uma eventual reparação pois existem na fábrica milhares de peças e acessórios para praticamente todos os modelos de braços SME que foram fabricados nos últimos 50 anos. Aliás, a marca tem enorme orgulho em dizer que na fábrica da SME no Reino Unido são fabricadas todas as peças que equipam os seus produtos, desde a mais simples anilha ao veio do prato e respectiva chumaceira, os quais exigem equipamentos da mais elevada precisão – até 5 mícrones.

Foto 2 SME_Ajasom

Foi igualmente interessante saber que os vários modelos do Garrard 301, marca adquirida pela SME há uns anos, são também fabricados na mesma fábrica dos gira-discos desta última. A última versão do braço SME V vinha numa caixa independente trazida por Kerry e tinha como especial nota de menção o facto de o tubo do braço deixar de ser de magnésio para passar a ser fabricado a partir de um polímero especial com elevadas qualidades em termos de cancelamento de toda e qualquer ressonância – convém deixar aqui a indicação dada por Kerry na sequência da pergunta que lhe dirigi, de que não é possível fazer a troca do tubo do braço dos SME V antigos por esta nova versão.

Foto 3 SME_Ajasom

Seguiu-se a audição de algumas faixas de música a que assisti com todo o gosto pois Kerry traz sempre consigo uma mala com verdadeiras preciosidades em termos de discos de vinilo. E destaco aqui a audição da Rapsódia Húngara n.º 2, de Liszt, uma peça de que gosto muito, até porque foi aquela que me fez começar a gostar de música clássica, numa reedição da RCA Living Stereo, ouvida no sistema com o SME 35. É um disco fabuloso, de que tenho igualmente um exemplar em casa e soou pura e simplesmente magnífico com a orquestra dirigida por Leopold Stokowski a atingir níveis quase inimagináveis de preciosismo e as variações dinâmicas a deixarem-nos completamente rendidos. Uma vez mais foi um prazer estar na companhia de Kerry St James e da SME e não podia esperar melhor despedida.

Foto 4 SME_Ajasom