Kronos Discovery, uma nova dimensão no som do vinilo

17 dezembro 2021

O vinilo tratado de uma maneira sublime

A Kronos é um fabricante canadiano de equipamentos analógicos que lançou há uns anos um revolucionário gira-discos que foi capa da Audio e que tinha como grande originalidade a utilização de dois pratos a rodarem em sentidos contrários para cancelamento de vibrações.
Pois Louis Desjardins, o homem por detrás da Kronos, continuou e refinou as suas pesquisas que deram origem uma edição limitada a 250 exemplares do Kronos Pro e, muito recentemente ao ainda mais revolucionário Kronos Discovery.

Louis começou por desenhar o Discovery totalmente a partir do zero, incluindo uma nova filosofia de chassis que conduziu à utilização do dobro dos componentes empregues no Kronos original. O chassis é tratado como se fosse a caixa-de-ressonância de um instrumento musical e está acoplado às peças de fixação lateral através de sinoblocos de material elástico extremamente suave. Este chassis comporta-se como um exo-esqueleto que melhora de modo substancial a dissipação de energia e faz a disrupção das ondas vibracionais devido ao elevado número de pontos de transição. A fonte de alimentação tem um transformador de toroidal sobredimensionado e utiliza supercondensadores para a filtragem, os quais proporcionam um nível enorme de armazenamento de energia e uma baixa impedância de saída, minimizando a força contra-electromotriz dos motores que accionam os pratos. O braço que equipava o Discovery que ouvi na Ajasom era o Kronoscope, do tipo de pivot único. O peso final do Discovery atinge 65 kg (!), com mais 22,5 kg para a fonte de alimentação.
O sistema montado pela Ajasom para se poder ouvir vinilo reproduzido pelo Discovery assentava em equipamento McIntosh: Prévio C22, unidade phono de topo de gama MP1100 e amplificadores de potência híbridos MC901 alimentarem as colunas XRT1.1K.

Este é um texto breve de abordagem e longe de mim querer aqui deixar um teste exaustivo sobre um equipamento desta complexidade mecânica e electrónica em apenas algumas linhas e depois de um par de horas de audição. O Discovery merece muito mais que isso porque pura e simplesmente transcende tudo aquilo que eu já pude ouvir em termos de gira-discos e já ouvi alguns, desde os Air Force nas sua s diversas versões, ao Goldmund original, ao Onedof, aos SME, enfim, mesmo muitos. Pois nada se compara ao nível de sublimação emocional a que nos elevamos quando ouvimos este Discovery e, na altura, «apenas» equipado como uma cabeça Lyra Delos! A música atinge uma outra dimensão, uma que pelo jeito ainda existia nos discos de vinilo mesmo agora que estão prestes a comemorar 74 anos de existência. A música ganha uma imediaticidade assombrosa, o silêncio é mesmo espacial, o posicionamento espacial do conjunto de intérpretes é perfeito e na discriminação de cada um deles então o Discovery deixa-nos boquiabertos. Notável mesmo foi ouvir alguns dos discos de vinilo que conheço muito bem e mesmo «inaugurar» a Pastoral de Beethoven, numa edição da Pro-Ject, que estava guardada para um momento especial que seguramente nunca poderia ser melhor que este. Quem puder ir à Ajasom até ao dia 23 pois não perca a oportunidade de ouvir um gira-discos que parece (e é!) do outro mundo. Por mim fiquei mais que convencido, embora fique atento para a possibilidade de ouvir o Discovery com uma cabeça de qualidade superlativa que vem a caminho. Se tal acontecer, fiquem preparados para o capítulo 2 desta saga.

Para mais informações visite:  Ajasom