Exaudio apresenta TAD

26 novembro 2023

Bricasti e TAD juntas numa interessante demonstração na Exaudio

A TAD é uma marca conhecida já de há longos anos e que esteve durante muito tempo sob a alçada da Pioneer e fundamentalmente virada para o áudio profissional, tendo sido mesmo a primeira marca a desenvolver um tweeter de cúpula em berílio. Foram demonstrados diversos equipamentos da marca japonesa, combinados com os de uma outra mara talvez menos conhecida mas nem por isso menos valiosa, a Bricasti. Mais uma vez, esta marca americana tem por detrás de si uma conjunto de gente famosa pois os seus engenheiros vieram, na maior parte dos casos, da Madrigal, a empresa que deteve durante muitos anos a marca Mark Levinson.

Pude ouvir os dois sistemas em demonstração, o primeiro constituído pelas colunas TAD Evolution 1 TX (E1TX), combinadas com o amplificador de potência Bricasti M25, o prévio M20 e o streamer / DAC Merging+. Como passei pela Exaudio a seguir ao fim de semana em que as demonstrações tinham tido lugar para o público em geral, o João Pina deu-me carta livre para ouvir o que quisesse e durante o tempo que quisesse e pude assim deleitar-me com algumas das minhas faixas favoritas em ambos os sistemas. Desde Bill Freisell a Gregory Porter tudo desfilou na minha frente com grande agrado e deixo aqui apenas duas notas muito especiais para Wynton Marsalis, na faixa St. James Infirmary, com uma bonita entrada cheia de swing e a voz a aparecer de maneira muito natural e ainda para Rebecca Pidgeon, que já não ouvia há algum tempo, a cantar Fhear a Bhata. Trata-se de uma bela canção do folclore gaélico que ilustra o amor não correspondido de uma rapariga por um pescador. A voz de Rebecca presta-se maravilhosamente a esta situação e soou bela, projectada, com uma convicção inequívoca de tristeza. As EV1 são realmente qualquer coisa muito bonita de ver e ouvir e, como já constatei por diversas vezes, combinam mito bem com a electrónica da Bricasti.

E passei depois ao segundo sistema, esta tendo já como elemento principal as TAD Micro Evolution 1 com amplificação igualmente da TAD – amplificador de potência M1000TX e leitor de CD/SACD D1000TX com saída variável – sendo a fonte de sinal o leitor de áudio em rede Bricasti M5. A cablagem utilizada nos dois sistemas assentava nas marcas Chord e Signal Projects e ainda no cabo USB Audionote Lexus. Sempre tive um fraquinho muito vincado pelas colunas monitoras ou de suporte, conforme as queiram designar, e as ME1 fizeram-me lembrar uma vez mais disso. Ouvi fundamentalmente discos SACD e destaco aqui o Blues at Midnight, do Eric Alexander Quartet, na faixa Hitin’ the Jugg, a qual soou excepcional em termos de ritmo, a fazer bater o pé mesmo que se não quisesse, e com um detalhe que ia até às mais pequenas minúcias da música. Ao lado das E1, as Micro Evolution 1 podem parecer pequenas mas em musicalidade e ritmo pedem meças a muitas outras várias vezes maiores que elas. E isso ficou provado com a reprodução da Sinfonia n.º 3, de Beethoven, que saiu imponente e grandiosa como deveria ser. As Micro provaram que são Macro a reproduzir música sinfónica!

Valeu a pena mais esta deslocação à Exaudio e tornar a ouvir as TAD, uma marca que conheço quase há 35 anos, quando me foi apresentada pela primeira vez pelo Carlos Gonçalves, da Setron, que distribuiu a Pioneer em Portugal durante muitos anos. Justificam bem que se lhes dedique uma audição cuidada, seja qual for o seu tamanho.